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(Desculpem os erros até agora! Espero que gostem ❤️)Catra pov - Sexta-feira 00:35
Em meio as cobertas, sobre o antigo colchão de ar que eu não usava desde que minha mãe era viva e me levava pra acampar nos parques e reservas do México, antes de nós mudarmos para Inglaterra, eu e Adora dividimos a tela pequena do meu celular, disputando entre nós duas o espaço menos constrangedor. No final de tudo, eu acabei por ceder e me recostar em seu corpo para que assim, o celular apoiado na minha pequena mesa de centro pudesse ser visto por nós duas - Ótima desculpa para poder toca-la, certo? - eram apenas nós duas.
Melog, estava deitado sobre o colo de Adora, enquanto eu acariciava seus pelos, sentindo seu corpo vibrar em um ronronar manhoso e alegre, algo que a muito tempo eu não via ele fazer. - Eu tinha uma teoria sobre o Melog e eu, como se ele fosse capaz de sentir o meu emocional e reagir de diferentes formas dependendo de como eu me sentia. Essa teoria foi quase confirmada quando a minha mãe morreu e ele roeu todos os móveis e objetos ao seu alcance, miando por noites em claro enquanto eu chorava em meio aos remédios que meu antigo médico havia prescrito para meus problemas de insônia. Talvez ele apenas tenha sentido a dor de perde-la, assim como eu. Prevendo a imensa solidão que assombraria as nossas vidas até aquele exato momento em que uma garota loira entrou pela porta de casa. - Adora, olhava atenta para o que se passava na tela do celular, tentando fazer com que eu pensasse que realmente estava interessada naquele filme, mas suas bochechas a entregavam completamente, ruborizada como se estivesse acabado de levar dois golpes em cada lado de seu rosto. Seu peito ofegava e seu coração imitava o som dos tambores dos músicos de rua que tocavam no metrô antes da parada do museu.
- Você está roubando meu gato. - Meu tom de voz havia saído mais irritado do que eu planejava, fazendo com que eu imediatamente me arrependesse de ter aberto a minha boca.
"- Ele só está ronronando por causa do seu carinho. Parece que ele só está cansado demais para escalar essas cobertas até você." - Sua voz tão serena, nem sequer emitia seu sentimento tímido que assolava seu rosto.
- Ele gostou de você, vai comer os meus móveis quando você for embora.
"- Bom, vou poder proteger seus móveis a noite inteira."
Eu respirei fundo, a olhando diretamente, tendo logo meu olhar retribuído por ela. Seus olhos, profundos me hipnotizando mais a cada segundo, fazendo com que eu me afundasse naquele mar azul calmo e avassalador, quase brilhante me puxando cada vez mais para perto dela, até o momento em que eu pude sentir a ponta dos nossos narizes se tocarem e por fim se roçarem. Sua respiração se entrelaçou junto a minha, sincronizando entre si de maneira eu eufórica. Melog, acordou e miou - Péssima hora para se ter um gato. - no mesmo momento, despertamos daquele transe tão profundo, fazendo nós duas soltarem o ar de seus pulmões por completo.
- Quer fazer outra coisa?
"- Tipo o que?" - Ela me olhou com os olhos brilhantes, como se quisesse que aquele momento voltasse.
- Eu sei que não tem muito o que fazer mas tem algo que eu gosto de fazer quando estou entediada. Eu nunca mostrei isso pra ninguém, então se contar pra Escorpia, você morre.
"- Você é uma gata bem arisca, não acha?"
Eu revirei os olhos, me levantando ao jogar uma almofada nela antes de estender a mão para ajudá-la a se levantar. Sua risada me contagiou, dando um pouco mais de coragem para fazer o que eu pretendia. Eu a levei até o meu ateliê, abrindo lentamente a porta desenhada com alguma obra de arte que eu nem sequer me lembrava mais do nome. Ao ascender a luz, Adora já podia ver as paredes pintadas e manchadas com tinta acrílica, as telas acumuladas ao lado da porta e a longa mesa de madeira escura, repleta dos mais diversos matérias artísticos e centenas de cadernos das mais variadas folhas de diversos tons e gramaturas. Os pincéis imersos em um copo com água suja de tinta e alguns desenhos inacabados expostos sobre a mesa. Na parede ao lado da mesa, de frente para a porta, uma enorme janela de vidro com cortinas escuras mas devidamente limpas que caiam nós cantos da janela, fechada para que Melog nunca saísse por alí.
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Until you rescue me - Catradora (reescrevendo)
FanficCat trabalha em um dos grandes museus de Londres. Após perder sua mãe, ela vive sozinha sobre a companhia de Melog, seu gato de estimação. Em um belo dia, seus vizinhos a convidam para passar um feriado em sua casa e isso acaba lhe trazendo a tona s...