Capítulo XXVIII

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A MORTE
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— Hyuck...— Ten chamou mais uma vez vendo que o amigo estava imóvel ainda na mesma posição.

Seus olhos estavam fixados no rosto de Mark enquanto as lágrimas deslizavam e caíam em seu rosto pálido.

— Não é justo...— Ditou com a voz embargada por conta do choro. — Isso não é justo.

Fechou os olhos com força levando a mão até o rosto gelado do corpo, agora morto, do demônio. Acariciou com as pontas dos dedos sua bochecha direita, subiu até a testa e tirou a franja curta de lá, depois desceu até os olhos e com o indicador e o do meio os fechou.

Inclinou o corpo e depositou um selar breve na testa do outro Lee que agora descansava profundamente.

— Eu sinto muito. — Sussurrou antes de se afastar e se levantar.

Jaemin arregalou os olhos assim que o moreno caminhou até o caixão de vidro enquanto tirava o colar do pescoço.

Donghyuck afastou a tampa de vidro e observou o rosto do irmão. John era mais alto, mais velho, mais bonito, mais forte, mais corajoso...Ele era perfeito.

Depois que seus pais morreram, de alguma doença, o mais velho ficou encarregado de cuidar de si. Ele era um irmão incrível, sempre amoroso e protetor.

Entre a pessoa que cuidou e o amou e um demônio que o mataria, mas ainda sim que amava...A raiva e a tristeza o consumia aos poucos.

Não era justo.

Olhou uma última vez para trás encontrando Jaemin arrastando o corpo de Mark para dentro da casa.

Ten o encarava ansioso e com esperança, suas mãos estava juntas e tremiam de ansiedade.

Jeno estava encostado na moto, parecia meio abatido. Daia e sua alcateia já haviam se afastado, voltariam para o castelo.

Voltou a atenção para o irmão e levou o colar até o seu pescoço o colocando. O pingente brilhou fortemente fazendo o moreno semicerrar os olhos por conta da luz. Assim que ela diminuiu encontrou Johnny novamente, mas não o cadáver fedido e murcho e sim um cheio de vida, com cor e beleza.

Arregalou os olhos assim que as sobrancelhas do mais velho se fecharam em desconforto. Seus olhos tremeram e sua boca abriu, seca e amarga.

— Johnny? — Chamou em um sussurro.

O maior abriu os olhos de forma lenta e encarou o rostinho choroso do caçula.

Seu corpo todo doía, seus olhos ainda estavam se acostumando com a claridade. Sentia como se tivesse engolido um quilo de sal, escalado a mais alta montanha e rolado por ela.

— Deveriam ter me colocado em um lugar mais confortável. — Reclamou se sentando na caixa de vidro. — Mas eu gostei das flores.

— Johnny!!! — Sorriu largo abraçando o irmão com dificuldade.

O maior riu abraçando o moreno fofinho que amava. Assim que o encarou viu seu rostinho vermelho e molhado fazendo seu coração afundar no peito.

— JOHNNYYYY. — Ergueu o olhar e viu Ten correr em sua direção com os braços abertos.

— Olha só para você. — Sorriu largo recebendo o mais baixo nos braços fortes.

— Eu não acredito!!! Você realmente voltou!!! Você está aqui!!! — Ten ditou eufórico apertando mais o abraço.

— Sim, eu voltei. — Encarou Donghyuck e o puxou para mais um abraço, só que agora em grupo.

[...]

Jaemin, mesmo receoso, recebeu o grupo de viajantes em sua casa. Preparou uma refeição e os serviu.

Caminhou sem pressa até o porão e observou o corpo de Mark em cima da cama velha, que havia deixado lá já fazia anos.

Retirou a flecha de seu peito, limpou o ferimento e o cubriu com ervas. Também limpou seu rosto e ombro e por fim arrumou seus cabelos, o cadáver estava pronto para ser enterrado.

As batidas de seu coração eram dolorosas, ver Mark ali, imóvel, o deixava muito triste.

— Você também tinha esperanças de que Haechan o escolhesse, não é? — Jaemin se virou encontrando o rei Lee enrolado em um xale com uma xícara de chá em mãos.

— Talvez. — Respondeu de modo simples, se levantou e guardou as ervas que haviam sobrado.

— Eu vivi por muitos anos, por sua causa, e foi a primeira vez em que vi um demônio dar sua vida para proteger um humano. — Bebericou o chá. — Acho que Mark o amava.

— Eles tinham um pacto. — Suspirou. — Mas concordo com você.

Jeno o encarou, não sabia sobre o pacto. Mas mesmo assim sua intuição dizia que Haechan era especial para o demônio.

— Vamos nos juntar com os outros. — O rei concordou com a fala do bruxo e o seguiu até o andar de cima.

[...]

— Eu não me lembro de nada. — Foi a primeira coisa que a dupla ouviu assim que adentrou a cozinha. — É  bem estranho. — Johnny mordeu o bolinho de massa de baunilha.

— Não se lembra de como morreu? — Jaemin questionou vendo o maior negar.

— Como é do outro lado? — Ten questionou acariciando os fios lisos do maior.

— Pergunta interessante, eu também não me lembro. — Deu de ombros.

Jaemin franziu o cenho. Donghyuck também não deixou de estranhar, mas nada disse.

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Boa noiteww

As coisas vão ficar interessantes, me aguardem

😘

𝔪𝔶 𝔭𝔢𝔯𝔰𝔬𝔫𝔞𝔩 𝔡𝔢𝔪𝔬𝔫 | 𝑀𝒜𝑅𝒦𝐻𝒴𝒰𝒞𝒦 Onde histórias criam vida. Descubra agora