Desmoronando

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 Taehyung desceu do porto aonde o iate estava, sem que ninguém pudesse vê-lo, Nanjoom estaria muito distraído com os mafiosos italianos, buscavam incessantemente o paradeiro de Jungkook e não o notaria fugindo do cais no meio da noite.

Sua blusa moletom preta era um contraste perfeito de seus cabelos platinados. Estava frio em Roma, como sempre costumava ser.

Caminhou para o ponto de táxi mais distante do porto dos barcos, poderia estar sendo seguido e não queria companhia, estava decidido em fazer aquilo sozinho. Escondeu a arma na cintura e olhou uma última vez no celular o endereço.

Se Jungkook houvesse descoberto a ligação estaria desperdiçando dinheiro e tempo.

Entrou no táxi e o motorista seguiu a caminho do local, fechou as mãos em punho, ansioso... Ansioso em se vingar.

Demorou um pouco, talvez meia hora para que chegassem na estreita rua vazia, estava tudo fechado, exceto as farmácias e alguns restaurantes - para os turistas: uma alegria. Checou o relógio, eram nove horas da noite, a lua brilhava distante no céu de nuvens escuras.

Pagou o motorista e desceu do táxi, escondendo seus cabelos chamativos com o capuz da blusa. O hotel estava longe de ser um dos melhores.

E estava fechado.

Suspirou, atravessando para o lado oposto, sentando-se no chão da porta de uma das lojas fechada. Tirou o celular do bolso e ativou para acessar as câmeras internas.

Sorriu de lado, não pensou que teria tanta sorte.

Jungkook acordou assustado, após um péssimo pesadelo onde tudo que via eram chamas... Seus pais gritavam em agonia, o choro desesperado de sua mãe.

Nanjoom o salvando daquele lugar, o levando as pressas para longe do fogo.

Se sentou, esfregando os olhos: estava suado, a respiração acelerada. Aquilo acontecia sempre, sua vida estava presa naquele dia como se nunca tivesse continuado.

Mas algo acalmou seu coração:

Ao seu lado, escutou um protesto baixinho, quase inaudível. Nesse momento, lembrou-se de tudo, seu corpo esquentou em segundos: Emily tinha se entregado para ele, confiado em Jungkook para ser o seu primeiro homem... Em todos os sentidos.

A admirou, dormia com um dos braços cobrindo os olhos para evitar a luz prata da lua que adentrava as janelas. Linda, sua pureza o pertencia, se perdeu em sua pele alva, seus seios que acompanhavam sua respiração suave, amostra para ele.

A cobriu com o lençol até o quadril, estava disposto a deixá-la sentir frio para preservar aquela incrível cena.

Desejou veemente domina-la mais uma vez, porém assim que terminassem, Emily sentiria fome, então buscaria algo antes de devora-la mais uma vez.

Levantou-se com o pressentimento de que se arrependeria em continuar, que talvez ao voltar ela não o quisesse como antes...

Segurou a chave do hotel... Aish! Por que se sentia tão culpado? Emily não iria descobrir a verdade, ela ainda o amaria quando acordasse... Não é?

Engoliu em seco, parado, sentindo a culpa cada vez maior. Colocou uma blusa cinza, calça jeans e seus coturnos, enfiou grana no bolso e em silêncio saiu, era uma noite fria.

Desceu as escadarias estreitas e teve de admitir a si mesmo: "o lugar era mesmo meio macabro". O hotel estava vazio, apenas a recepcionista estava ali, e em um silêncio absoluto. Fez uma leve referência tradicional a ela – que não entendeu de inicio os costumes coreanos -, e abriu a grade para sair, fechando atrás de si.

Nos braços do inimigoOnde histórias criam vida. Descubra agora