Pelo pequeno erro

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Bruna me fuzilava com os olhos. Parecia que eu tinha cometido o maior erro do mundo. Bernard passou a rir como uma criança, praticamente caindo no chão da limousine -que estava em movimento. E David. Ele sorriu de lado. Parecia que era tudo o que ele queria ouvir. Parecia que queria ser uma pessoa normal, esquecendo a fama e sendo apenas ele mesmo. Um garoto nascido em Diadema. 

David se levantou, passando a se sentar ao meu lado. Me cumprimentou com um beijo na bochecha. Bruna e Bernard pareciam imóveis. E eu estava surpresa. - Luiz. Quer dizer, me chamo David Luiz!

Ele deu uma pequena risada e se ajeitou ao meu lado. Bruna foi para o banco com o Bernard, e os dois começaram a conversar, o que fazia com que o silêncio entre mim e David fosse ainda mais constrangedor.
(...)

Quando dei por mim, o carro estava em frente à Granja Comary. Bruna se despediu de Bernard como se fossem amigos à longas datas. Eu apenas dei um pequeno sorriso, acenando para Bernard quando ele saiu. David pegou em minha mão, deixando um papel.

- Leia apenas quando chegar em casa -ele sussurrou e então apertou minha mão. Deu um beijo em minha bochecha e saiu do carro, acenando para Bruna.

- Você é diferente Marcela, e saiba que isso é bom...
Um último sorriso antes da porta do carro ser fechada por ele. Bruna e eu nos entreolhamos, as duas desacreditadas. Não poderia imaginar que aquilo um dia aconteceria, nem nos mais fantasiosos de meus sonhos.

-Não acredito! -dissemos juntas e começamos a rir, até sermos interrompidas pelo motorista perguntando o destino de nossa viagem. 

Passamos o endereço da Bruna, e sim, era porque eu estava com medo. Eu estava com medo do David saber meu endereço. Queria rir por isso, mas a única coisa que fiz ainda dentro da limousine foi ficar quieta.

(...)

Entramos abraçadas em casa. As duas rindo, gritando, chorando e pulando. A Bruna respirou fundo e me soltou, e nessa altura já estávamos jogadas no colchão de casal que estava na sala.
-Ta. Lê logo o papel antes que você amasse ele, sua tansa! 

Eu ri de leve e me levantei. O papel estava completamente amassado em minha mão. Eu o encarava curiosa, mas algo me dizia que nada daria certo se eu o abrisse.

-Eu. Não posso fazer isso. Nem era pra mim estar fazendo isso! Pareço uma Marcela de seis anos, e não a adulta que sou. Essa história nunca daria certo, Bruna, aceitemos logo isso! 

Suspirei e joguei o papel na lixeira. Bruna me encarou incrédula e eu dei de ombros, indo ao banheiro.

- Me empresta uma roupa pra mim dormir? Não posso ficar com esse vestido...

Ela ainda me encarava. Suspirei e entrei no banheiro. Passava tanto tempo na casa de Bruna que tinha uma escova de dentes lá. Deu uma pequena risada, amarrei meus cabelos em um coque e então comecei a escovar meus dentes.
-"Desculpa a letra minha princesa, mas a culpa é do carro. Eu não sei porque não te falei isso pessoalmente. Falta de coragem. Mas a questão é que preciso te ver, sair como amigos. Meu número está no verso. Obrigado lindona"

Bruna começou a rir e minha escova já tinha caído no chão. 'Por favor. Isso não!' gritava minha mente. Mas como diz a música, já era...

You make me glowOnde histórias criam vida. Descubra agora