(Lucas)
— Mas me conta como foi a noite de vocês, sem poupar nenhum detalhe —. Falo curioso, querendo me distrair um pouco, e também querendo tirar a cabeça daquele policial.
— Você anda muito curioso. —
— Ué bebê, é o mínimo que você deveria fazer, depois de ter me largado naquela balada —. Respondi.
— Não reclama, que eu vi você dando mole pro carinha do bar. E ele era um gostoso. —
— Gostoso com certeza, agora retardado era ainda mais. —
— Já imagino o que aconteceu — Coçou a cabeça — Amigo você tem que deixar de ser tão exigente. Você é um gato, mas não existe príncipe encantado. —
— Nem vem! — Exclamo indignado — É pedir demais que o cara não seja apenas um enrustido? —
— Um dia você vai se apaixonar por um hétero! E aí eu quero ver você passando mal de amor. — Ela me rogou essa maldição.
— Isso não vai acontecer bebê — Falei. Mas sabia que era mentira, pois eu já estava meio que afim do policial militar.
— Espero que não —.
— Mas me conta, como foi ontem a noite —. Pergunto entusiasmado.
— Garoto você não imagina o jeito que ele beija, eu quase tive um orgasmo. Ficamos na festa até tarde, depois ele me levou para o apartamento dele. E eu nunca fiquei com alguém que tivesse tanto fogo como ele. —Ela fala quase tendo outro orgasmo ali.
— De 0 à 10 qual nota você daria ao desempenho dele na cama? —
— 14. — Respondeu-me mordendo os lábios.
— Safada você teve a sorte grande mesmo em?! — Falei ainda incrédulo, mas a Joana não era capaz de mentir sobre uma coisa dessas.
— Sorte nada meu filho, eu tive foi muita sensualidade. E se quiser eu te ensino, pra você conquistar um macho pra você. — Joana como sempre me provocando com seu olhar sacana.
— Eu poderia tomar esse seu namorado, sua vagaba. — Falei irritado.
— Ele não é meu namorado, não ainda. —
(Danilo)
— Droga de alarme. — Resmunguei ao desligá-lo. Estava perto do meu turno começar, dessa vez mais cedo. Então eu levantei, fui comer alguma coisa, depois fui tomar meu banho.
Ao me olhar no espelho vi uma figura sombria, assustadora. Que contrasta com a figura colorida do garoto de ontem. Ele me fazia sentir ansioso, por alguma razão até então desconhecida.
Seria muito eufemismo se eu dissesse que vivia. Pois a única coisa que eu fazia era trabalhar e dormir. Tudo isso era monótono, mas era minha vida, eu não poderia escolher outra.
•••
— Major Danilo?! — Meu chefe logo veio ao meu encontro quando chego no batalhão.
— Sim senhor! — Faço continência.
— Preciso de alguém para policiar uma área específica da cidade a cavalo. —
— Pode deixar senhor. — Falei, e ele me explicou qual área era.
— Na universidade senhor?! — Respondi um pouco surpreso, pois com certeza o Lucas estaria lá.
— Sim, lembre-se você não pode entrar no prédio, somente a polícia federal. Quero somente que faça uma ronda em frente a entrada. —
— Entendido senhor! — Após dada a missão vou até meu velho Blanco, meu melhor amigo.
— Boa tarde garanhão! — Falei lhe entregando uma cenoura, que ele pega animado.
Fiquei fazendo carinho no rosto dele por um tempo, passando meus dedos por sua crina.
— Hoje eu e você vamos dá um passeio. — Digo abrindo a cocheira. Ele veio devagar atrás de mim. Blanco só permitia que eu o montasse, e ninguém sabe o porquê.
— Ei amigão! Eu sei que você não gosta muito de morar aqui, mas um dia quando nós dois formos velhos, eu vou te levar pra um campo verde, cheio de éguas, pra você morrer feliz. — Blanco vivia no batalhão desde que era filhote, era um belo lugar, mas nada comparado ao campo.
Um dos funcionários do quartel me trouxe a sela e os outros equipamentos. Depois eu montei, e fui rumo a tal universidade, que ficava a quase um quilômetro dali.
Blanco andava devagar, aquela cidade era caótica, o barulho de carros, a poluição, tudo isso perturbava Blanco.
(Lucas)
— E isso foi tudo. — Joana finalizou seu relato com o seu bombado de ontem a noite. Eu fiquei de queixo caído, com toda a safadeza que ela me contou que os dois fizeram juntos.
— Vagabunda. — Ironizei rindo. Joana riu também. Olhei no relógio eram quase seis da noite. O Sol brilhava sendo oculto pelo prédio da universidade.
— Ai minha periquita! — Joana do nada havia surtado, por sorte não engasgou-se com suco.
— O quê foi sua vadia? — Perguntei curioso, olhando para cara vermelha dela.
— Amigo, olha o deus grego que vem ali montado naquele cavalo branco. Meu Deus é um príncipe. — Ela apontou com a cabeça e em seguida ficou se abanando com as mãos, quase sem ar.
Quando olho para trás, vejo um policial vindo. Era o Major Danilo, trotando no seu cavalo. Prestando bem atenção, eu concluí que aquele era o cavalo do seu papel de parede.
(Danilo)
Meus olhos procuravam um rosto, um rosto não um cabelo, de muitas cores. E por coincidência, eu vejo sentado em uma mesa justamente na frente de uma universidade. Ele estava com uma garota, linda que parecia ter bastante intimidade com ele. Julgo ser bem próxima, amiga ou namorada. Namorada com certeza pois eram próximos demais. Por ironia ou não do destino, Blanco mudou o trajeto, e cruzou a rua indo em direção a mesa deles.
— Por aí não amigão! — Falei tentando virar, mas não consegui. Então ele parou bem a frente da mesas dos dois.
Lucas, dos cabelos colorido, me olha profundamente, assustado pela proximidade de Blanco.
— Me desculpem, ele é um pouco teimoso às vezes. — Desculpei-me, tentando sair dali.
(Lucas)
— Então esse é o Blanco? — Perguntei torcendo para que ele lembrasse de mim.
— Sim, esse cavalo teimoso — O policial respondeu puxando a rédea.
Fiquei de pé, bem a frente do cavalo. Major Danilo me encarava com aquele seu olhar obscuro e violento.
— Posso? — Falei, pedindo para tocar o cavalo com as mãos.
— Você pode tentar, ele odeia estranhos, boa sorte. —
Eu estendi minha mão, e suavemente toco no pelo dele. Blanco não faz nada, parece gostar do meu toque ou de mim.
— Ele gostou de mim? — Perguntei sorrindo.
— Ao que parece sim. — Ele falou surpreso.
CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO
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Fardado [+18]
RomanceA história de amor entre um policial bruto e um fofo estudante de literatura