-Ainda não é sua hora. -Disse a entidade.Abro meus olhos e vejo alguém em minha frente com os braços esticados, esse alguém é Liz, que se jogou em minha frente para me proteger, como conseguiu se mover? Isso por acaso é possível? Me levanto e olho para o que está em sua frente, a pequena bola de energia parou na frente de Liz, virei meu olhar para Deus, ele estava apontando seu dedo indicador para Liz, não sei dizer o que ele estava sentindo.
-Você, mortal, como fez isso? Como conseguiu se mover. -Sua voz parecia confusa.
-Bom... Se nem Deus consegue responder a essa pergunta, quem dirá eu, não é mesmo? -Disse Liz com soberba em sua fala. – Apenas senti que eu não poderia de maneira nenhuma deixar a pessoa que eu mais amo morrer de uma maneira tão injusta.
-Injusta? Conhece o passado desse homem? Sabe o que ele fez?
-Sim, eu sei, mas além disso ele andou sofrendo muito e foi possuído por um dos demônios mais fortes do inferno. Como acha que um mortal lida com algo assim? Simples, não lida, isso está além do que a sanidade de alguém é capaz de suportar.
-Acha mesmo que seres como vocês merecem dizer que foram julgados errados? Vocês são um erro.
-Nossa, senhor Deus...
-O que foi?
-Use sua onipotência e leia minha mente, assim saberá o que estou pensando.
Olhei para deus, ele parecia ainda mais confuso após usar seus poderes e saber o que Liz estava pensando.
-O que pensou, Liz?
-Muitas coisas, mas por que não resume para Levi, Deus?
-Ela pensou principalmente a seguinte frase: "É Deus, talvez você deva trabalhar um pouco o próprio perdão. -Disse Deus cada vez mais surpreso e confuso.
- Não olhe apenas as coisas ruins de sua criação. Acho que sei porque você acabou assim, sei onde veio toda a sua falta de fé, Deus.
-E de onde veio, humana?
-Talvez a imortalidade não o deixe ver a graça da vida, talvez ela só te faça ver as coisas ruins. Afinal, como um ser imortal conseguiria saber o sentimento dos que podem e temem a morte? Você deixou de se colocar no nosso lugar, deixou de ter empatia. Os homens fizeram muitas coisas positivas, nós somos imperfeitos de natureza, é normal cometermos erros. Tudo isso só me leva a uma conclusão, que todos os filhos são um reflexo dos pais, então... Senhor Deus, acho que agora sei de onde veio nossas imperfeições.
-Está me chamando de imperfeito, humana?
-Sim, senhor. Talvez você devesse ter mais fé na sua própria criação, ou seja, mais fé em você. Nos ajude, ajuda sua cria, expulse o mal que não vem de nós, nos ajude a derrotar Lúcifer.
-Vocês humanos... Não param de me surpreender.
Parece que até mesmo Deus ficou confuso com Liz, essa garota é mesmo especial, por isso a amo. Cheguei perto de Deus e estendi minha mão a ele.
-Nos ajude senhor, por favor. -Disse da maneira mais humilde que pude. Ele estendeu sua mão e apertou a minha, pude sentir a pressão de sua mão, era algo surreal.
-Assim como a humana disse, terei fé em vocês novamente.
-Então para um começo, pare de me chamar de humana. -Disse Liz.
-Quer que eu te chame do que?
-De filha. -Deus deixou escapar uma pequena risada, ele parecia feliz. -Mas é claro, filha.
Em um instante estávamos fora da enorme casa de Deus, ele nos transportou para fora. Olho para o lado e vejo o anjo mais forte de Deus incrédulo.
-Senhor Deus... Então esses mortais realmente conseguiram convencer o senhor?
- Sim, pode me fazer um favor?
-Cla...Claro senhor, o que seria?
-Reúna uma leva pequena de anjos e os leve para a Terra, expulsaremos o Diabo e todos os seres do oitavo portão.
-Certo meu senhor. -Disse o anjo enquanto já se apressava para realizar a ordem.
-Deus, antes de irmos, preciso te pedir uma última coisa.
-E o que seria?
-Preciso que deixe de afastar Lilith de mim, sem ela não sou forte o bastante para ajudá-los.
-Tem certeza disso, filho?
-Tenho, preciso que confie em mim.
-Certo. Disse Deus enquanto estalava seus dedos, em alguns segundo senti um ódio imenso retornar ao meu corpo, sinto minha sanidade vazando, isso é ruim.
-Liz, espero que saiba que em poucos minutos eu não serei eu de verdade. Por favor, não leve nada do que eu fizer e disser a sério.
-Claro, lindo. -Ela estava com um sorriso em seu rosto, como se já soubesse.
-Prontos? -Perguntou Deus.
-Sim! -Eu e Liz dissemos olhando um para o outro.
Olhei para o lado e vi a mulher de vestido preto com uma lágrima escorrendo pelo seu rosto, ela parecia estar falando algo, mas não consegui entender, em um piscar de olhos estávamos no campo de batalha.
O cenário era caótico, milhares de demônios de todos os níveis possíveis voando e estremecendo o chão com suas patas enormes e asquerosas, todos merecem a morte. Belial e o Papa estavam completamente esticados no chão, como se não conseguissem mais mover um único dedo, Sarah estava lutando contra os demônios de nível médio e Artur tentava segurar Lúcifer junto aos exorcistas mais fortes, mas todos estavam morrendo em poucos segundo. Fui em direção ao papa para ver se ele ainda estava vivo enquanto o ódio não parava de crescer dentro de mim.
-E aí velhote, ainda tá vivo?
-Sim... mas se continuar assim, acho que não por muito tempo.
-Bom, se eu fosse você eu ficaria vivo e com os olhos bem abertos para apreciar.
-Apreciar o que?
-Olhe para cima.
Vi a expressão de emoção quase que indescritível no rosto do Papa. No céu, era possível ver Deus de braços abertos com uma luz branca e forte sendo emanada de seu corpo enquanto anjos com espadas flamejantes chegavam e formavam um círculo em sua volta, o brilho era tão intenso que eu mal conseguia enxergar.
Olhei para o Diabo e vi sua expressão de surpresa e raiva, ele parecia tenso. Em poucos segundos ouço uma voz vinda de todas as direções ecoando pelo ambiente.
-Olá, Lúcifer.
-Seu cretino... O que está fazendo aqui?
-Te expulsando do oitavo portão, anjo mimado e arrogante.
-Como ousa!
-Anjos... Ataquem! -Gritou Deus, a guerra finalmente chegou em seu clímax.
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Fala leitores, o que acharam do capítulo? Estamos no último arco do livro, então espero que gostem, não esqueçam de votar e comentar, isso me ajuda muito.
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Flores negras
HorrorAssombrado economicamente e psicologicamente por um passado boêmio e conturbado, Levi decepcionou a todos de sua rica família que não irá mais sustentá-lo. Vendo o desespero ao não ter dinheiro nem para comprar sua própria comida, ele terá que aceit...