Capítulo 12

297 20 41
                                    

Cristão encontra-se com Formalista e Hipocrisia

     Enquanto Cristão pensava nisso, viu dois homens, Formalismo e Hipocrisia, que saltavam por cima do muro, do lado esquerdo do caminho estreito. Quando se aproximaram, Cristão perguntou:

     − De onde vocês vieram? E aonde vão?

     − Nascemos na terra da Vanglória e vamos à Cidade Celestial em busca de fama e fortuna.

Cristão questiona seu método de entrada

     Cristão prosseguiu: − Vocês dizem que querem ir à Cidade Celestial, mas, em vez de entrar pelo portão estreito, saltaram por cima do muro. Vocês desobedeceram à lei da terra do Senhor da Cidade Celestial, e ele não lhes permitirá entrar. 

Eles responderam: − Nosso caminho é mais curto; além disso, é assim que nossos conterrâneos costumam entrar. Você entrou pelo portão estreito, e nós escalamos o muro; o que importa é que todos viajamos pela mesma estrada.

     − Eu ando segundo a regra do Senhor – disse Cristão. – Vocês, pelo do próprio coração. Já estão sendo considerados salteadores diante do Senhor do caminho.

Os dois seguiam a seguiram a seu modo

     A dupla apenas disse: − Andaremos do nosso jeito; e você ande do seu.

     E assim prosseguiram, cada um a sua maneira.

Formalista e Hipocrisia argumentam com Cristão

     Depois de certo tempo, Formalista e Hipocrisia argumentaram com Cristão: − Como você, também guardamos toda a lei. A única diferença entre nós é esse manto que você usa. Quem sabe se não é para cobrir a vergonha de sua nudez?

Cristão responde

     − Esse manto me foi dado pelo Senhor da cidade. Quando eu chegar à porta, ele me reconhecerá por esse manto. Tenho um sinal na testa e também um rolo selado, que devo entregar ao passar pelo portão Celestial. Duvido que vocês tenham essas coisas, pois não entraram pelo portão estreito.

     Nenhum dos dois respondeu; só olharam um para o outro e riram-se.

Adiante, o monte da dificuldade

     Os três prosseguiram até chegarem ao monte denominado Dificuldade, ao pé do qual havia uma fonte de água. Ali havia também duas estradas: uma para a direita e outra para a esquerda. Mas o caminho estreito subia direto entre as duas e levava ao alto do monte.

Cristão bebe água

     Cristão dirigiu-se à fonte e tomou um pouco de água, a fim de refrescar-se. Então, com ânimo, iniciou a subida do monte seguindo pelo caminho estreito.

     Formalista e Hipocrisia também chegaram ao pé do monte, mas, quando olharam para o cume íngreme, resolveram tomar as estradas laterais. Um escolheu a estrada do Perigo e perdeu-se na floresta; o outro tomou a estrada da destruição e tropeçou à beira de um abismo caindo para a morte.

Cristão sobe o monte com dificuldade

     Então olhei para Cristão, que subia a encosta. Notei que logo ele parou de correr e caminhou, depois parou de caminhou e usou as mãos e os joelhos para subir, em vista do caráter íngreme da subida.

Cristão adormece no caramanchão

     Mais ou menos na metade do caminho para o cume do monte, havia um caramanchão aprazível, construído pelo senhor do monte para restaurar as forças dos viajantes cansados. Aos chegar nele, Cristão sentou-se para descansar. Tirando do peito o rolo, começou a lê-lo, mas, já fatigado, adormeceu profundamente, e o rolo caiu-lhe da mão. Enquanto dormia, alguém chegou e o acordou, dizendo: − "Observe a formiga, preguiçoso, reflita nos caminhos dela e seja sábio!" (Pv 6:6)

Até o próximo capítulo.

Abraços!!!

#gratidãosempre

O peregrinoOnde histórias criam vida. Descubra agora