Quarto Capítulo
As crianças e Trumpkin se encontravam navegando pelo rio com o barco que o mais novo dos garotos havia pegado dos telmarinos quando resgataram o anão.
Theodosia se encontrava sentada ao lado de Edmundo, distraída enquanto brincava com a água cristalina que refletia o sol, ela lhe parecia tão refrescante.Com exceção da queda d'água, não tinha barulhos ali, as quedas sempre soavam bem por si só, mas tinha algo de errado. As árvores. Elas estavam silenciosas. Dependendo do lugar, isso deveria ser algo bom, mas em Nárnia não. Elas não pareciam estar vivas, não como as árvores do lugar costumavam estar. Os irmãos que estavam observando o lugar, logo notaram isso. E assim que Lúcia disse que as árvores do lugar dançavam, Trumpkin explicou o que havia acontecido quando os cinco saíram de Nárnia:
— Pouco depois que sairam, os telmarinos invadiram. Os sobreviventes se retiraram para os bosques, e as árvores se retiraram para tão dentro delas que nunca mais as ouvimos falar. — Edmundo observou Theodosia de canto, e notou que a garota não parecia está prestando atenção ao que o anão havia acabado de falar, mas ela estava. Theodosia quase sempre tinha sua mente atenda ao seu redor, mesmo que não parecesse. Mas a garota preferiu fingir que não estava ouvindo, talvez assim, não precisasse ter que perguntar sobre o que queria evitar falar.
Edmundo, por sua vez, gostaria de perguntar sobre a filha, se Trumpkin sabia algo dela, mas preferiu não fazer isso ali, próximo a Theodosia.A garota só veio mostrar estar atenta quando escutou o nome de Aslam vindo de Lúcia.
— Aslam? Achei que tivesse nos abandonado junto com vocês. — disse o anão desviando o olhar para a água.
— Não quisemos abandoná-los. — respondeu Pedro na expectativa de que aquilo servisse de consolo. E de fato eles não queriam, simplesmente aconteceu.
Não demorou muito para que chegassem em terra firme.
Enquanto os quatro mais velhos e Trumpkin ancoravam e puxavam o barco para fora da água, Lúcia observava o lugar quando viu um urso pardo em outra ponta do rio.— Olá seu urso. — comprimentou a garota se aproxima do com um sorriso no rosto. Os outros quatro olharam com curiosidade para a mais nova, já Trumpkin não demorou muito para notar algo de errado no animal que estava grunhido para Lúcia.
— Não se mova, Majestade. — alertou o anão, mas já era tarde demais. Assim que Lúcia se virou para Trumpkin, o animal disparou em sua direção, e a mesma começou a correr.
Susana era a única que estava com sua arma em mãos, os outros quatro haviam corrido para o barco para pegar as suas.
— Fique longe dela! — advertiu Susana com seu arco pronto para atirar no animal, mas não atirou, mesmo com a ordem de Edmundo para que fizesse.
A verdade é que Susana tinha horror a matança, mesmo que em defesa. Ela tinha a esperança do urso parar antes de atacar a mais nova, e assim não precisaria atirar nele, mas isso não aconteceu.O animal estava prestes a atacar Lúcia quando uma flecha o parou, mas não foi a de Susana. Trumpkin foi mais rápido que a garota, e atirou sem pensar duas vezes.
Todos se apressaram até Lúcia para ver se a garota estava bem. Edmundo se mantinham em alerta com o animal, enquanto o mais velho abraçava Lu.
— Ele não me parecia ser como os animais narnianos que conhecemos. — disse Theodosia observando.
— Seja tratado como um animal burro por muito tempo, e é isso que você virá. — respondeu o anão com um enorme pesar na voz.
Após o infortúnio com o urso, os seis estavam caminhando pela floresta.
Não se recordavam muito bem do caminho, o lugar estava tão diferente desde que partiram.— Não me lembro desse caminho. — disse Susana observando atentamente o lugar.
— Mulher é assim, nunca consegue guardar um mapa na cabeça. — comentou Edmundo sorrindo, mas logo o sorriso se desfez ao receber um soco no ombro de Theodosia.
— E você, aparentemente, não guarda nada na sua! Já lhe avisei para não questionar minha memória, Edmundo Pevensie. — respondeu a garota com um olhar enfurecido, lembrando-se do momento em que os dois entraram pela primeira vez no guarda roupa. — Além do mais, a culpa não é minha se homens têm a necessidade de serem guiados por um pedaço de papel, já que não conseguem aprender a ler o céu ou terem o mínimo de senso de direção para andar por si só!
— E porquê já temos a cabeça cheio de outras coisas. — disse Lúcia.
— Como evitar que vocês, homens, se matem graças ao egocentrismo e necessidade de mostrarem que são uns melhores que os outros. — complementou Susana. — Queria que ele tivesse ouvido o N.C.A. logo de cara.
— N.C.A.? — perguntou Edmundo passando a mão no local onde Theo havia socado segundos antes.
— Nosso Caro Amiguinho. — respondeu Lúcia sorridente para o irmão, já havia superado o acontecido de segundo atrás.
Não demorou muito para que uma nova discussão vinhesse a tona, e outra vez foi graças ao caminho que seguiam, mas dessa vez foi com Pedro e Trumpkin.
Theodosia que via a discussão encostada em uma das rochas, não pode deixar de rir com aquilo e todos a olharem.— Do que está rindo, Theodosia? — perguntou Pedro já levemente impaciente com tudo aquilo.
— Aparentemente não é só mulheres que não guardam os mapas na cabeça, Magnífico. — respondeu a garota com ironia. — Deveria escutar Trumpkin, ele está aqui a anos, não conhecemos mais as terras, e não sei se notou, mas não há uma passagem ai.
— Ele viu Caspian no bosque Trêmulo, e o melhor caminho é pelo rio Veloz. — respondeu Pedro para a garota.
— Não seria mais fácil tentar ao menos encontrar outra forma de chegar até ele?
— A não ser que eu esteja errado, Sua Graça... — dirigiu-se Trumpkin para Theodosia. — Não existe passagem por aqui.
— Então está explicado. — disse Pedro intrometendo-se. — Você se enganou! — o mesmo voltou a caminhar, ignorando qualquer coisa que Trumpkin tentava falar com ele.
Os demais se entre-olharam por alguns segundos, antes de voltarem a seguir Pedro.
— Quando que ele se tornou essa pessoa autoritária? — perguntou Theodosia. — Não que ele não fosse mandão antes, mas agora...
— Não sei. Mas se continuar assim, sei que já já teremos mais uma desavença porquê ele não quer escutar Trumpkin. — respondeu Susana levemente mau humorada, caminhando logo atrás do anão.
Voltei! Estão se cuidando??
Espero que tenham gostado de mais um capítulo, se puderem, votem, porquê isso me ajuda pra caramba.
Perdoe-me qualquer erro, até a próxima, não se esqueçam de beber bastante água. Beijinhos💗Obs: Por acaso, vocês gostariam que eu fizesse uma playlist com as músicas que escuto enquanto escrevo?
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𝐓he 𝐅irst's 𝐆rand 𝐃aughter: Príncipe Caspian
FantasyApós anos da volta de Nárnia e o fim da guerra, Theodosia e os Pevensie sem intenção, acabaram por se afastar. Até que de alguma forma, que nenhum dos cinco sabiam explicar, foram chamados de volta para Nárnia. E agora precisam ajudar Caspian X a r...