Capítulo X

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(Danilo)

   
Acordei. Me deparo com toda aquela cena de ontem, eu abraçado ao Lucas, e nós dois dividindo um sofá pequeno.

Ele ainda dormia tranquilo, com o rosto sob meu peito, passei a mão devagar por seu cabelo, para ver se tudo aquilo não seria um sonho, e não era.

Comigo mexendo em seu cabelo, ele acorda assutado, e me olha sonolento. Seus olhos azuis estavam vermelhos de muito sono.

— Oi! —. Ele fala beijando meu peito, e voltando a fechar os olhos.

Quando olho no relógio quase tenho um infarto, eram mais dez da manhã, e meio dia eu tinha de ir para o batalhão.

— Droga —. Falei tirando ele de cima de mim. E indo atrás da minha roupa, tentando lembra onde eu havia jogado.

— Você já vai? —. Ele perguntou bocejando.

— Está quase na hora de eu ir para o trabalho, e tenho de fazer algumas coisas ainda —. Falei, vestindo minha calça.

— Hum ah tá —. Ele falou um pouco chateado.

Quando finalmente eu estava vestido. Fui até ele, disse:

— Tenha um bom dia —. E com isso saí apressado. Os vizinhos dele quando me viram olharam curioso, com medo de ser alguma operação. Mas também, naquele prédio todo mundo parecia usuário de drogas, todos menos Lucas.

Pego minha moto, e vou rápido para casa, pensando muito no que tinha acontecido. Não era surpresa nenhuma me sentir perdido no mundo, pois depois de ontem era assim que eu me sentia.

Chegando em casa, eu retiro minha roupa e vou direto para o banho. No chuveiro eu esfriou minha cabeça. Tudo que aconteceu ontem ainda estava tão forte, como se acontecesse nesse exato momento.

Somente de lembrar já fico excitado, aquele Lucas tinha muito efeito sobre meu corpo.

(Lucas)

Ele se foi tão cedo, ou será que eu comecei a me apegar? Não sei muito bem, somente sei que a noite ontem foi mágica, a melhor da minha vida. Danilo parecia uma máquina, e sabia como dominar alguém.

Cheirei minha camisa, e estava com o seu cheiro, ele era forte e me causava boas lembranças.

A melhor parte de tudo foi acordar sobre seu peito peito peludo, com sua mão fazendo carinho no meu cabelo.

Fui até o espelho da sala, e quase me espantei ao ver os hematomas e marcas espalhados pelo meu corpo.

— Maldito masoquista —. Falei ainda com as pernas bambas.

Tirei minha roupa, e fui para o banho. Tudo ontem foi bom, ele não cometeu nenhum erro, durou bastante tempo na cama. Aquele homem era perfeito, e ele tinha que ser meu de qualquer jeito, nem que eu precise fazer bruxaria para o conquistar.

•••

— Por que toda essa roupa? —. Joana perguntou com seu olhar desconfiado. Ela parecia ser burra, mas não era nenhum pouco.

— Se prepara que você não vai acreditar —. Falei ao me sentar no meu lugar. Era cedo ainda, a maioria dos outros alunos nem havia chegado.

— Lá vem você querendo dar uma de misteriosa, fala logo veado safado —.

— Sabe aquele policial de ontem? —. Me refiro obviamente ao Danilo.

— Aquele deus? O que tem ele? —. Ela falou já abrindo um enorme sorriso sacana.

Eu baixo a gola da minha camisa, e lhe mostro os chupões que ele havia feito.

Ela fica de queixo caído, e quase faz um enorme escândalo, mas por sorte consegue se conter. Nesse exato momento, Jonas chega na sala, e olha diretamente para nós. Ele parece ter ficado curioso com a reação da Joana.

— Ele é bom de cama? —. Ela perguntou toda tarada, ela aproximou seu rosto para podermos falar mais baixo, sem que Jonas escute.

— Bom? Ele é maravilhoso garota —. Falei mordendo o lábio ao recordar.

— E a mangueira dele? —. Perguntou.

— Parece um pepino —. Mostrei a ela mais ou menos o tamanho.

— Garoto você tirou a sorte grande —. Ela falou se abanando com a mão
  
— Eu sei vagaba —. Falo todo convencido.

— Vocês dormiram juntos? —.

Eu respondo com a cabeça, e ela fica louca, olho para Jonas, e ele desvia o olhar. Acho que tentava ouvir nossa conversa.

— Lucas até que eu torcia para você voltar com o Jonas. Mas com esse policial, menino eu shipo vocês. Qual o nome dele? —.

— Danilo. Você torcer para que eu volte com aquele traste é tão bom quanto uma facada nas costas —.

— Lucanilo, Canilo, Danilu, Lucada. Lunilo, sim você a são o Lunilo, o casal mais lindo do mundo —. Ela falou toda entusiasmada.

— Ainda bem que você desistiu daquela ideia —. Falei.

— Amor, vocês formaram um lindo casal um dia —.

— E pode ter certeza que o belo era por minha causa —. Falei lembrando o quão idiota eu fui de me apaixonar por alguém tão grotesco quanto o Jonas.

Jonas era um barquinho de papel, feito por uma criancinha, que parecia ter encontrado o papel no lixo. Enquanto Danilo era um navio de cruzeiro de luxo.

— Deixa ele bebê, agora vamos focar no policial —.

— Eu tento, mas todo santo dia você faz questão de me lembrar do meu passado —.

(Danilo)

— Danilo, certamente você ouviu falar desse criminosos, o Mosquito —. Meu chefe me falava em sua sala.

— Tráfico, homicídio, assalto a mão armada, latrocínio —. Falei com muito nojo de ver aquela cara nojenta na minha frente.

— Muito bem, quero que você comande a operação para o prender. A cada dia ele ganha mais poder, e põe em risco essa cidade, se isso continuar ele vai se tornar uma espécie de rei do crime —.

— Por mim tudo bem, só quero uma coisa —. Digo colocando as cartas na mesa.

— Diga —.

— Quero Blanco fora disso —. Eu jamais arriscaria a vida do meu melhor amigo em troca de prender um marginal daqueles.

— Tudo bem. Você gosta mesmo desse cavalo não é? —. Ele indaga sorrindo.

— Não sabe o quanto —. Digo.

— Essa operação será semana que vem, e essa conversa não deve sair daqui sobre nenhuma circunstância. Até os que nos rodeiam não são confiáveis —. Ele fala, olhando pela janela.

— Mais uma coisa, se eu morrer eu quero que Blanco seja liberado de qualquer compromisso com a polícia, e seja aposentado —.

— Acho justo, mas eu sei que você não vai morrer —.


CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO

Fardado [+18]Onde histórias criam vida. Descubra agora