Capítulo 10: Demasiado Simpático

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Beth's P.O.V

"Beth! Não vais acreditar no que aconteceu na minha aula de matemática!" Mary Ann exclamou enquanto eu tirava livros do meu cacifo.

"O quê?" Respondi surpreendida por ela me ter abordado tão casualmente. Acho que somos amigas agora.

"Há uma rapariga na minha aula chamada Jennifer. Conhece-la? Bem, ela estava a falar sobre o seu encontro com o Gilinsky-" O meu coração meio que quebrou quando ouvi aquilo. Ele não me tinha contado nada sobre o encontro e eu também não tinha perguntado. Honestamente, também não queria ouvir falar sobre isso.

"Oh! Olha!" Interrompi-a. "Tenho que ir para a aula. Sabes como o Mr. Sawyer é em relação a atrasos. Vejo-te ao almoço?"

"Está bem" Ela parecia atordoada com a minha interrupção. "Vejo-te ao almoço então."

Tentei caminhar o mais rápido que pude porque não queria mesmo saber como tinha corrido o encontro.

"Beth!" Gilinisky apanhou-me a agarrou o meu ombro. Parei onde estava mas ainda não me tinha virado. "Porque é que estás com tanta pressa? As aulas só começam daqui a 15 minutos."

Virei-me para o encarar e apenas encolhi os ombros.

"Posso pelo menos acompanhar-te até à sala?" Jack perguntou simpaticamente. Ainda não tinha falado com ele desde aquela noite. Ele mandou-me várias mensagens, mas não me apetecia muito falar com ele. Não queria perguntar como tinha sido o encontro e também não queria ouvi-lo falar sobre isso.

"Okay" Respondi, e ele ficou ao meu lado enquanto caminhávamos pelo corredor.

"Ontem não me respondeste."

"Pois..."

"Está tudo bem?"

"Mhm"

"Vá lá, Beth. Só me disseste três palavras. Eu fiz alguma coisa?"

"Não.." Disse severamente. Ele não fez nada, na verdade. Eram apenas as minhas estúpidas emoções a tomar conta de mim.

"Estamos de volta às respostas só duma palavra? Pensava que éramos amigos..."

"Nós somos..." A minha voz falhou. Quando finalmente chegámos à sala, dei-lhe um pequeno sorriso e caminhei até ao meu lugar na frente. O Jack é fantástico e eu tenho a certeza que gosto dele. Gosto dele mais do que um amigo devia, por isso achei que devia recuar um pouco e deixar estes sentimentos morrerem. Mas os olhos dele pareceram tão tristes. Meio que doeu vê-lo a olhar-me daquela maneira. Ele não devia estar tão zangado, quer dizer, ele tem muitos outros amigos e, no final de contas, eu sou só o seu caso de caridade.

Eu não me importo de ser o seu caso de caridade. Eu gostava mesmo do Jack. Se ser meu amigo o fazia sentir-se uma pessoa melhor, então porque não? Ele era uma boa pessoa com quem estar. Sempre esteve lá para mim, e sinto que devia apoiar completamente a sua decisão de namorar com alguém, mas neste momento não consigo fazê-lo. Não quando os meus sentimentos são estes.

As minhas aulas foram passando e fui capaz de passar por todas elas sem pensar muito no Jack. Agora, a pergunta era, o que é que eu ia fazer ao almoço? Eu queria mesmo evitá-lo. Queria ver a Mary Ann, mas também não quero saber do encontro. Não posso ir para a biblioteca porque o Jack saberia onde me procurar. Não tenho mais nenhum sítio para onde ir. Acho que poderia ir almoçar? Talvez possa sentar-me longe dele.

Assim que tomei a minha decisão, a fila do almoço estava vazia e toda a gente já se tinha sentado. Quando finalmente cheguei à mesa, fui recebida por uma mão cheia de sorrisos do Jack e da Mary Ann. Notei o lugar habitual entre eles, reservado para mim, mas havia mais um lugar vazio. Era entre o Sam e o Mike. Sem pensar, fiz o meu caminho à volta da mesa para longe do Jack e da Mary Ann para me sentar perto do Mike e do Sam. A maior parte da mesa não pensou muito nisso, mas o Jack e a Mary Ann olharam para mim como se eu tivesse arruinado um ecossistema. O Jack parecia confuso e um pouco magoado, mas eu olhei para baixo e comecei a cortar a minha sandes em pedaços.

Secret Valentine. Jack Gilinsky. Tradução PT-PTOnde histórias criam vida. Descubra agora