Capítulo 12: Declaração de guerra.

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-Bom, como eu disse, desta vez estamos sozinhos nesta guerra, não teremos ajuda de celestiais e muito menos de Deus, isso porque a raça humana se provou indigna de seus cuidados. Em resumo teremos que nos virar, mas não é isso que você deve saber, o que quero lhe dizer é que depois da última guerra aqui no Brasil, que foi a guerra em que os celestiais decidiram não nos ajudar mais, Deus nos deu um último presente antes de ir embora. Ele nos deixou um livro de capa escura, nele continha todas as informações de como lidar com os demônios enfraquecidos que insistiam em rodear o oitavo portão mesmo depois de ele ser fechado, o livro é necessário já que os demônio que conseguem passar para esse mundo com a porta fechadas são os mais fortes.

-Mas por que meu nome está escrito nele?

-Simples, no livro sempre está contido na página das regras o nome de quem deve liderar a guerra caso ela comece. Antes do seu nome, o de Carl estava lá, porém já havia sumido antes mesmo de ele morrer.

-Mas como eu vou liderar um exército?

-Você não vai nos liderar.

-O que?

-Acha mesmo que eu deixaria o filho de um demônio liderar o exército do vaticano? Primeiro eles nos abandonam e depois colocam o nome de um meio demônio no livro que diz quem deve nos liderar, eu não vou aceitar isso. Precisamos de você no combate, mas como soldado, não como líder, esse é o meu papel.

-Eu deveria me sentir ofendido com isso?

-Claro que não Levi, estamos do mesmo lado, agora vou aproveitar a oportunidade para te explicar outras coisas.

-Diga, Belial.

-Bom, como já sabe, a porta pode se abrir a qualquer momento, por isso todos os sodados estão em volta do cinema preparados para agir. Com a ajuda da polícia isolamos o local, mas mesmo assim é possível que as pessoas consigam ver coisas se não os contermos neste espaço isolado, se isso acontecer, teremos que apagar a lembrança de todas elas.

-Então exorcistas tem autoridade sobre a polícia?

-Sempre tivemos, nós temos autoridade em todos os países do mundo, isso graças a confiança dos líderes mundiais em nós, algumas pessoas importantes devem saber da verdade para ajudar o Vaticano politicamente e economicamente.

-Muito interessante.

-Não é? Outra coisa que devo lhe dizer, temos um total de cinquenta soldados ao redor do cinema, vinte deles são exorcistas brancos, estes são os que não possuem cruz em seus mantos, são os mais fracos entre nós. Também temos vinte exorcistas vermelhos e dez azuis, que são os de mais alto escalão, esses números sem contar a mim que sou o mais forte deles e Arthur que é um dos mais fortes diante dos azuis. Esse número será suficiente para conter as primeiras levas de demônios, que provavelmente só terá demônios fracos e médios. Chegará a um ponto em que demônios de elite como Astaroth começarão a sair por aquela porta, se estivermos somente com estes soldados, vamos todos morrer.

-Então o que faremos?

-Simples, o Vaticano não consegue enviar de uma vez todos os exorcistas que possui, afinal existem mais portões que devem ser vigiados e outras funções dadas a nós que também são importantes e devem ser cumpridas. Porém, como se trata de uma guerra, o Vaticano disponibilizou 80% de seus exorcistas para ele, ou seja, em uma semana chegará uma leva de mil exorcistas aqui, temos que sobreviver até lá.

-Mas o portão vai abrir em seis dias, certo?

-Sim, portanto teremos que segurá-los com apenas cinquenta soldados por um dia.

-Mas isso é impossível! Como faremos isso?

-Não se preocupe, só eu já valho por mais de cem deles, a vitória será nossa.

-Certo, então o que eu faço agora?

-Arthur lhe passará um treinamento de combate, siga ele até um lugar adequado.

-Certo, vamos Arthur.

Arthur me levou para fora do cinema, já que estava tudo interditado não teria problema se treinássemos lá.

-Como você já deve ter percebido, eu não sou muito da teoria Levi, me mostre o que você sabe na prática.

-Certo, então lá vou eu!

Fui para cima de Arthur com toda minha velocidade, pude me sentir muito mais leve e rápido depois do ritual. Parti com uma sequência de socos, mesmo eu não me sentindo humano, não consegui acertar um único golpe, ele é muito rápido.

-Vamos, é só isso que o filho de um demônio de elite pode fazer? Estou decepcionado. -Falou enquanto esquivava de meus golpes.

-Já que você não vai levar a sério, então eu vou? -O desgraçado me acertou um soco na boca do estômago que me fez cuspir sangue e logo em seguida me fez cair no chão com um golpe no meu queixo, a mão dele parecia ser de aço.

-Você não é fraco, mas tem que parar de ser tão afobado na hora de atacar, você acaba pensando demais, isso deixa seus golpes lentos e previsíveis.

-Você é mesmo humano? -Disse enquanto ainda tentava me recuperar.

-Sou, mas não é por isso que eu seria derrotado por você, não pense que ficou invencível só porque ficou um pouco mais forte.

-Vou te ensinar as minhas técnicas, levante-se.

Antes mesmo de eu conseguir me levantar, senti um tremor de terra, o mesmo que senti quando Carl se sacrificou.

-Levi, vamos!

Corremos em direção ao cinema, todos estavam do lado de fora, até mesmo Belial, escutei seu grito de raiva.

-Porra Carl! Pensei que tivesse nos dado uma semana! Não era isso? O que está acontecendo?!

O tremor cessou e por um momento tudo ficou em silêncio, escutamos barulhos altos de passos vindos de dentro do cinema, olhei para o lado para ver como todos estavam, isso até meu olhar se fixar em Sarah, depois de um segundo olhando para ela, seus olhos se dilataram de uma maneira surreal, ela estava apavorada enquanto olhava para algo na porta do cinema. Viro minha cabeça lentamente para ver o mesmo que ela e entender sua expressão de horror, quando finalmente olho para a porta do cinema, vejo uma mão preta com unhas vermelhas passar pela porta, a mão era do tamanho da minha cabeça.

A criatura finalmente saiu pela porta enquanto se abaixava para não bater a cabeça, ela era enorme, tinha cerca de três metros, um corpo musculoso, dentes tortos e afiados começavam a se mostrar em uma boca circular que não se fechava e olhos pretos que não piscavam, enquanto a criatura saia, vi várias outras a seguindo para fora do cinema, eram tantas que não dava para ver quando iriam parar de sair por aquela porta. Todos estavam com um olhar de pavor, ninguém esperava que fosse acontecer tão cedo, era para termos mais seis dias já que Carl morreu ontem, como isso era possível?

Depois de ver inúmeras criaturas passando por aquela porta, consegui ver um homem passando por todos os demônios. Era um homem negro, alto e usava terno, espera... Era o mesmo homem que falou com Carl antes de sua morte. Ele foi para frente de todos os demônios até ficar cara a cara com Belial.

-Olá Belial, A quanto tempo, da última vez que te vi você anda era um bebê, um pequeno anjinho eu diria.

-Você...

-Eu, mensageiro de Lúcifer, diante de suas ordens, declaro guerra aos mortais!

-Mas como? Porque não tivemos uma semana?

-Vocês mortais são mesmo muito ingênuos, mas não esperava que você também fosse, Belial.

-Bom, então o ingênuo aqui vai cortar a sua garganta.

O demônio gargalhou.

-Então que comece a Guerra Santa.

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É povo, no próximo capítulo começa o arco da guerra, espero que estejam prontos hehe. // Espero que tenham gostado do capítulo, se sim não se esqueçam de votar e comentar, isso me ajuda muito.

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