Capítulo 3 - Separação

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O que está em negrito é o que é dito através de sinais. 


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- Hmmm... – o moreno coçou os olhos ao acordar, erguendo o tronco para fitar o lugar onde estava, que sabia, não era sua casa. Se perguntou onde estava e o que havia acontecido, mas não podia lembrar, o último do que se lembrava era estar com Lee em uma lanchonete, depois mais nada, tudo era branco.


(...)


Naruto acordou com sua cabeça doendo e apenas por um breve momento havia esquecido do dia anterior, esperava encontrar Sasuke a seu lado, mas se sobressaltou quando quem encontrou nu em sua cama foi Sai, seu ex-namorado da época da escola.


- Mas... o que... – e então flashs do dia anterior fizeram ato de presença, o lembrando tudo o que havia acontecido, Sasuke havia lhe traído, e ele havia revidado, tendo sexo com Sai, havia usado o pálido e estava arrependido, Sai não merecia ser usado daquela forma, ou pelo menos isso pensava ele.

- Naru? – o pálido chamou ao acordar e notar o semblante pensativo do maior, podia ver o arrependimento em seus olhos.

- Sai, precisamos conversar. – e sabia que essa conversa não seria nada boa para ele.


(...)


Ambos haviam se vestido, e após combinar de se encontrar mais tarde para conversar, o pálido foi embora, deixando o loiro para trás. Naruto arrumou o quarto, tirando as provas de seu crime, embora havia decidido se vingar de Sasuke dormindo com Sai, acreditava que este não merecia ter seu nome envolvido em algo assim, preferia resguardar seu ex-namorado. Ao terminar de arrumar tudo, olhou seu celular, vendo dezenas de chamadas e mensagens da escolinha de Menma, além de Itachi, que certamente deveria ter buscado o menino após este ter ficado muito tempo esperando um de seus pais. Pensou em seu filho, seria realmente seu filho ou Sasuke o estaria traindo a mais tempo? Mas então descartou essa opção, Menma era sua cópia quando criança, havia herdado praticamente tudo dele, os olhos, a cor da pele, os traços e até as marquinhas nas bochechas, o único que tinha de Sasuke era a cor do cabelo, no restante ele era um mini Naruto cuspido e escarrado. Suspirou, pelo menos tinha a certeza que não estava sendo um idiota, criando o filho de outro.


- Naru? – seu corpo se tencionou quando a porta do apartamento foi aberta e Sasuke apareceu, e não pôde evitar apertar os punhos, se contendo para não partir para cima do menor, depois de tudo odiava a violência – O que... houve? Onde... está Men-ma? – perguntou o moreno ainda confuso, sua mente estava uma bagunça, aquele grande branco entre tomar um suco com Lee e acordar naquele quarto de motel o estava confundindo, Naruto o havia deixado lá? Sozinho? Era só isso que conseguia pensar, afinal jamais iria a um local como aquele com outra pessoa que não fosse seu marido.

- Está com seu irmão. – respondeu o loiro frio, frieza essa que estranhou ao pequeno moreno.

- O que... está... acon... – mas antes que pudesse concluir o que diria, Naruto o cortou.

- Sasuke... eu quero o divórcio.


(...)


- Eu não entendo porquê diz isso... – falou o moreno em meio à sinais, sua angústia ao ouvir aquela frase não lhe permitia sonorizar com clareza.

- Não importa, apenas quero o divórcio. – resolveu não lhe dizer o motivo pelo que dizia aquilo, não queria se humilhar ainda mais dizendo que sabia de seu caso com Lee, não lhe daria esse gostinho.

- Mas Naru...

- Sem mas Sasuke. Será que não entende? Eu não te amo mais. – e as lágrimas que o ex-Uchiha retinham finalmente escaparam de seus olhos, o moreno abaixou a cabeça, sentindo o como seu coração doía, ainda assim respondeu.

- Eu... entendo. E aceito. – respondeu com dor, não podia obrigar Naruto a amá-lo, o amava tanto que só o queria ver feliz, mesmo que não fosse com ele.


(...)


Naquele mesmo dia, Naruto tirou todas suas coisas do apartamento, as colocando em um carro, para logo transportá-las a algum outro lugar, qualquer outro lugar que fosse o mais longe possível de seu em breve ex-esposo. Quando Itachi chegou ao fim do dia, trazendo Menma consigo, resolveu não pedir as explicações que depois exigiria, ao ver o clima pesado em que estavam, depois confrontaria seu irmão. O mais difícil havia chegado a Naruto, explicar o porquê sairia de casa à seu filho, um pequeno que de nada tinha culpa.


- Mas... pu que (por quê)? Pu que (por que) papai emboia (embora)? Papai não ama papi e Mema (Menma) mais? Mema (Menma) fez alguma coisa? – perguntou o pequeno com os olhos cheios d'água, estas rolando por sua face. O loiro então o colocou em seu colo.

- É claro que não bebê, você não fez nada errado, é o melhor menino do mundo e papai te ama muito, mais do que qualquer coisa e qualquer um nesse mundo. – respondeu o Uzumaki, o abraçando – O que acontece é que... às vezes... os pais tem alguns problemas, alguns problemas que não podem resolver, e eles tem que se separar.

- Mas pu que (por quê)? – insistiu a perguntar o menino, não entendendo porquê de repente seu pai não os queria.

- Quando ficar mais velho você vai entender. Por agora, só quero que lembre que eu te amo, Menma. Eu sempre vou te amar.


(...)


Ambos, "mãe" e filho ficaram na frente do prédio, olhando ao carro do loiro, até que este se afastasse por completo, se perdendo de suas vistas, o menino abanando insistentemente a seu pai, até o perder de vista, foi só então que girou o olhou à "sua mãe", que o carregava nos braços.


- Papi? Não choie (chore), papi. – o bebê falou, abraçando com seus bracinhos pequeninos o pescoço do adulto, que permitiu que as lágrimas rolassem soltas ao sentir a calidez do abraço de seu filho, porque mesmo Naruto o havia deixado sabia que não estava sozinho e jamais estaria, seu filho sempre estaria consigo, ou pelo menos isso pensava naquele momento, enquanto sentia o abraço amoroso e os beijos acalentadores em sua bochecha.


(...)


O homem pálido franziu as sobrancelhas e colocou seu robe, havia acabado de sair do banho e ainda nem havia se vestido. Sem colocar mais nada além daquele tecido vermelho, andou até a porta, se surpreendendo ao encontrar aquele par de olhos safiras que desde sempre o haviam apaixonado. Naruto ao ver a porta ser aberta, levantou o olhar, encarando os negros alheios.


- Me faça esquecer. – foi o último que disse, antes de entrar ao apartamento, colando seus lábios aos de Sai, apenas fechando a porta com o pé, antes de conduzir este entre beijos ao quarto, para novamente serem um, resolvendo deixar a culpa por usar o pálido de lado, o único que queria era esquecer a Sasuke, não importava como. 

E agora... Quem é o infiel?Onde histórias criam vida. Descubra agora