Pelo primeiro encontro

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Assim que cheguei, peguei um taxi. Pedi o hotel mais próximo do endereço e o taxista fez piada dizendo que eu era fã. Eu sinceramente não estava para papo, então apenas ignorei. 

O hotel ficava a duas quadras da casa de Regina. Paguei o taxista e subi para me arrumar. Ainda era cedo, passava pouco das 16:00 horas. Decidi que iria conhecer a cidade e a noite, ou no dia seguinte, iria procurar David.

(...)

Subi para meu quarto, pedi algumas frutas e fui tomar banho. Estava saindo quando ouvi um barulho, provavelmente a camareira deixando meu pedido. Me troquei ali no banheiro mesmo.

Eu já estava pronta. Um short de couro preto, larguinho. Um cropped vermelho, com um colete larguinho por cima e sapatilhas vermelhas. Comi parte das frutas, e deixei o quarto. Assim que sai do hotel coloquei meus óculos escuros e fui andando pelas ruas.

Não demorei muito para chegar em um parque. Estava vazio, o que me agradou, ficaria mais fácil colocar os pensamentos em ordem para saber se o que estava fazendo era mesmo certo.

Me sentei na grama, próxima ao lago que tinha ali. Respirei fundo e fechei meus olhos, nesse momento senti algo bater em mim. Virei a cabeça para ver o que era: uma bola. Um garotinho veio correndo pegar, e sua mãe atrás dele.

- Diculpa titia - disse o garotinho. Eu ri e peguei a bola, entregando para ele.

- Não foi nada meu anjo.

- Moça, desculpa. Abner, já se desculpou? - a morena que estava com ele se aproximou. Meu coração parou em uma batia e então se acelerou. Eram Abner e Isabelle.

- Ele já se desculpou, não foi nada... -me privei de dizer mais. Ela sabia de mim?

- Então, o que te trás aqui? Se importa de eu me sentar? -ela se sentou ao meu lado e eu respirei fundo, dando um sorriso

- Amor, vim atrás de um namorado...- revirei os olhos e ela riu. Ficamos conversando por mais um tempo, até que Abner veio correndo dizendo que estava com fome e queria a vovó. Eu ri e me levantei junto com Isa. Abner veio para meu colo.

- Vamo titia? - eu não queria, mas os dois acabaram me convencendo. O medo de dar de cara com o David era enorme. 

Bastou Isabelle parar o carro que eu desci. Estava no banco de trás com Abner. Ele já veio pro meu colo, o que me fez rir. Aquela pequena criatura causava um desejo enorme em mim, assim como a Clara: ser mãe. Ele se arrumou nos meus braços de um jeito que tampava meu rosto, então abaixei a cabeça para olhar por onde andava.

Assim que entramos ele pediu chão e foi correndo até o armário. Abner pegou um pacote de biscoito, aqueles recheados, e veio se sentar no meu colo.

- Come titia, come! -ele me ofereceu o biscoito. Nesse momento Isa entrou, cheia de sacolas nas mãos e me deixou envergonhada. Eu não havia perguntado se ela precisava de ajuda. E então fiquei ainda mais envorganhada quando ela cumprimentou dona Regina. Eu havia entrado na casa dela e nem a cumprimentei, ter Abner nos braços não era explicação.

- Dona Regina, desculpa ir entrando e nem ter te cumprimentado. Me perdoa! - ela riu e veio falar comigo. Fizemos as apresentações e Isa disse que me trouxe porque gostou de mim, e Abner mais ainda.

- Sabe, ele nunca vai fácil com as pessoas... -comentou Belle. Ele já não estava no meu colo, tinha ido pra sala

- Minha amiga Macela tio, vem vê ela. Legal! -ele resmungava no outro cômodo. Eu não dei importância, estava ajudando a dona Regina a cozinhar. Seria cachorro-quente.

- Sabe, meu filho voltou faz alguns dias. Ele tava no Rio. Acho que é problema com menina, ele anda calado. Porque não conversa com ele? Veio atrás do seu namorado, não é? -eu queria dizer que vim atrás do filho dela, mas não podia. Apenas assentia e larguei a faca, ao sentir a mão de Abner em mim. Ah sim, eu estava cortando a cebola, por isso a faca. Abner pediu colo e eu o peguei, e assim que levantei levei o maior susto.

- David? -foi o que consegui dizer ao vê-lo estático me encarando.

You make me glowOnde histórias criam vida. Descubra agora