Adora e eu havíamos conversado mais um pouco sobre como seria daqui para frente. Claro que como muitas das novas conversas, discordamos de várias coisas.
" — Você vai pra terapia, você precisa..."
— Eu não preciso de nada disso, esse tipo de coisa não funciona comigo eu nunca me sinto bem. Isso não é negociável.
" — Cat, você precisa de ajuda e eu não posso te ajudar da forma que você precisa, okay? Por mais que eu queira dizer que vamos ficar bem e que o amor irá curar todos os nossos problemas, essa não seria a realidade."
— Fiquei anos indo em psicólogos e psiquiatras, eu não vou perder meu tempo indo atrás de gente que não sabe o meu problema.
" — Eles não sabem o seu problema ou você se nega contar-lhes o que eles precisam saber?" — Aquilo havia me pegado de surpresa, às vezes eu odiava o fato dela me conhecer bem daquele jeito, mas também era algo que me deixava segura em me abrir com ela.
— Você sabe que eu não sou uma pessoa muito aberta, não me sinto segura em contar a minha vida para quem eu não conheço.
" — Então eu também vou. Faço terapia com você, e isso não vai ser negociável." — Ela se virou e começou a caminhar até o banheiro, me deixando ali naquele quarto para refletir um pouco sobre aquela conversa.
Eu suspirei derrotada, sabia que ela nunca aceitaria nenhum acordo que eu sugerisse, então apenas concordei comigo mesma que seguiria com aquela ideia, mesmo que tudo desse errado. Quando pude ouvir o barulho do chuveiro sendo ligado, percebi que o quarto em que nós estávamos naquele hotel parecia ser realmente caro. Estávamos no último andar daquele prédio, eu podia ver toda a cidade, a minha casa e o museu parecia tão próximo naquele ponto de vista. Vendo todo aquele espaço luxuoso a minha volta, não pude deixar de notar certos sinais que me intrigaram a ponto de investigar. Roupas espalhadas e alguns restos de fast food pelos cantos do lugar, sem contar que apesar da mobília elegante, o quarto parecia ser de alguém que já estava ali alguns meses.
— A quanto tempo você tá dormindo aqui? — Falei alto para que ele me escutasse do banheiro.
" — Algumas semanas eu acho, tô meio em noção de tempo..." — Assim que ela disse, eu abri a porta do banheiro, assustando ela.
— Você tá morando nesse hotel?? Adora a diária desse lugar deve custar uma fortuna!
" — Já ouviu falar em bater antes de entrar?" — Ela me olhou, tentando cobrir seu corpo como pode. "— Dinheiro não é problema, você não precisa se preocupar com isso. Agora pode me dar licença?"
— A não ser que você tenha colocado um piercing na ponta do seu pênis, aí não tem nada que eu já não tenha visto antes.
" — Não é por isso! Eu não posso evitar, eu…" — Ela fechou os olhos com força, seguido de um olhar derrotado em minha direção. " — Seu olhar já é o bastante pra..." — Ela olhou para baixo, já sendo o bastante para eu entender o que estava acontecendo.
— Eu entendi... é melhor eu ir embora, eu já tô bem. — Eu fechei a porta, peguei a minha bolsa e vesti as minhas próprias roupas e andei em direção a porta. Aquilo já estava sendo difícil de processar, eu precisava pensar e com toda certeza eu já sabia aonde aquilo ia parar.
" — Cat espera!" — Eu pude ouvir ela gritar, seguido de um barulho forte de algo caindo no banheiro, mas eu já estava no corredor quando ela apareceu só de toalha na porta. " — Você vai fugir assim?!"
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Until you rescue me - Catradora (reescrevendo)
أدب الهواةCat trabalha em um dos grandes museus de Londres. Após perder sua mãe, ela vive sozinha sobre a companhia de Melog, seu gato de estimação. Em um belo dia, seus vizinhos a convidam para passar um feriado em sua casa e isso acaba lhe trazendo a tona s...