Capítulo 04: Jantar de Família

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Depois daquele incidente com o Jack tenho tentado completamente evitá-lo a todo o custo. Já nem sequer almoço. Em educação física tento esconder-me atrás de outras pessoas, e o mais difícil é evitá-lo durante o coro. Peço sempre desculpa, vou para a casa de banho e depois volto mesmo quando a campainha toca. Não consigo encará-lo depois do que aconteceu a semana passada. Nem sequer consigo olhar-me no espelho sem me sentir embaraçada.

Antes do coro começar Ms. Erickson puxou-me para fora.

"Elizabeth, eu notei que estás a ter dificuldade em ler música". Ela explica e eu faço uma careta. Não respondo, mas pela minha cara ela consegue perceber que concordo. "Então eu estava a pensar em nomear-te um tutor. Tenho o melhor estudante desta turma escolhido para ti."

Devia ser a Mary Ann. Foi ela quem me ajudou no início. Devem ter sido essas as razões para ela lhe pedir para fazer isso. Ms. Erickson olha à volta da sala, mas os seus olhos passam a Mary Ann. Se não era a Mary Ann, quem seria?

"Oh! Ali está ele" Ela disse excitada. Ele? Oh não. Eu acho que sei o que vai acontecer.

"Ms. Erickson, eu acho que fico bem-" Não sei dizer se ela me ouviu ou não mas decididamente cortou-me a meio da frase.

"Assumo que já tenhas conhecido o nosso aluno espetacular, Jack Gilinsky?" Disse com admiração.

Assenti lentamente, evitando contacto visual com ele. Podia dizer que ele estava a sorrir na minha direção. Ugh, de todas as pessoas. Tinha que ser ele. Eu nem sequer quero um tutor.

"O Jack é o meu melhor aluno, por isso estou certa que ele te vai ajudar a melhorar os teus dotes musicais" Depois puxa-nos para os nossos lugares nos estrados e começamos a fazer o aquecimento. O meu lugar nos sopranos é mesmo ao lado dos barítonos, por isso às vezes eu fico ao lado do Jack. Por exemplo, Ms. Erickson decidiu pôr-nos mesmo ao lado um do outro no estrado. Não sei o que é que ela está a planear, mas não gosto.

Depois da aula, caminhámos, juntos e em silêncio, para a biblioteca. Infelizmente, havia um aviso na porta que dizia que a biblioteca estava fechada para uma conferência.

"Oh bem, acho que não podemos fazer isto hoje" Digo como tentativa de me escapar. Antes que pudesse ir, Jack agarra a minha pasta parando-me no meu lugar.

"Não tão rápido, nós podemos ir para minha casa." Ele sugeriu. Os meus olhos arregalaram e pode ouvir o gole de ar que engoli. A sua risadinha está estampada no seu rosto enquanto ele começa a caminhar na direção do parque de estacionamento. Relutantemente eu acabei por segui-lo. Acho que podia também pedir desculpas agora.

"Hey então, sobre aquela vez... no autocarro..." começo hesitantemente.

"Não te preocupes, dude. Foi um acidente." Ele nem sequer ligou a isso. Expirei de alívio e continuei a segui-lo. "Se tu querias tocar, podias apenas ter pedido."

Naquele momento não tive controlo do meu corpo e comecei a dar estalos no braço do Jack. Não acredito que ele disse isso!

"Ow, ow! Eu estava a brincar!" Ele gargalhou, esfregando o braço ao mesmo tempo. A escola esvaziou rapidamente, porque o parque de estacionamento estava quase vazio. Continuámos a empurrarmo-nos, na brincadeira, um ao outro durante o caminho até ao parque.

"Os teus pais estão em casa?" perguntei casualmente.

"Sim, a minha mãe está. Porquê?" Ele olhou para mim com curiosidade. Eu não sei o que é que aquilo pareceu.

"Nenhuma razão. Apenas a perguntar." Olhei pela janela, perguntando-me se a minha mãe continuará em casa. Provavelmente não. Ela disse que estaria em casa mais frequentemente agora mas está mais perto da sede da companhia.

Secret Valentine. Jack Gilinsky. Tradução PT-PTOnde histórias criam vida. Descubra agora