Cacos de vidro quebrados. Eu quase pude ouvir o som do meu coração se partindo como vidro. Mas por quê? Por que ela? Acho que a pergunta certa seria, por que não ela? Quem eu queria enganar? Adora poderia ter qualquer garota da cidade apenas piscando para ela. E pensar que eu cai mais uma vez nesse maldito truque, fiquei doente mais uma vez pelo amor. São tantas perguntas erradas que a minha cabeça ficou inundada, até que um estalar de dedos me trouxe de volta daquele limbo de pensamentos.
"- Cat, vamos, eu já peguei a comida"
- Que saber... Por que não comemos aqui?
Talvez eu apenas quisesse me torturar, ver aquilo até que os cortes dos cacos do meu coração sangrem até que eu pare de respirar.
"- Não precisa ficar aqui se não quiser, podemos comer na biblioteca."
- Cala a boca e senta. Aqui não tem nada de mais. E eu sinto muito.
"- Pelo que?"
- Sei que você gosta da perfuma.
"- Tá tentando evitar o assunto de que você acabou de ver a Adora beijando ela?"
- Estou. O que pediu para mim?
Eu estava torcendo para que ela não me visse ali. Torcendo para que ela não viesse se explicar por medo de que eu acabasse cedendo, mas não, não dessa vez Caterina. Não vou ceder e perdoa-la para que ela termine de pisar nos pedaços do meu coração como a...
"- Cat, não é o que você está pensando..."
- Eu estou pensando que esse prato deve estar uma delícia. E você Adora? No que está pensando?
"- Adora é melhor você ir."
- Não preciso de guarda-costas, Escorpia.
"- Cat, ela me agarrou. Quando eu me virei ela me puxou, não houve nada."
- E por qual razão esplendida você acha que eu me importo com quem você fica, Adora? Você é uma mulher livre, não temos absolutamente nada te impeça de ficar com quem você quiser.
"- Não tá brava comigo?"
- Claro que não. Aliás, queiram me dar licença, eu tenho que trabalhar.
Eu me levantei o mais rápido que pude, deixando às duas e um prato de comida intocado. No caminho eu me imaginei ganhando um Oscar de atriz mais patética de todos os tempos. "Não está brava comigo?" Essa devia ser a pergunta do ano e a resposta seria não. A culpa é minha, sempre foi. Minha culpa ter me apaixonado no primeiro beijo, por mostrar o que eu tinha de mais íntimo e por contar a minha história para alguém que eu nem sequer conhecia. Eu me senti como se tivesse dado a chave do cofre para uma assaltante de rua qualquer. Talvez eu fosse só uma idiota por cair no mesmo erro duas vezes.
Adora pov
- Pensei que ela surtaria... - Eu sentia como se algo esmagasse o meu peito, minha garganta fechava sempre eu que me lembrava daquele olhar dela sobre mim, um olhar vazio incongruente com o que ela parecia estar sentindo, impossível de decifrar.
"- Meu Deus, você é imbecil assim mesmo ou só se faz? " - Scorpia me acertou um soco bem dado no braço, eu tinha certeza que aquilo ficaria roxo... Nada que eu nao mereça agora.
- O quê?
"- Quando na sua vida você já viu ela agir assim?! Ela tá a beira de um colapso e quando ela passar dessa linha, pode apostar que ela não vai ser mais a mesma. Porra Adora, se ela fizer o mesmo que da última..." - Scorpia tinha um olhar realmente assustado, preocupada apenas imaginando acontecimentos passados. O que foi que eu fiz? Eu devia ter empurrado aquela garota, mas não sei se faria alguma diferença...
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Until you rescue me - Catradora (reescrevendo)
FanfictionCat trabalha em um dos grandes museus de Londres. Após perder sua mãe, ela vive sozinha sobre a companhia de Melog, seu gato de estimação. Em um belo dia, seus vizinhos a convidam para passar um feriado em sua casa e isso acaba lhe trazendo a tona s...