Arthur narrando:
Depois de algumas horas descendo mais degraus do que fui capaz de contar, finalmente saímos da torre onde vi tantos exorcistas perdendo suas vidas. Levi estava diferente agora, seu olhar passou a ser frio e seco, como não se importasse com nada. Seu cabelo agora é negro como as penas de um corvo, suas unhas seguiram o a cor de seu cabelo e olhos e agora também são negras devido a grande energia escura que percorre seu corpo e rondeia suas artérias e veias, posso ver isso mesmo sendo um humano. Vejo Levi se aproximar de mim, provavelmente era algo importante.
-Sabe Arthur, tive uma longa conversa com Astaroth antes de sair de lá.
-Falando nisso, o que aconteceu? Como você o matou e saiu vivo daquele lugar?
-Isso é outra conversa, antes quero te contar algo que ouvi do demônio enquanto o torturava.
-E o que seria, Levi?
-Obviamente o Grão-Duque do inferno sabia de muitas coisas sobre todos, inclusive de alguns membros do Vaticano. Já que você era funcionário do cinema, ele teve várias oportunidades de saber quem você é, estou certo?
-Sim, mas qual o sentido disso?
-Perguntei a ele um pouco sobre você, lembro que enquanto trabalhávamos juntos você me contou sua história de vida, era tudo mentira, certo?
-Sim... Ainda não estava na hora de você saber da verdade.
-Bom, isso é claro. Além disso, enquanto eu dormia, acabava por ter visões um tanto quanto peculiares.
-Que tipo de visões? -Após a pergunta senti os olhos negros de Levi se aprofundarem nos meus, fazendo com que eu não conseguisse desvincular meu rosto do dele. Eram tão profundos... Como se eu estivesse na presença de uma divindade, por que tudo foi ficar tão estranho?
-Vi você ainda no Vaticano, meu pai pediu sua ajuda por conta de sua morte iminente, foi você quem me salvou e me trouxe para o Brasil, não é?
-Como pode saber disso?
-Digamos que uma conhecida me mostrou. Me mostrou muitas coisas.
-Está falando de Lilith?
-Quem sabe? Descubra por conta própria. Após sairmos daqui tenho muitas perguntas a fazer para muitas pessoas, você é uma delas, se não falar eu corto sua garganta.
-Como é?
-Você entendeu, sei disso. Bom, vamos seguir em frente.
Aquele cara... Não pode ser a mesma pessoa que conheci, tenho certeza que Lilith de alguma forma está mexendo e manipulando ele. Mais algumas horas se passaram e finalmente chegamos até a ponte que nos levou a torre. Levamos um pouco mais de tempo do que na ida para atravessá-la por conta da quantidade de pessoas, mas conseguimos chegar. No final da ponte já podíamos ver a porta ainda maior do que antes, aproximadamente com a altura de um prédio de dez andares.
Após nos aproximarmos um pouco mais, vi um homem alto e bonito com curtos cabelos escuros parado em frente a porta. Sua presença de alguma forma ocultava a de todos nós e se espalhava pelo ambiente de uma maneira assustadora, como se o maior dos predadores estivesse prestes a nos atacar.
-Soldados, orem. -Disse o papa.
-Por que? -Perguntou um dos azuis.
-Para que assim suas almas não fiquem prezas no inferno após a morte.
Me aproximei do papa.
-Vossa Santidade, quem é este homem? Com o planeja nos enfrentar sozinho?
-Eu mandei orar soldado, Deus não está presente neste território, com a presença dele ainda... É como se Deus fosse apenas uma mera ficção para consolar almas desoladas.
-Certo, irei orar...
Rezamos por nossas almas durante dez minutos, neste meio tempo o homem não moveu nem mesmo um músculo.
-Vamos, ela está nos aguardando, não podemos demorar.
-Quem está nos aguardando?
-A morte, ela está logo atrás do homem.
Andamos lentamente até o misterioso ser, após chegarmos ele finalmente se moveu, olhou para o papa com um olhar temível por todos e se pronunciou.
-Vi a bagunça que vocês causaram no meu terreno, acharam mesmo que iriam acabar bem? Peçam perdão e talvez eu tenha um pouco de piedade de suas almas já perdidas.
-Não iremos nos desculpar, ser imundo. -Disse o papa com palavras odiosas.
-Bom, pelo menos trago boas notícias. Vocês serão os primeiros mortais que irão sair do inferno com vida e alma.
-Como assim? Terá piedade de nós?
-Não. -Disse enquanto atravessava o portão. -Vocês irão sair vivos para morrerem do lado de fora.
Em choque, todos atravessamos o portão e saímos nos escombros do cinema. Olhei ao meu redor e quase não acreditei no que vi, inúmeras flores negras estavam espalhadas por toda a parte, já era pôr do sol, mas tudo parecia ainda mais escuro diante da presença deste cara.
Vi Levi pegar uma das flores e ir em direção ao homem, o que ele estava planejando?
-Para você.
-O que significa isso, filho de Lilith?
-Apenas uma declaração de guerra.
-Perfeito, que começo maravilhoso...
-Bom, chegou o momento que esperei por eternidades.
-Diga a todos quem é você, senhor. -Disse Levi.
-Mas é claro, que falta de educação da minha parte.
Todos ficaram em silêncio por segundos que me pareceram uma eternidade.
-O mundo a muito tempo foi tomado de mim injustamente por seres que acreditavam em uma nova e promissora espécie. Os únicos que desacreditavam foram expulsos e aprisionados em um lugar escuro e sem vida, amaldiçoados a cuidarem de almas pecaminosas e assuntos que convém a luz. Depois de muito tempo portas foram abertas e o mal encontrou seu irmão gêmeo pela primeira vez. Os irmãos não se gostaram e brigaram, mas a outra parte foi ajudada injustamente, obrigando-nos a recuar. Após o novo aprisionamento a maldade do irmão gêmeo cresceu em guerras, ética, morte e pecado, a luz finalmente percebeu que o lado que tanto condenou deveria ter razão e abandonou os seres para um teste final. Se eu, o único dos seres pecaminosos que não pode pisar no mundo dos mortais agora trago minha escuridão e tudo de horrível que vem com ela comigo piso neste mundo, significa que os gêmeos da maldade falharam em sua missão, significa que este mundo está arruinado, significa que a luz não ilumina mais este lugar, significa que agora tudo é meu. Bem-vindos a nova era, bem-vindos a minha era, a era de Lúcifer, a era do mal.
A luz que restava no céu se sessou, dando origem a uma escuridão e falta de esperança. De uma hora para a outra foi como se o sol não existisse mais, como se estrelas apagassem e tudo o que sobrasse no céu se tornasse um grande nada e vazio extremamente escuros. Chegou a hora... Tudo seria decidido neste combate, o combate dos gêmeos, Lúcifer contra os humanos.
Olhei para Levi e com a pouca luz que restava sendo emanada de nossos membros mais fortes pude ver um sorriso em seu rosto.
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Agora o pau quebra de verdade, o que vocês acham que vai acontecer? Se estiver gostando não se esqueça de apoiar votando e comentando, isso me ajuda muito. :)
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Flores negras
HorrorAssombrado economicamente e psicologicamente por um passado boêmio e conturbado, Levi decepcionou a todos de sua rica família que não irá mais sustentá-lo. Vendo o desespero ao não ter dinheiro nem para comprar sua própria comida, ele terá que aceit...