𝑷𝑶𝑰𝑵𝑻 𝑶𝑭 𝑽𝑰𝑬𝑾 ::: 𝒋𝒂𝒓𝒊𝒂𝒏𝒂

9.

ariana grande.

Louis não demora a chegar. Ele e Carter foram brincar em um fliperama no centro. Carter perguntou o que havia acontecido, e por que eu estava chorando. Expliquei pra ele que tinha caído enquanto pegava o cereal no alto do armário, mas que logo eu estaria bem. Carter foi gentil comigo, e me ofereceu carinho. Na verdade, ele ainda está deitado comigo, enquanto faz um carinho despojado no meu cabelo.

— Mamãe — Ele me chama.

— Hum. — Murmuro prestando mais atenção nele.

— Você vai ficar bem, né? — Ele pergunta. Sorrio no mesmo instante.

— Vou sim, meu amor. — Me viro para encarar ele. — O seu dodói no joelho melhorou? — Ele assente que sim. — Então, os dodóis da mamãe também vão melhorar.

Louis entra no quarto, e caminha direto para o closet. Abaixo meu olhar, e viro a cabeça lentamente. Minha mão está próxima o suficiente do travesseiro para puxar a arma quando eu bem entender.

— Papai, a mamãe caiu e se machucou bastante. — Carter diz para Louis.

— É mesmo, filho? — Ele diz irônico. Louis me encara como se dissesse que eu fiz bem em mentir. — Vai ficar tudo bem. Aposto que não foi nada.

— Ela disse que ta doendo ainda. Tem que tomar cuidado quando for abraçar ela. — Carter se deita mais e encara o pai. — A gente vai cuidar dela, não vai papai?

— Vamos sim, filho. — Ele diz sem vergonha. — Vamos cuidar da mamãe sim.

Louis é um covarde. Ele não sente remorso algum por ter me dado a maior surra, e muito menos por ter que mentir na cara dura pro seu próprio filho. Por isso, peço para que Ruby leve Carter pra fora, e respiro fundo. É agora. Esse é o meu momento. Louis pode me tirar qualquer, menos a minha dignidade. Dignidade essa que por muito tempo, eu preferi esconder debaixo de todo e qualquer pano, porque eu tinha medo de ter que brigar na justiça pela guarda do meu filho. Mas agora chega. Ele já bateu em mim para bater no Carter, é um dois.

— Eu quero o divórcio. — Digo em voz alta e sem falhar.

— O que disse? — Louis para na porta do closet.

Engulo em seco.

— Eu quero o divórcio. — Digo mais alto.

Ele dá um riso irônico, e para com as mãos na cintura.

— Vai mesmo querer brigar na justiça pela guarda do Carter? Porque, eu não sei se você já notou, mas você não tem nada. Nada está no seu nome. Você não tem nem um emprego fixo, senhorita Grande. — Ele despeja tudo como um balde água fria em mim. — Ta bem claro quem vai ganhar essa briga, não ta?

— Eu não estou pedindo por isso. — Levanto o queixo. — Eu quero distância de você. Seu nojento!

Louis fica em silêncio, porque ele sabe que o que fez foi errado. Visto que não recebi nada como argumento, eu continuei.

— Eu abri mão do homem que eu amava, eu abri mão da minha felicidade, Boullevar. Eu engoli a porra do meu orgulho pra viver em harmonia com você. Eu me sujeitei a situações que eu jamais teria me sujeitado. Tudo isso por você. — Olhei para cima para tentar dispersar as lágrimas, mas elas foram mais ágeis que eu.

— Você sequer me amava, Ariana. Me poupe desse seu discurso de merda! — Ele me olha com nojo. — Aliás, algum dia você sentiu algo por mim?

Louis não tinha o direito me olhar com nojo. Eu fui sujeitada á humilhação, enquanto ele saía como o cara do ano. No mesmo dia em que ele me dopou e transou comigo, sem o meu consentimento, eu fui obrigada a assisti-lo ganhar o prêmio de empresário do ano. Só eu sei o quanto eu senti dor em ver todas aquelas pessoas aplaudindo ele. A minha vontade era de entregar o esquema de tráfico por trás desses olhos verdes.

— Eu aprendi a te amar, Louis. Com todas as suas imperfeições. Eu te amei de verdade. — Mordo o lábio inferior. — Não foi amor a primeira vista, e você sabe disso. Mas eu aprendi a te amar. Eu sentia um carinho enorme por você. Você acolheu o meu filho... Eu só tinha que te agradecer por isso.

— E mesmo assim estamos tendo essa conversa. — Ele cruza os braços e dá de ombros. — Eu vou te caçar no inferno, Ariana. Se eu não tiver você, ninguém mais vai ter. Você pode mandar a porra dos papéis quando quiser, mas eu não assino porcaria nenhuma.

Enquanto falava, Louis veio caminhando em minha direção e apontou o dedo no meu rosto. Eu não me exaltei, apenas deslizei a mão pelo colchão e puxei a arma que estava debaixo do travesseiro. Destravei a mesma e coloquei ela no queixo de Louis. Ele estava com os olhos arregalados, porque se eu desse um tiro ali, era morte na certa.

— Se afasta. — Ele não hesitou. Eu me levantei, com dificuldade, e parei em sua frente. O cano estava apontado para o peito esquerdo de Louis. O coração. — Você vai sumir por uma hora. É o tempo que eu preciso para juntar as minhas coisas e ir pra outro lugar. Vou te dar dois avisos, e só vou falar uma vez. Um, fica longe de mim e do Carter, porque eu não vou hesitar em atirar em você. Dois, você não vai mandar ninguém nos barrar, porque eu não vou ter medo de matar essa pessoa. Você sabe o quão mercenária eu já fui, então não testa os meus limites.

— Você é uma puta de uma louca. — Ele diz cerrando os dentes. — Eu quero que você morra!

— Idem. — Digo simples. Aponto a arma para a testa dele e aceno, com a cabeça, para a porta. — Sai. Vai embora.

— Sua pirada! — Louis diz e caminha para fora do quarto.

Porra. Eu estava tão assustada que sequer vi o que estava jogando nas minhas malas. Ruby estava arrumando as coisas de Carter, então não precisei me preocupar muito com isso. Peguei todas as minhas coisas, e fui enfiando onde cabia. Eu só queria sair dessa casa logo.

Com tudo pronto, eu chamei um táxi e guardei as malas no porta malas. Me despedi de Ruby, e entro no mesmo. Nem consegui pensar direito, eu só ordenei que Louis saísse de casa, mas não pensei pra onde iria. Eu jamais apareceria assim na casa da minha mãe, ela me mataria. Não vou para um hotel, porque nesse momento, Louis já deve ter cancelado todos os cartões que eu tenho acesso. Só me resta uma última saída.

— Posso dormir aqui hoje? — Pergunto assim que ele abre a porta.

— Claro. — Bieber diz e me ajuda com as malas. — Pode ficar o tempo que precisar.

— Obrigada. — Digo e me jogo nos braços dele. Deixo as lágrimas caírem, enquanto Justin me conforta com um cafuné.
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oii gente, td bem?
bem, cm vcs já viram, vou abordar temas beeem complicados e fortes. eu não me lembro de já ter feito esse anúncio, mas se não fiz, ta aí. bom, se você se sente desconfortável ou ofendido com a minha escrita, você tem a liberdade de parar a leitura, ok? estou abordando esses assuntos porque eles não devem ser tratados como um tabu. coisas como estupro, feminicídio, maus tratos, divórcio (e uma infinidade mais), eles acontecem no nosso dia a dia, e eles precisam ser abordados o quanto antes. isso tudo acontece, fica a sua escolha se calar e aceitar ou falar sobre.
bom, era isso msm.
bjs, amo vcs
até logo :)