Capítulo XVIII

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O DEMÔNIO
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— De novo não. — Ten choramingou sentindo o aperto ficar mais forte.

— Olha só o que temos aqui. — Ouviu claramente a voz de Kalen soar logo atrás de si. — Então, foram vocês que levaram o corpo do Magistério. — Riu.

— Solta ele. — Mark ditou ficando na frente de Donghyuck.

— E você é? — O homem ergueu uma sobrancelha com um sorriso convencido no rosto.

— Não te interessa, eu mandei você soltar ele. — Deu um passo a frente encarando o homem nos olhos.

— Que mal-educado. — Negou. — Sabe quem sou eu? — Riu. — Sou o guardião desse lugar, e eu não vou deixar que vocês dêem mais um passo. — Passou o braço em volta do pescoço de Ten com força fazendo o rapaz grunhir de dor.

— Guardião de porão? Me poupe maluco. — O demônio sorriu largo. — Agora solte o Ten antes que eu te mate.

— Me matar? — Kalen riu alto. — Nunca. — Apertou mais o pescoço do pálido o deixando quase sem ar. — Eu finalmente vou ter a chance de matar vocês, e nada e nem ninguém vai me atrapalhar.

A figura do homem aos poucos foi ganhando forma e se transformando em um cara de três metros extremamente forte. As veias saltavam de seus braços e pescoço enquanto sua batina rasgava.

Kalen sorriu ao ver as carinhas assustadas enquanto ainda segurava Ten com apenas uma mão em volta do seu pescoço.

— Que porra é essa? — Mark sussurrou encarando o monstro horrendo.

— Eu não vou permitir que vocês roubem o pingente e traga aquele imundo de volta! — Ditou alto.

— Você é o imundo! Olha só para você! Traindo o Magistério e culpando o meu irmão por algo que não fez! — Donghyuck rebateu de volta vendo o monstro torcer o nariz.

— Cale a boca!!! — Kalen jogou Ten do outro lado da sala fazendo o garoto bater a cabeça na parede.

— Ten!!! — Haechan tentou correr atrás do amigo mas Mark o segurou.

O maior encarou a luminária que carregava e depois voltou a observar Kalen.

Sorriu e soprou a vela que estava dentro deixando o local complemente escuro.

Puxou Donghyuck para se esconder em um canto enquanto ouvia os berros do monstro que os procurava em meio a escuridão.

— Como vamos sair dessa? — Haechan questionou de modo choroso tremendo de medo.

— Escute...— Mark deixou a luminária ao seu lado e segurou seu rostinho encarando seus olhos com dificuldade. — Eu preciso que faça algo, sem protestar e sem me desobedecer. Pode fazer isso? — Haechan concordou. — Quero que você feche os olhos e não os abra por nada, mesmo que escute algo ou sinta, não abra os olhos. — Ditou calmamente ouvindo próximo deles Kalen jogar algumas coisas no chão ainda berrando.

— Certo. — Respondeu ouvindo um suspiro vir do maior.

— Agora. — Donghyuck fechou os olhos sentindo Mark se afastar.

De repente todo o ar ficou pesado, tudo ao seu redor ficou quente como se o lugar estivesse pegando fogo.

— Aí está você! — Ouviu a voz de Kalen. — O-O que é isso?! Que merda é essa?! — Logo depois barulho de correntes e passos lentos.

Não parecia Mark, o som das correntes sendo arrastadas juntamente com o barulho de botas batendo no concreto do chão a cada passo. Não era ele, ou era?

Em um momento tudo ficou em silêncio, Donghyuck sentia dificuldade em respirar, parecia que o oxigênio estava acabando.

Ouviu Kalen gritar mais uma vez, mas não era como antes. Agora ele gritava de dor, agonia e medo.

Quando os gritos cessaram Donghyuck ouviu alguns sussurros em volta de si pedindo para que ele abrisse os olhos.

Juntamente com a falta de ar e o medo tampou os ouvidos com ambas as mãos e começou a chorar pedindo que aquelas vozes parassem.

Nenhuma delas era Mark, não cederia a elas.

Caiu deitado no chão ainda de olhos fechados e ouvidos tampados. Seu corpo parecia em chamas, queimava como se estivesse em uma fogueira.

— Haechan! — Assim que ouviu a voz do maior abriu os olhos de forma lenta e o encarou aliviado.

Todas aquelas sensações haviam passado. Os sussurros, a queimação, a falta de ar e o medo assim que viu Mark.

— Está tudo bem agora. — Donghyuck conseguia o ver claramente por conta da luminária que estava acesa de novo. — Eu sinto muito. — Segurou o menor pelos braços e o pôs sentado. — Eu sinto muito. — Se desculpou mais uma vez passando os dedos pelo rosto do moreno limpando as lágrimas.

O contato dos dedos de Mark contra a sua pele lhe causou uma boa sensação e um alívio reconfortante.

— Eu quero que você saiba que sempre vou te proteger, não importa o que eu tenha que fazer. — Acariciou a bochecha vermelha. — Eu sempre vou te proteger. — Repetiu vendo o menor desviar o olhar para algo atrás de si.

Viu o corpo de Kalen caído no chão, ele não se movia e estava completamente branco. Até mesmo os seus cabelos que antes eram castanhos estavam brancos como a neve.

— Você o matou...— Sussurrou ainda sem muitas forças.

— Independente do que eu tenha que fazer eu sempre vou cuidar de você. — Deixou claro fazendo o menor entender.

Kalen estava morto.

— Ten. — Se recordou do amigo que estava do outro lado ainda no chão.

Mark o ajudou a se levantar e caminharam até o pálido que estava imóvel.

Havia sangue em sua cabeça e um pouco no chão deixando Haechan desesperado.

— Ele morreu? — Questionou já sentindo seu coração em pedaços.

Mark checou a sua pulsação e suspirou.

— Ele está bem, só desmaiou. — Encarou o moreno que respirou fundo sentindo um alívio enorme. — Vamos encontrar o pingente e dar o fora daqui antes que alguém venha.

Haechan concordou e assim Mark pegou Ten no colo pronto para procurar o colar.

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Bom dia, boa noite e boa tarde

O demônio mostrou sua verdadeira face...k

Bom domingo!

𝔪𝔶 𝔭𝔢𝔯𝔰𝔬𝔫𝔞𝔩 𝔡𝔢𝔪𝔬𝔫 | 𝑀𝒜𝑅𝒦𝐻𝒴𝒰𝒞𝒦 Onde histórias criam vida. Descubra agora