Capítulo 16

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Cristão dá uma investida mortal contra Apoliom

     Quando, porém, Apoliom estava prestes a mata-lo, Cristão estendeu a mão agilmente, agarrou a espada e disse: − "Não se alegre a minha inimiga com minha desgraça. Embora eu tenha caído, eu me levantarei" (Mq 7:8).

     Com isso, desfechou contra Apoliom um golpe mortal que o fez recuar. "Mas, em todas estas coisas somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou" (Rm 8:37), clamou Cristão, e investiu novamente contra ele.

Apoliom voa para longe

     Derrotado, Apoliom abriu as asas de dragão e voou para longe. Por uns tempos Cristão não o viu mais.

Cristão dá graças

     Durante toda a luta, Cristão se manteve inflexível e sério. Apenas quando conseguiu ferir Apoliom com sua espada de dois gumes é que sorriu e olhou para cima. Então disse: − Darei graças àquele que me livrou da boca do leão e meu auxiliou contra Apoliom.

Os ferimentos de Cristão são curados

     Então veio-lhe uma mão trazendo folhas da árvore da vida. Cristão pegou-as, e colocou-as sobre os ferimentos resultantes da batalha e ficou curado imediatamente.

Cristão satisfaz a fome

     Cristão sentou-se para comer o pão e beber o vinho que ganhara. Então, já refeito, seguiu viagem de espada na mão, pensando: − Pode haver outro inimigo por perto.

     Contudo, não voltou a encontrar Apoliom no vale da Humilhação.

O Vale da Sombra da Morte

     Vi em meu sonho que Cristão aproximava-se da entrada de outro vale, chamado Vale da Sombra da Morte. Dois homens que voltavam, correndo, deram-lhe más noticias a respeito dos perigos que havia adiante.

     − O próprio vale é escuro como breu – disseram. – Vimos também horríveis demônios e dragões do abismo, ouvimos uma gritaria contínua e um clamor como de gente agonizante.

     Mas Cristão respondeu: − Mesmo diante do que me dizem, esse deve ser o caminho para o abrigo que almejo.

Cristão entra no Vale

     Então vi que o caminho através do Vale da Sombra da Morte era cercado, do lado esquerdo, por uma vala muito profunda e, do direito, por um pantanal lamacento. O caminho em si era muito estreito. Enquanto Cristão procurava, de um lado, resguardar-se da vala, do outro, quase caía na lama, mais ou menos no meio do vale, aproximou-se da vala, do outro quase caía na lama. Mais ou menos no meio do vale, aproximou-se da boca do Inferno, que vomitava fogo e fumaça e emitia ruídos demoníacos horríveis.

Uma nova arma: A oração constante

     Aqui Cristão teve de embainhar a espada e fazer uso de uma arma nova chamada toda oração (Ef 6:18). E assim orou: "Ó Senhor, eu te rogo, livra minha alma".

     Mas os demônios invisíveis pareciam aproximar-se cada vez mais. Quando estavam quase sobre ele, Cristão bradou em alta voz: − Andarei na força do Senhor Deus!

     Então eles se viraram e deixaram de avançar.

Cristão revê sua jornada

     Ao amanhecer, ele olhou para trás a fim de ver que perigos enfrentara ao atravessar em meio às trevas. Via agora claramente não só a vala funda de um lado e o pântano lamacento de outro, mas também como era estreita a trilha entre os dois. De longe enxergava os demônios e os dragões, mas na claridade do dia eles não ousavam aproximar-se.

Até o próximo capítulo.

Abraços!!!

#gratidãosempre

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