Uma Noite Agradável E Manhã Agitada

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Sexto Capítulo

Beaumont evitou dizer qualquer coisa desde a conversa com a mais velha. Ela simplesmente não conseguia, seja para falar com Trumpkin ou qualquer um dos irmãos.
As palavras de Susana ficavam se repetindo na cabeça de Theodosia, agora mesmo que ela não queria falar com Edmundo, mas dessa vez não por raiva de algo que ele havia lhe feito, mas vergonha de si mesma.
Vergonha de tê-lo tratado daquela maneira, quando na verdade queria abraçá-lo e enchê-lo de beijos, aproveitar o máximo que conseguiria, até porquê não se sabe até quando as coisas podem durar.
Está tudo bem em um segundo, todos felizes, vivendo seus vidas e de repente puf não existe mais uma vida. Tudo acabou. E não valerá de nada querer recuperar, ou lamentar-se por isso depois de já ter perdido.
Não é como um objeto quebrado que podemos tentar recuperar, uma vez a linha da vida cortado, já era, nada o consertaria.

A noite não demorou a chegar, e com ela, o cansaço que já estava presente nos cinco, ficou mais forte.

Os garotos ajudaram Trumpkin com a fogueira, enquanto as outras três foram atrás de algo para comerem.
Após comerem, o anão foi o primeiro a adormecer, já Lúcia a se encontrava deitada, com a cabeça apoiada no colo de Susana, que lhe fazia cafuné, enquanto contava como os irmãos se envolveram em uma confusão na estação de trem pouco antes de voltarem para Nárnia.

— Por que não sabem agir civilizadamente? — perguntou Theo, agora conversando com os irmãos.

— Ele quem pediu. — disse Pedro.

Você esbarrou nele, Pedro. Você quem deveria ter pedido desculpas. — respondeu Susana.

— Eu sou um rei, não preciso me desculpar.

— Você é rei, não mal educado. — rebateu Theodosia.

— Eu não precisava pedir desculpas.

— Você não precisava agredir alguém. — disse Lúcia. — E como se não bastasse o Pedro, Edmundo ainda inventou de ir junto.

— Ele estava apanhando pra três. — defendeu-se Edmundo.

— Eu não tava apanhando!

— Ah, estava sim! — disse Susana e Lúcia juntas, o que fez Theodosia rir.

— Edmundo não esteve tão errado. Pelo menos não foi ele quem caçou a confusão. — disse Theodosia criando coragem para finalmente se direcionar ao namorado. — Além de três contra um não ser nem um pouco...

— Justo. — completou Susana revirando os olhos, e os cinco riram.

— Mas o Pedro é mal agradecido. — disse Edmundo um tanto indignado.

— Eu não precisava de ajuda! Eu estava ganhando.

— E lá vamos nós de novo... — Disse Susana suspirando.

— Você estava ganhando sim, uma surra e talvez um olho roxo. — rebateu Edmundo.

— Como foi o seu dia no colégio, Theo? — perguntou Susana na expectativa de mudar o assunto, e tirar a atenção dos irmãos daquela briga, mas a tentativa foi em vão.

— Eu não pedi sua ajuda!

— Claro que não, estava ocupado demais apanhando. — retrucou o moreno.

𝐓he 𝐅irst's 𝐆rand 𝐃aughter: Príncipe Caspian Onde histórias criam vida. Descubra agora