Irmão

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ANTES

Assim que Emily se virou, sentiu uma terrível pancada na boca do seu estômago, e seus joelhos fraquejaram, não conseguia respirar, seu fôlego tinha desaparecido.

- Finalmente, Emily Kang. – a voz soara suave demais, foi obrigada a levantar, os braços a envolveram impiedosamente – Não pensei que te encontraria tão fácil! Pensou que fugiria para sempre?

Olhou para cima e conseguiu vê-lo, era Kim Seokjin, e finalmente havia entendido o porque Jungkook estava tentando salva-la.

AGORA

Jungkook estacionou o carro na estrada vazia, dificilmente alguém passaria por ali em um horário como aquele, e a chuva garantia ainda mais que isso acontecesse. Aquela altura, não poderia fazer nada além de esperar que Namjoon chegasse no Hawaii.

Subiu a íngreme colina, os raios brilhavam no horizonte, e os trovões chegavam a arrepiar. Era um noite fria, de verão, sua respiração desaparecia em uma nuvem branca no ar, ainda assim, não estava tremendo.

Chegou acima, e se aproximou do penhasco, não o suficiente para caminhar sobre ele: era uns vinte metros de altura da ponta da rocha, abaixo, estava as ondas do mar, agitadas e violentas.

Tentou avistar a praia onde Jimin, Emily e Jay haviam embarcado, mas era muito difícil enxergar com a escuridão da chuva.

Semicerrou os olhos, podia ver adiante, longe, o navio parado no meio do mar, as luzes acesas, era enorme, como o de um cruzeiro. Jimin deveria ter gastado muito dinheiro para isso, e teria que agradece-lo muito quando se reencontrassem.

O seu único verdadeiro amigo, afinal.

A chuva se tornava mais fina, ainda assim, a ventania era cruel. Caminhou em direção a casa, seu tênis se afundava na terra e grama, e assim que adentrou na cobertura, percebeu que a porta de entrada estava aberta, e pegadas de lamas seguiam para dentro.

Prendeu a respiração, por sorte estava armado, tirou da cintura e mirou. Um passo de cada vez, se fosse Namjoon, seu pai não o machucaria, tinha certeza disso.

A vela a qual Emily tinha acendido, permanecia ali, as chamas lutavam para ficar acesa, o vento cruel adentrava as janelas... Os passos se aproximavam.

Ergueu a arma, pronto para atirar, mas no ultimo instante ficou parado, mantendo ela no ar. No momento em que a silhueta escura se aproximou, sem duvidas sabia quem era aquele sábio caçador.

A arma de Jungkook caiu no chão de madeira, produzindo um som agudo do metal. Arregalando os olhos, só conseguiu dizer, em um misto de assombro e culpa:

- Irmão...

- Jungkook. – respondeu, alto e claro, frio como aquela noite.

Taehyung o fuzilava, atento, estava molhado de chuva, assim como Jungkook, suas vestes eram escuras, como se ele houvesse planejado se fundir com a noite, mas sua pele branca, quase diáfana, era o contraste perfeito.

Manteve as mãos no bolso da calça, enquanto olhava atentamente Jeon. Não havia duvidas, em todo aquele universo, só existia alguém para o qual Jungkook não fosse páreo: seu irmão. O único que o encontraria, o único que era mais rápido e ágil.

O único que Jeon era incapaz de ferir.

- Como chegou até aqui? – perguntou, sentindo a pressão na garganta.

Nos braços do inimigoOnde histórias criam vida. Descubra agora