19.

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ariana grande.

Eu soube no começo do dia que ia acontecer algo ruim. Eu senti a angustia no meu peito, e eu jamais iria conseguir ignorar esse sinal. Eu já havia escutado aquele nome. Lyra. Ele não é um nome totalmente desconhecido, mas eu jamais imaginaria o que ele realmente significava.

Meu avô costumava me chamar de Lyra, porque ele tem uma infinidade de significados. Bem, ele me chamava assim porque ele gostava da constelação Lyra. Ele dizia que ela era única, e o sortudo que a encontrasse, ganharia na vida. Já eu, gostava do nome, porque ele também dava nome á um pássaro. Ele carregava esse nome porque suas penas lembravam o instrumento Lyra. Ele era associado a liberdade e melodia. Eu amava a ideia de ser um pássaro. Viver livre.

Meu avô morreu quando eu tinha onze anos. Talvez, por isso eu tenha demorado para lembrar. Desde que ele se foi, meus pais pararam de me chamar de Lyra também. Na verdade, eles tentaram apagar tudo o que poderia nos lembrar do meu avô. Eu nunca perguntei o porquê, mas acho que ainda não é um bom momento pra isso. Haviam coisas mais importantes para se preocupar.

Mesmo depois de saber que eu sou uma pessoa importante no tráfico, eu não conseguia deixar de sentir a angústia no meu peito. Era como um aperto enorme ali, e eu não conseguia saber o porquê.

Depois que Justin atendeu o telefone, ele ficou estranho. Eu não sei quem era, e nem me interessei muito na conversa. Eu só queria um banho quente e me aconchegar nos braços dele. Porque daquela forma, eu sabia que nada daria errado. Eu sabia que mesmo se eu continuasse sentindo esse aperto no peito, Bieber poderia tirá-lo de mim com apenas um beijo ou um simples abraço. Eu agradeço aos deuses por tê-lo comigo.

Quando chegamos em casa, Justin saiu na frente. Ele estava esquisito, mas ninguém realmente se importou. Sofia ficaria com a gente essa noite apenas para ter a certeza de que ninguém iria atrás dela. Eu nem sei porque, mas de repente começamos a nos importar com ela.

— Eu não gosto de ser transparente sobre o que eu sinto, mas obrigada. — Ela disse. Sofia estava bebendo um pouco do whisky do Justin, mas mesmo bebendo essa porcaria, ela conseguiu sorrir. — De verdade. Você salvou a minha vida.

— Eu fiz o que qualquer mulher teria feito. — Dei de ombros. — E não vá achando que eu fiz por você, porque eu não fiz. Fiz isso por mim, porque eu sei como é ser humilhada por um homem.

— Mesmo assim, você salvou a minha vida. — Ela insistiu. — E obrigada por me deixarem ficar. É impressionante o que vocês estão fazendo por mim.

Suspirei fundo.

— Olha Sofia, eu nem sei o porquê a gente ta te ajudando. Você prendeu o Bieber, e não finja que não, porque eu sei que você também ta doidinha pra me colocar atrás das grades. — Fui dura. Sofia assentiu e se encostou no balcão.

— É verdade, eu queria muito te colocar na prisão. — Ela deu de ombros. — Mas foi assim que eu aprendi a ser, Ariana. Eu aprendi que pessoas ruins, precisam pagar pelo que fazem.

— Eu não sou uma pessoa ruim. — Dei de ombros. — Eu fiz o que fiz, porque eu precisava sobreviver.

— E eu sei... Agora, eu sei. — Ela entortou os lábios em um sorriso curto. — Você fez o favor de salvar a minha vida, e eu vou fazer o favor de esquecer todos os motivos que eu tenho pra te prender. Tudo bem?

𝑷𝑶𝑰𝑵𝑻 𝑶𝑭 𝑽𝑰𝑬𝑾  :::   𝒋𝒂𝒓𝒊𝒂𝒏𝒂Onde histórias criam vida. Descubra agora