Nos braços do inimigo

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O TIRO ECOOU ALTO, Hoseok gritou de dor ao ser atingido no braço, caindo no chão.

Emily foi conduzida em uma corrida para longe, tudo que tinha era um sutiã e uma jeans aberta. Poderia se preocupar com isso, mas precisava acompanhá-lo sem tropeçar nos calcanhares — um passo dele eram dois seus ou mais.

Seus olhos se arregalaram com os corpos espalhados no caminho, homens que horas atrás estavam vivos.

O estômago revirou e pensou que desmaiaria. O assistiu abrir a porta do carro preto, era um Jeep, e pediu que entrasse. Refletiu pouco se deveria, mas tudo que queria era ir embora daquele lugar.

Assim que o fez, ele trancou a porta e contornou o carro para subir no banco principal. Manobrou em uma velocidade que quase os fez tombar e saiu daquela mansão na mesma pressa.

Emily colocou as mãos sobre o painel e se inclinou olhando para os próprios pés. Ia vomitar? Tinha visto pessoas mortas mais uma vez? O que diabos estava acontecendo?

— Vai ficar tudo bem agora — ele disse, mais rude do que o normal para uma frase como aquela.

Quem era esse cara?

Respirou fundo várias vezes para então inclinar um pouco a cabeça em sua direção, olhou a mão tatuada no câmbio, seguiu olhando seu braço igualmente coberto. O outro não estava, as outras tatuagens estavam espalhadas em seu pescoço, tribais e alguns desenhos maneiros, outros eram escritas muito mal feitas, mas que ficaram muitíssimo bem para agregar sua personalidade.

Estava focado na estrada, apressado demais.

Por que estava com ela? Quando o fitou, demorou em seu rosto bem desenhado, nariz, boca... tão familiar, mas não deveria ser possível, aquele homem era perfeito, não se lembrava de conhecer alguém tão completo. A sensação que a trazia era de um conforto misterioso.

— Te levarei para um passeio, vamos para Itália — anunciou.

— Itália?! — Seus olhos se arregalaram.

— Tempo o suficiente para te manter segura.

— Me manter segura? Eu não sei nem o que está acontecendo! Você é louco?!

Ele a fitou por um momento, seus olhos eram impenetráveis, acabou se perdendo em seu corpo. Emily se abraçou de imediato.

— Tire os olhos de mim...

— Desculpe! — ele pediu depressa.

Franziu o cenho, aquele estranho estava tentando ajudá-la?

— O que quer de mim? — perguntou aflita, sem conseguir encará-lo. — Por favor... pare esse carro em algum posto policial ou em uma rodoviária... Eu quero ir para casa... Estou com medo!

— Mantenha o carro na estrada — pediu, soltando o volante.

Emily o olha indignada por não ser respondida, porém não demorou para entender assim que o viu soltar o volante, tendo que assumir o controle da direção. Ele tirou o colete e o deixou na porta ao seu lado, distante de Emily, em seguida tirou sua camisa, nesse momento o carro saiu da linha da estrada e ele se endireitou a assustando, fazendo-a manter o controle novamente.

Seus olhos se perderam em seu corpo impecável, o abdômen definido, a tatuagem estava escrita em sua costela, era tão lindo que não conseguia palavras para descrever.

— Solte o volante.

Emily se afastou, voltando a se abraçar. Enrubescida.

— Vista minha camisa — diz sério.

Nos braços do inimigoOnde histórias criam vida. Descubra agora