(Lucas)
- Surpresa -. Joana e Rodolfo gritaram quando eu atendi minha porta. Acho que foi a melhor coisa que me aconteceu em dias. Eles entraram, e sentamos no sofá da sala. Joana já estava no seu nono mês de gravidez com uma barriga enorme, mas mesmo assim tinha disposição para muitas coisas, a principal era mandar no Rodolfo.
- Amor meu pé está doendo, faz massagem -. Falou e ele como um cachorrinho agradeceu. Acho que Rodolfo era aquele tipo de homem que adorava ser escravizado por mulheres.
- E o seu daddy? -.
- Trabalhando, até sábado ele trabalha, só aparece de noite e ultimamente estamos muito fora de sintonia -.
- Amigo quando pegarem esse cara que está ferrando com seu relacionamento, me fala que é só para eu chutar o saco dele -.
- Se o meu relacionamento não acabar antes disso, o "F" joga muito bem. Só não sei a razão disso, amor com certeza não é, deve ser obsessão, e no fim eu tenho muito medo -.
- Se fosse pelo celular, um amigo meu descobriria quem era bem rápido -. Rodolfo falou.
- Eu só queria que essa pessoa bebesse veneno, pulasse da ponte, ou sei lá me deixasse em paz -.
- Amigo, o Danilo te ama mesmo, porque ficar contigo com essa palhaçada armada, vou te falar que é amor. Se fosse eu no lugar dele, tinha ido embora -.
- Meu psicológico não aguenta muito Joana, você sabe como eu sou fraco emocionalmente, é pressão demais, às vezes eu sinto que o Danilo quer dizer alguma coisa, e tenho certeza que não é nada bom -.
- Você ama ele de verdade, não é? -.
- Amo demais. Eu não sei mas viver sem ele -. Meu choro insistia em cair, mesmo assim eu tentava não chorar na frente deles.
- E se vocês ficassem de tocaia esperando o motoboy? -. Rodolfo mais uma vez dá a ideia.
- Danilo já fez isso e não deu em nada -.
- Amigo qualquer coisa pode ir lá para casa, não é Rodolfo -. Ela chuta ele devagar, e ele concorda com a cabeça.
- É sim, fora o quarto da Elisa tem outro quarto, só está um pouco bagunçado, mas se precisar pode ir -.
- Só não digo que não vou precisar porque não sei mais nada do meu futuro -. Eu esperava muito que isso não fosse preciso, e no fundo eu tinha esperança, que meu relacionamento fosse voltar a ser aquela maravilha que era antes.
- Meninos preciso ir no banheiro, vou demorar um pouquinho -. Joana falou levantando com dificuldade.
- Quer ajuda amor? -.
- Não precisa, é coisa simples -. Ela entrou no banheiro e fechou a porta.
- Você ama ela mesmo em? -.
- Amo demais, quero passar o resto dos meus dias com ela, e com minha filha, e com os outros que com certeza virão -. Rodolfo era um fofo falando, me lembrava muito Danilo com aquela ideia dele de ser pai.
(Danilo)
- Não pode ser, não, não, não -. Eu ainda não acreditava no que via. Parei meu serviço, só para me certificar que aquilo não era mentira. O Seu Mário me mandou mensagem, e ela dizia o seguinte:
- Seu Danilo, eu não sei nem como falar isso, e nem quero ser fofoqueiro, mas eu lhe conheço a tanto tempo. Acabou de chegar aqui no seu apartamento um rapaz, todo arrumado e com um buquê de flores. Perguntando pelo Seu Lucas, eu liguei para ele só para confirmar, achando que era engano, mas ele mandou subir, me pediu para não falar nada para o senhor. Mas eu considero o senhor da família, então tive que falar isso para o senhor, se o senhor correr ainda pega eles dois, sinto muito -.
Essa era a maldita mensagem, olhei para o Blanco com os olhos cheios de lágrima. Meu coração doía, era como se eu tivesse recebido um tiro. Eu não conseguia acreditar que Lucas estava mentindo, que ele me trai esse tempo todo ainda mais na nossa casa.
- Danilo o Sargento está te chamando -. Silva apareceu na minha frente, com sua cara odiosa.
Eu saí dali, mas não para ir a sala do meu chefe, e sim para ir para casa, eu só acreditaria se visse com meus próprios olhos. Se fosse mentira eu mataria Mário, e se fosse verdade eu mataria o infeliz que está na minha casa.
Peguei minha moto, ainda ouvi o sargento gritando meu nome, mas ninguém me impediria o que eu iria fazer. Na minha mente, só passavam as coisas que vivemos juntos. As suas juras de amor, o seu jogo de sedução, nossos planos.
Foi uma sorte eu não ter me acidentado, quando cheguei seu Mário estava na portaria. Ele não disse uma só palavra, eu fui direto para o elevador. Respirei fundo contive minhas lágrimas, e implorei aos céus que aquilo fosse mentira.
Cheguei perto da porta, pus a mão na maçaneta, mas antes coloquei o ouvido como uma última esperança. E lá de dentro ouvi risadas.
Abri a porta instantâneamente, e vi Lucas ao lado de um cara que eu nunca tinha visto na minha vida. Lucas sentando no sofá, e o tal cara no chão, Lucas fazia carinho no cabelo dele.
Nesse momento eu não me contive e parti cima daquele imbecil, agarrei seu pescoço e violentamente comecei a lhe socar.
- Era verdade não era? - Gritei furioso - Esse tempo todo, você me fazendo de otário -.
- Danilo, solta ele o que você está fazendo -. Lucas tentou me tirar de cima daquele infeliz.
- Cala a boca seu verme, parasita maldito, mentiroso -. Lhe empurrei e ele cai em cima do sofá.
- Agora eu vou te matar, você vai me pagar caro, eu vou te esfolar vivo -. Falei segurando o pescoço do vagabundo. Ele sangrava pela boca e parecia tentar falar algo.
- Ai meu deus Rodolfo o que você fez? -. Joana fala, aparecendo na sala do nada. Olho para a cara do garoto, e depois para Joana.
- Rodolfo? -. Pergunto soltando sua garganta imediatamente. Ele estava muito ferido. Acho que exagerei. Eu não estava mais entendendo nada.
- Rodolfo você está bem? -. Lucas perguntou, ele também sangrava, mas pelo seu braço.
- Sim -. Falou respirando devagar e ofegante.
- O que você fez seu doente? -. Lucas me falou com os olhos cheios de água.
Eu me afastei daquela cena, tentei respirar, meu corpo tremia, e eu respirava ofegante. Percebi a merda que tinha feito.
CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO.
AGORA SIM O LIVRO COMEÇOU.♥️
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Fardado [+18]
RomanceA história de amor entre um policial bruto e um fofo estudante de literatura