Uma Descoberta Desagradável

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Segundo Capítulo

Apesar da fome e cansaço, as crianças combinaram de ver primeiro o que se encontrava a cima da colina, e depois decidiriam como fariam para comer, apesar de Theodosia ficar relutante contra tal decisão, pois caso começasse a escurecer, ficaria difícil de achar algo para comer.

Seu cabelo agora se encontrava em um rabo de cavalo, e seu casaco na cintura, a garota logo tirou sua bolsa escolar, e a colocou próxima a um pilar enquanto observava o lugar com atenção.

Os cinco não conseguiam identificar onde estavam especificamente. Talvez pelo tempo, sabe-se lá quantos anos haviam se passando desde que saíram de lá, o lugar não lhes era estranho, mas ainda assim não conseguiam lembrar.

— Quem será que vivia aqui? — perguntou Lúcia para as mais velhas que aproximavam.

— Reis, talvez. — supôs Theodosia. — Depois de nós deve ter tido outros. — Susana não respondeu. A morena teve algo levemente gelado batendo contra seu pé, ao se abaixar para ver o que era, e se deparou com uma peça de xadrez de ouro.

— De fato eram reis. — respondeu Susana voltando seu olhar para Theo, e atraiu a atenção de Lúcia de vez. — Mas não outros que vieram depois de nós. Éramos nós. — concluiu a garota.

— Ei, é meu. Do jogo de xadrez. — disse Edmundo se aproximando das três e pegando a peça da mão de Susana. Ah, claro. Como Theo não havia lembrado? Edmundo passou noites ensinando ela a jogar xadrez e brincando com o fato de alguém tão observadora, sempre perder por fazer um simples movimento em falso com peças importantes, como rainha ou suas torres.
Ao menos ela sabia jogar com explendor com seus cavalos, prevendo todos os movimentos possíveis que ela poderia fazer com eles, e como as peças de Edmundo ao redor poderiam responder aos movimentos. O uso dos cavalos era a única coisa que dava alguma chance de vitória da loira, mas no final das contas, quase sempre levava um xeque-mate do garoto.

— Que jogo de xadrez? — perguntou Pedro se aproximando também.

— Em Finchley eu nunca tive um fogo de xadrez de ouro puro, mas isso é meu. — rebateu Edmundo, e as irmãs se entreolharam. Lúcia puxou Pedro pelo braço, até a parte mais alta do lugar, o que fez os outros seguirem eles até lá. 

A mais nova logo mandou que eles visualizassem muros, colunas, telhado, enquanto posicionava os quatro em uma ordem. Edmundo, Pedro, Theodosia, Susana, e por último ela.
E foi até que todos entenderam onde estavam, o antigo lar deles, Cair Paravel.
Ah pobre Cair Paravel, era um lugar tão lindo, mas agora se encontrava em pedaços, quase irreconhecível.

Enquanto observavam o lugar, agora com outra visão, sabendo o que aquilo havia sido um dia, Edmundo fez uma observação um tanto quanto interessante. Cair Paravel não teria desmoronado após uma tragédia natural, e sim graças a catapultas, o que significava que o lugar havia sido atacado. 

Após tal observação de Edmundo, o mais velho se direcionou a uma parede ainda de pé, e assim que os dois garotos a tiraram da frente, encontraram uma porta ali, que Pedro precisou quebrar parte dela, para que pudessem abri-la, e assim que fizeram, se deram com um corredor com uma escuridão completa.

Pedro rasgou uma parte de sua blusa, e a enrolou em um pedaço de galho que se encontrava no chão, fazendo com que os outros quatro se entreolhassem, como se algum deles pudesse responder a dúvida dos outros.

— Por acaso têm fósforos aí? — perguntou o loiro se referindo a bolsa de Edmundo.

— Não, mas... — começou o garoto abriu a bolsa e tirando um lanterna de lá. — Será que serve? — perguntou o mesmo com o riso de escárnio olhando pra as garotas que riram junto.

— Podia ter me falado um pouco antes, não acha? — perguntou Pedro rindo da situação.

O primeiro a entrar foi Edmundo com a lanterna, Pedro fez sinal para que o trio fosse antes dele, e assim fizeram. Su entrou logo depois do irmão mais novo, seguida de Theodosia, Lúcia e por último Pedro.

Ao chegar no andar de baixo, os cinco se apressaram para seus baús que ficavam a frente de sua estátuas.

— Eu era tão alta. — Lúcia havia pegando um de seus antigos vestidos e colocou a frente de seu corpo, para observar a diferença de tamanho.

—  Não, é que você era mais velha. — explicou Susana com um sorrindo para a menor.

— Ao contrário de centenas de anos depois, quando é mais jovem. — brincou Edmundo.

Theodosia abriu seu baú, a primeira coisa que viu foi o arco que usava para caçar. Apesar de ser apenas um arco comum, sem nada que teoricamente o difereciasse de qualquer outro, como o de Susana, a garota havia entalhado suas iniciais, junto com uma meia lua e uma estrela D'alva, o mesmo símbolo que tinha em sua espada. Ah, sua espada. Theodosia logo viu sua querida companheira de batalhas, Jersey. A garota abriu um sorriso ao vê-la, e a pegou de imediato, acionando o click, sorriu ao sentir o peso dela em sua mão outra vez. A loira pôde ver seu reflexo contra a lâmina negra do objeto, rapidamente olhou para sua estátua e se deu conta que seu rosto apenas ficou com traços mais maduros, mas ainda se parecia muito a garota de agora.

— Será que eu vou ter a mesma aparência que tive aqui quando mais velha? — perguntou Theo pensativa.

— Seria estranho se não tivesse. — Edmundo que tinha seu baú ao lado do da garota, se aproximou um pouco mais dela. — Mas mesmo que não tenha, posso te garantir que ainda será tão bela quanto já foi. — disse o mesmo, arrancando um sorriso da loira.

Pedro foi o último a tocar em seus pertences, assim que abriu o baú, pegou sua espada, e desembainhou a mesma.

— Nos dentes de Aslam o inverno morrerá. — disse o loira, recitando a escrita em sua espada.

— Em sua juba, a primavera voltará. — completou Lúcia com o semblante triste ao se dar conta de algo. — Os nossos amigos, o Sr. Tumnus, os castores. Todos se foram. — disse choramingando.

Ao escutar a frase da mais nova, Theodosia voltou ao exato momento que se deu conta de ter perdido sua filha e acabou deixando sua espada escapar de sua mão. Nesse momento todos se deram conta do que, até então, só o casal já tinha notado, eles não veriam sua sobrinha novamente.
Edmundo que estava próximo da garota, a puxou para um abraço, como havia feito a anos atrás quando voltaram de Nárnia.

— Theo. Ed. — chamou Lúcia com a voz um pouco fraca, tentando formar alguma frase de consolo, mas nada saiu

— Sentimos muito. — foi tudo que Susana conseguiu dizer. Edmundo trocou olhares brevemente com as irmãs e em seguida com Pedro.

— É hora de sabemos o que aconteceu.

Voltei!! O cap não tá lá essas coisas, mas ok.
Espero que tenha gostado, se sim, não se esqueça de votar.
Espero que estejam se cuidando, e bebendo muita água. Até a próxima, bjss💓

𝐓he 𝐅irst's 𝐆rand 𝐃aughter: Príncipe Caspian Onde histórias criam vida. Descubra agora