Capítulo XXII

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SENTIMENTOS
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— Eu estou com frio. — Ten resmungou enquanto abraçava o próprio corpo.

— Silêncio, ainda estamos próximos do castelo. — Haechan repreendeu fazendo o pálido suspirar.

Depois disso o único barulho que o trio conseguia ouvir era dos passos e da coruja que parecia insistir em segui-los.

Graças a Lua eles conseguiam enxergar aonde pisavam mas o frio realmente se tornou muito presente ao passar das horas.

Mark desviou o olhar para Haechan que caminhava ao seu lado. Ele também abraçava o próprio corpo e tentava ao máximo acompanhar os passos rápidos.

Não podiam parar agora, alguém poderia dar falta de algo e ir atrás deles.

A floresta era vasta e cheia de animais e criaturas que não conheciam e que provavelmente trabalhavam para o rei Lee.

Vendo que o menor batia os dentes de frio, passou o braço em volta de seu corpo e o puxou para perto.

Donghyuck se assustou com a aproximação repentina não evitando de arregalar os olhos, surpreso com o ato.

Achava que Mark não queria mais contato consigo.

— Eu posso esquentar você. — O maior sorriu de lado fazendo o moreno corar.

— Eu estou bem. — Sussurrou.

— Não está, você está congelando. — Apertou mais Donghyuck contra o seu corpo ouvindo um baixo resmungar.

Aquilo era verdade, Haechan era muito sensível quando se tratava de brisas geladas.

Ter o corpo de Mark junto ao seu lhe oferecendo calor já o ajudava muito, apesar de ser extremamente constrangedor.

O observou mais uma vez vendo que ele estava concentrado no caminho.

O rosto bonito estava sério, parecia pensar em algo. Perdido em pensamentos assim como ele mesmo, que não parava um minuto sequer de relembrar o gosto do demônio.

E mais uma vez estava pensando naquilo, pensando em como era tolo ao ponto de criar sentimentos por um demônio que o mataria daqui à alguns dias.

E então outra lembrança veio em sua mente, o caos que Mark criou em seu coração assim que se revelou verdadeiramente.

Foi assustador e ainda era assustador pensar naquilo, lembrar das sensações e do medo que sentiu.

— Pare de me encarar. — Mark resmungou.

— Silêncio idiota. — Franziu o cenho, não gostava de ser pego fazendo coisas constrangedoras.

Passou muito tempo pensando e encarando o demônio que ria de si.

— Quando vai parar de me tratar assim? — Ditou risonho mas ainda sim em um tom baixo.

— Nunca. — Desviou o olhar para as costas de Ten que andava na sua frente.

O pálido ouvia tudo atentamente, pensando e sorrindo discretamente.

— Ei, eu me esqueci de uma coisa. — Mark ditou. — Na bolsa de Kalen havia alguns papéis com nomes escritos neles. — Donghyuck estremeceu assim que a brisa gélida bateu em seu rosto desprotegido. — Lá estava o nome do seu irmão, e...— Riu baixo. — Um nome muito estranho.

— Que nome era? — Ten questionou com curiosidade.

— Chittaphon alguma coisa. — O menor fechou a cara no mesmo momento virando apenas para mostrar a Mark que não havia achado graça.

— Sou eu, idiota. — Cruzou os braços voltando a sua atenção para frente.

— O que? — Riu. — O seu nome não era Ten? — Inclinou a cabeça para o lado, confuso.

— É um apelido. — Resmungou. — Me erra Mark. — Revirou os olhos depositando um biquinho nos lábios.

— Já chega vocês dois, estão fazendo muito barulho. — Haechan olhou ao redor.

— O que você acha que era? Aqueles papéis. — Ten voltou a falar baixo ainda caminhando na frente.

— Eu não sei, mas você tinha razão. Tem alguma coisa estranha acontecendo, e se for uma guerra nós todos vamos estar envolvidos. — Chutou uma pedrinha sem afastar Donghyuck de si.

— Felizmente não estarei aqui para ver. — Donghyuck brincou mas não sorria, aquilo o deixava mal e ao mesmo tempo aliviado.

— Não diga esse tipo de coisa, duvido que Mark vá comer você depois de tudo o que passamos. — Ten ditou sorrindo.

— Eu ainda estou com fome. — Estalou a língua no céu da boca. — Pacto é pacto.

Ten olhou para trás encontrando os olhos do maior.

Pacto é pacto.

[...]

O Sol aparecia timidamente atrás das montanhas iluminando os rostos cansados e pálidos.

Até mesmo Donghyuck que tinha uma belíssima melanina estava branco.

O trio estava faminto, com sono e imploravam por uma cama quentinha.

— Não podemos parar nem um minutinho? — Ten reclamou cambaleando entre as árvores.

— Mark, eu não aguento mais. — Haechan parou e se apoiou em uma árvore.

— Não podemos parar, se Daia vir atrás da gente eu não vou conseguir proteger vocês. — Encarou ambos os amigos que nem ao menos pareciam ter escutado.

Donghyuck parecia abatido, mal se aguentava em pé. Também estava cansado e com fome mas não poderiam vacilar.

Bufou e examinou o local.

Mais a frente havia uma montanha e nela uma pequena caverna. Poderiam descansar se conseguissem escalar e se alojar nela.

— Vão ter que andar mais um pouco. — Apontou para o local vendo os dois meninos bufarem.

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Yooo

Esse povo não para, esse povo não para não

👁👄👁 banotchê

𝔪𝔶 𝔭𝔢𝔯𝔰𝔬𝔫𝔞𝔩 𝔡𝔢𝔪𝔬𝔫 | 𝑀𝒜𝑅𝒦𝐻𝒴𝒰𝒞𝒦 Onde histórias criam vida. Descubra agora