Prólogo

1.9K 96 4
                                    

*Ínicio do Verão*

Assim que olhei para fora através da janela do avião, senti como se devesse ter ficado mais chateada. Eu devia ter sentido alguma espécie de ligação à minha cidade natal. Deveria chamar-lhe lar? Quando é que este lugar alguma vez foi como um lar para mim? Não havia nada aqui para eu sentir falta. Não tinha amigos, ou família, que pudesse recordar. Talvez o Omaha se torne a minha casa.

A minha mãe tem voado para cá e para lá entre Seattle e o Omaha. Nunca me importei com o horário do seu trabalho. O emprego sempre veio primeiro para ela, e foi por isso que o meu pai nos deixou. Era muito nova para me lembrar por isso não sou sensível em relação a isso. Recebo e aprecio os seus cheques mensais mas não são o suficiente para lhe chamar ‘pai’. O trabalho da minha mãe paga muito mais do que possas pensar, desde que ela é secretária do CEO. Ela já tem uma casa no Omaha e as minhas coisas já foram enviadas para lá. Vamos ver o que o Omaha tem para oferecer.

“Olá, eu sou o Jack” a pessoa sentada perto de mim interrompe os meus pensamentos. Virei-me para ele, dei um leve sorriso, e virei-me de volta para a janela. Não estava realmente com humor para interação social, e acho que ele percebeu isso porque não falou mais. De todas as vezes que estive num avião nunca tive que falar com pessoas. Este rapaz foi estranho. Inclinei a minha cabeça contra a parede do avião, pus os meus fones e adormeci.

************

Esperava acordar com um nó no meu pescoço mas em vez disso senti uma almofada ao lado da minha cabeça. Não me lembro de trazer uma almofada para o pescoço?! Também senti um peso no meu ombro direito. Não me livrei dele porque não queria acordá-lo. Sentei-me congelada no meu lugar. O ecrã à minha frente dizia que restavam 30 minutos de voo. Assumi que tivesse sido o rapaz ao meu lado a pôr-me a almofada à volta do pescoço. Porque é que ele faria isso? Inclinei a minha cabeça para o lado para ter uma visão melhor do seu rosto. Uau. Era realmente bem-parecido. Tinha um queixo esculpido e as suad sobrancelhas eram definidas. Tinha cabelo escuro e ondulado e tive que lutar contra a vontade de passar as minhas mãos por ele. Não achava que alguém conseguisse ser tão atraente. Usava uma sweatshirt do Nebraska por isso devia ser de lá. O nariz dele enrugou um pouco e podia senti-lo começar a acordar. Tirei a cabeça de volta para trás e sentei-me congelada no meu sítio mais uma vez.

“Bom dia” Ele disse com voz rouca enquanto levantava a cabeça do meu ombro. Tirei a almofada do pescoço e estendi-a de volta para ele. Continuava sem conseguir acreditar que ele tinha dormido no meu ombro. O que significava isto? Ele não parecia pensar que era um grande problema. Talvez estivesse apenas a exagerar.

“Obrigada pela almofada.” Disse baixinho. Estava provavelmente apenas a ser simpático comigo.

“Não te preocupes” Ele disse pondo a almofada no bolso do banco à sua frente e depois mencionou “A tua cabeça estava a cair para todo o lado. Eu dormiria melhor se tu tivesses a almofada. Não chegaste a dizer-me o teu nome, já agora.”

Corei de constrangimento e pus o meu cabelo atrás da orelha antes de responder. “Sou a Elizabeth.”

“Prazer em conhecer-te Elizabeth.” Ele disse enquanto esticava os braços. “O que te traz a Omaha?”

Deveria dizer-lhe? Acho que não me iria magoar. Não é como se o fosse ver outra vez de qualquer das maneiras.

“Bem,” comecei. Cada vez que uma história começa com ‘bem’ tu sabes que vai ser longa. “A companhia para qual a minha mãe trabalha mudou-a para o Nebraska por isso eu mudei-me também.”

“Isso é uma porcaria.” Ele disse. “Não vais sentir falta dos teus amigos?”

“Eu não tenho nenhum.” Digo sem pensar. Oh deus. Agora ele vai pensar que sou patética. Eu não costumava falar com pessoas, por isso é que normalmente digo o que me vem à mente. Olhei para cima e pude ver pena nos seus olhos. Não era o que eu precisava.

“Tenho estado sozinha toda a minha vida e estou bem com isso. A minha mãe sempre trabalhou muito, raramente está em casa e eu apenas me habituei.” Afirmei. Estava realmente bem com isso. A minha mãe ganha dinheiro para nos proporcionar várias coisas e eu respeito isso. Não deveria ter que trazê-la de volta para casa.

“Podemos ser amigos” Jack sugere.

“Não.” Disse imediatamente e pude ver o desapontamento no seu rosto por isso continuei “Não que sejas má pessoa. Eu apenas prefiro ficar sozinha.”

“Ohh… vá lá. Toda a gente precisa de um amigo. Ter um não te vai magoar.” Estendeu a sua mão esperando que eu a agarrasse. Pensei nisso por um segundo. Ele realmente não parecia assim tão mau. Não. Eu não posso permitir-me confiar nas pessoas. Estou bem sozinha. Não posso depender de pessoas, porque elas deitam-te sempre abaixo. Bem, mas, não poderia magoar-me. Hesitantemente a minha mão começou a sair do meu colo mas eu estava demasiado atrasada.

“Espera um segundo” Ele tirou o saco para vomitar do bolso, puxou para fora a mesa e começou a escrever no saco. Depois de rasbicar ele estendeu-mo. “Aqui está o meu número. Certifica-te que me ligas.”

Deu-me um sorriso charmoso, e eu peguei na mochila e retribuí um pequeno sorriso.

“Esperançosamente, ouvirei novidades tuas brevemente?” sorriu.

E aquela era a última vez que eu o via.

Ou assim pensei…

Meninas, publiquei hoje uma fic escrita por mim, vamos lá ver no que é que dá..! Gostava que lessem e dissessem o que acham ;)

Secret Valentine. Jack Gilinsky. Tradução PT-PTOnde histórias criam vida. Descubra agora