Capítulo 10: O peso de uma morte.

102 24 121
                                    

Carl narrando:

Vejo a porta se abrir bem diante dos meus olhos, apesar de já ter aberto ela uma vez, eu nunca havia visto o que tem lá dentro. Mesmo meu corpo estando fraco e mole, não sinto medo, não sinto nada. A porta finalmente se abre por completo, eu não imaginava que fosse tão lindo... Lá vi minha antiga casa, Liz estava pequena, tão fofa e linda como sempre. Olho para trás dela e vejo minha falecida esposa, como eu sinto a falta dela, ela era mesmo maravilhosa, tinha cabelos negros e longos, sua pele era branca como neve e tinha o sorriso mais belo da cidade.

-Amor, o que está fazendo aí dentro? Vem pra cá ficar com a gente.

-Isso papai! Eu e a mamãe vamos fazer bolo de chocolate! O seu favorito!

-Claro que eu vou, minha filha... Mas amor, o que você está fazendo aí? Pensei ter te entregado a sala sete a quinze anos...

-Bobinho, já falei pra você não trabalhar tanto, senão fica imaginando esse tipo de coisa.

-Mas e o Levi? O Arthur? Eu preciso ajudar eles com... Com o que mesmo?

-Com nada meu amor, você já sofreu muito, agora venha se divertir com a gente.

Escuto alguns gritos bem baixos vindos de trás de mim, algo pedindo para eu não ir, deve ser paranoia minha, afinal, minha família está me esperando. Dou um passo a diante e paro de escutar os gritos. Finalmente chego até minha mulher, ela estava tão sorridente, dei um abraço nela, estou tão feliz...

Por algum motivo agora a imagem de minha esposa está um pouco distorcida, acho que minha visão não está muito boa, olho para baixo e vejo algo estranho, uma mão enorme atravessava minha barriga e o sangue escorria para o chão. Meu corpo está começando a ficar fraco... Não, acho que a palavra certa é dormente. Talvez tirar um cochilo seja uma boa ideia, afinal eu estou bem.

-Descanse em paz, exorcista. -Disse o homem das pernas longas.

Levi narrando:

-Co... Como assim agora eu sou o gerente?

Milhares de possibilidades passaram pela minha cabeça, e isso misturado com o pânico causado pelo sacrifício de Carl só me deixava ainda mais confuso.

-Ele entrou na sala sete, não é?

-Sim... Como sabe?

-Eu imaginei. Bom, se essa porta não ficar fechada até os membro do vaticano chegarem, estaremos mortos. Você é o mais próximo e o que mais entende Liz, vá contar a ela, eu vou falar com o vaticano.

-Você é assustadoramente frio, sabia Arthur?

Ele me olhou surpreso.

-E antes de eu ir, olhe o que está escrito aqui.

Ele leu a regra nova escrita no caderno preto, ficou tão confuso quanto eu.

-O que significa isso Arthur?

-Não sei ainda, amanhã te contarei mais sobre este livro, agora vá falar com Liz.

-Certo.

Meu coração batia cada vez mais rápido conforme eu me aproximava de casa, provavelmente Liz ainda está dormindo em minha cama, como ele iria reagir a isso? Eu sou a pessoa certa a contar isso a ela? Pensando bem, não há ninguém além de mim que possa fazer isso. Cheguei em casa e parei em frente a porta, respirei fundo, está na hora.

Entrei em casa e vi Liz sentada na ponta da cama com uma de suas mãos na nuca.

-Está tudo bem, Liz?

Flores negrasOnde histórias criam vida. Descubra agora