Pela sinceridade

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David me olhou irado. Segurou com força os meus dois braços, me fazendo ficar de frente para ele.
Marcela: -Você está me machucando. Me solta!
David: -Por isso ficou nervosa. Você conhecia ela! Aquilo é verdade?
As lágrimas começaram a escorrer aos poucos. As mãos dele ainda apertavam meus braços, com ainda mais força. Tentei puxar meu braço, mas as mãos dele eram mais forte.
Marcela: -Me solta agora! Eu nem te conheço, não devo nenhuma explicação para você! -disse firme, sacudindo meus braços. E então ele apareceu. Segurou as mãos de David, o que me fez encará-lo. Era Victor.
Victor: -Que isso mano, solta ela. A garota no palco ta bêbada. Porque não vão conversar?
David me soltou e eu nem esperei para ver sua reação. Dei as costas para ele, indo em direção ao palco. Carol ainda estava gritando quando eu puxei-a pelo braço, a levando para um lugar mais reservado.
Carol: -Me solta garota!
Marcela: -Porque está fazendo isso Carolina?
Carol: -Acha que pode ser feliz? Eu só cheguei bem perto do Neymar hoje, sendo empregada! E você ta amiga dele! Namorando um jogador! - Eu dei uma pequena risada e ela se aproximou. Engoli em seco dando alguns passos para trás.
Marcela: -Eu não sou amiga do Neymar. E faz muito tempo que não sou nem fã, e você sabe disso. Estou aqui com o David para fazer o TCC da faculdade, saberia se fosse minha amiga. -os olhos dela se encheram de água. Carol se desculpou entre soluços e saiu correndo. Aquilo foi estranho para mim.
Respirei fundo e me virei. Eu fiquei sem reação enquanto vi David fechar a porta. Nem tinha me dado conta de que estava no quarto dele. David forçou um sorriso triste, aquilo rasgou meu coração. Eu respirei fundo e o encarei, esperando ele dizer alguma coisa.
David: -Então sou apenas seu passe para a faculdade? -ele sussurrou indo se sentar na cama.
Aquela cena me fez querer chorar. Respirei fundo. Nem eu mesma sabia o que ele era, como poderia responder algo? Eu o conhecia há dois dias. Dois torturantes e bizarros dias!
Marcela: -Eu não sabia que estava ali.
David: -Essa não foi minha pergunta...
Me aproximei dele, ficando de joelho na sua frente e ergui seu rosto, encostando minha testa na dele.
Marcela: -Se fosse apenas meu passe eu não te dando qualquer explicação. Não me importaria. Não diria que é uma droga isso, de me sentir confusa... Eu mal te conheço David, mas você já está tomando seu espaço em mim...
David abriu o maior sorriso do mundo. Ele segurou meu rosto com delicadeza entre as mãos dele e me puxou de leve, me dando um beijo na bochecha.
David: -Desculpa ter agido daquele jeito. Desculpa! Eu só fiquei... Acho que com ciúmes do que ela falou e... Não tem explicação. A gente mal se conhece, como você mesmo disse. Mas eu não consegui me controlar. Desculpa...
Eu ri e dei um beijo em sua bochecha. Ele se levantou, me puxando junto para ficar em pé. Outra vez seu perfume inebriante me alcançou quando ele me apertou contra seu apeito. Aquele aroma me acalmou. Sorri de lado, o abraçando com forca.
David: -Fique longe do Victor ok? Por mim...
Não gostava de homem algum mandando em mim, aliás, meu pai tinha sido o único que havia conseguido. Mas bastou ele é minha mãe se separarem que nem mesmo ele conseguia mais. Mas mesmo assim eu assenti de leve e então saímos do quarto. Curtimos o resto da festa, passei a maior parte do tempo dançando com a Bruna enquanto Bernard e David ficavam nos olhando, até que Victor se aproximou.
Victor: -Dança comigo?
Eu neguei de leve e me desviei dos braços dele, que não insistiu. Mas não posso negar que gostaria de dançar com ele. Como eu disse ao David, a gente mal se conhecia, éramos nada mais do que amigos. E mesmo assim neguei, não sou normal! Voltei a dançar com Bru e assim passei o resto da festa.
(...)
Todos já haviam ido. Ficamos apenas os quatro já que a casa era de David. Ele estava juntando os copos e os levando na cozinha, eu o ajudava enquanto Bruna e Bernard estavam dançando, sem música alguma.
Bruna: -Bê, você me leva? Vamos Máh?
Assenti de leve encarando Bruna. Nem me toquei que ela estava deitada no sofá, assistindo a qualquer coisa que passava na TV. Suspirei e limpei minhas mãos, parando na frente de Bruna, já na sala.
David: -Fica aqui essa noite. Te levo amanhã bem cedo em casa... É que quero conversar com você.
Aquelas palavras fizeram meu estômago rodar. Eu estava com medo de ficar sozinha com ele, mas sabia que era preciso. Encarei Bruna dando uma piscadela e voltei para a cozinha. Ouvi algum tipo de brincadeira da parte do Bernard e então Bru reclamou com ele.
Terminamos de limpar a cozinha em silêncio e então eu me deitei no sofá, junto com David. Encostei minha cabeça no peito dele. Podia ouvir os batimentos se acelerando e diminuindo. Podia sentir mais uma vez seu perfume. Fechei meus olhos, deixando minha mão sobre o seu coração.
David: -Vamos conversar, Marcelinda?

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