Capítulo 13: "Massacre"

50 12 46
                                    

A cena era horrível, demônios sendo cortados e sangue negro jorrando pelo ar, pelo que entendi, estes demônios não possuem consciência, são apenas meros soldados inferiores que estão sendo cortados como manteiga pelas armas e espadas dos exorcistas. A única coisa que pude fazer foi observar, já que os exorcistas nem deixavam com que as criaturas chegassem até mim. Procurei por Belial no meio da confusão, ele segurava uma enorme espada dourada e matava um demônio a cada segundo, nunca pensei que acharia alguém mais rápido, forte e preciso do que Arthur.

Continuei observando Belial até sentir alguém apalpando meus braços.

-Hum, interessante, parece que seu poder ainda está bem contido, mas está melhor do que da última vez que te vi. -Disse uma voz grossa e truculenta.

Me virei e vi o mesmo homem que falou com Carl no dia de sua morte.

-Você... É culpa sua não é? Por sua causa Carl está morto!

-Por minha causa? Então é isso que você pensa? Carl morreu pelo próprio descuido, foi o pior guardião até hoje por conta de sua arrogância e soberba.

-Não fale mentiras! -Senti meu coração bater mais rápido do que o normal, acho que estou perdendo o controle, minha mente... Minha mente só pensa em matar.

Sarah narrando:

Quantos demônios eu já matei até agora? Acho que mais de vinte, ou talvez trinta, não sei ao certo. Esse tipo de luta pode ser considerado além de um massacre, ridícula e uma afronta a nós exorcistas. Esses demônios não têm consciência, são todos fracos e medíocres, isso deve ser só um aquecimento, literalmente uma declaração.

Mais um vem em minha direção, desvio de seu golpe esdrúxulo, corto seu braço e assisto sua agonia por alguns segundos até perder a paciência e cortar sua cabeça fora. De repente um pensamento vem à tona, onde está Levi? Será que ele está bem? Me viro para procurá-lo e vejo algo horrível. Aquele mesmo homem que declarou guerra a nós estava frente a frente com Levi, que estava cheiro de manchas roxas espalhadas pelo corpo e uma aura da mesma cor exalando de si assim como da última vez.

Levi praticamente flutuava no ar enquanto tentava acertar golpes na criatura, que conseguia desviar facilmente de todos, somente a pressão de seus socos fazia o ar estalar, a energia que ele estava emanando era absurda, mas o homem desviar de tudo sem a mínima dificuldade era algo ainda mais absurdo.

Finalmente ele decide atacar Levi com um soco em seu estômago, a energia desse golpe fez com que os músculos do abdômen de Levi se partissem e a pele se rasgasse enquanto ele era jogado metros para trás. Por alguns instantes pude ver fibras musculares e parte de suas vísceras voando pelo ar.

-Levi! -O homem olhou diretamente para mim ao escutar minha voz.

-Então você é uma das mortais que está contaminando nosso pequeno demônio com humanidade e sentimentos, não é? Vou matá-la por conta deste pecado imperdoável.

-Quem vai matar alguém aqui sou eu! -Disse enquanto ia em direção a ele.

Tentei acertá-lo inúmeras vezes com a minha espada, mas todos os golpes apenas cortaram o ar, o maldito nem parecia estar se esforçando. Vi o pé dele se movendo centímetros para o lado e em um piscar de olhos eu já estava no ar sendo jogada para longe e com uma dor absurda no meu abdômen, nos poucos instantes em que permaneci fora do chão, vi gotículas de sangue pairando pelo ar, parece que eu estou fora de combate.

Ele foi se aproximando lentamente de mim enquanto eu permanecia no chão quase sem consciência por conta de um único golpe. Ele chega até mim, estende sua perna direita e se prepara para esmagar meu crânio pisando em meu rosto, vi a morte diante dos meus olhos, era desesperador, mas eu já sabia que tendo a função de exorcista um dia ela chegaria até mim em uma batalha.

Flores negrasOnde histórias criam vida. Descubra agora