Capítulo 20

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Bom gente, por onde começo? (Suspiro) Eu passei por muita coisa. Perdi alguém muito amado e importante para mim (não foi covid). Vivi meu luto, tô melhor agora.
Tive uns problemas, muita pouca paciência, faculdade, estudar pra concurso... Enfim, não estava no estado mental certo pra escrever, mas estou me recuperando.
Me sinto até meio mal por escrever só um capítulo ( normalmente quando demoro muito posto 2 pra recompensar) mas é como se diz o ditado: É o que tem pra hoje.
Boa leitura, espero que gostem!

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Respirei com dificuldade enquanto encarava Lianof.

- Obrigada pela ajuda.

Ele olhou para mim de cima abaixo com uma expressão duvidosa. Colocou as mãos no bolso como se tivesse todo o tempo do mundo e se inclinou na aparece oposta a que eu estava.

- Seu sangue?

Olhei para minhas mãos vermelhas, a imagem da adaga entrando no peito do homem voltando a minha mente com força.

Engoli em seco, as mãos de repente trêmulas.

- Eu matei um homem hoje.

Lianof não disse nada por um momento, apenas me encarou fixamente antes de assentir.

- Então aqui não é seguro.

Ele olhou de um lado para o outro da rua antes de andar decididamente em uma direção.

- Você não vai perguntar mais nada? - perguntei, ansiosa.

Ele olhou para mim.

- Não se preocupe Ana, com certeza eu terei muitas perguntas daqui pra frente.

Resolvi não dizer mais nada. Os soldados que me perseguiam não eram os únicos. Mais começariam a aparecer cedo ou tarde. Não era o momento para conversas.

Em pouco tempo sons de perseguição nos alcançaram. Paramos mais de uma vez em uma passagem ou outra. Nos escondendo enquanto soldados armados enchiam as ruas.

Lianof olhou para mim em determinado momento.

- Quem você matou, o maldito governador?

Fiquei em silêncio.

- Ótimo.

Continuamos nos esgueirando por ruas agora silenciosas. As pessoas, talvez para preservação, fechavam as portas e janelas rapidamente. Em pouco tempo os soldados e nós parecíamos ser os únicos seres vivos na cidade.

Vez ou outra nos afastamos dos sons de perseguição. Mas era temporário. Eles pareciam dispostos a vasculhar a cidade inteira.

Depois de algum tempo notei que as casas começaram a ficar mais esparsas. Já era noite e a vegetação começava a tomar o lugar das habitações humanas.

- Para onde estamos indo? - perguntei tensa.

- Mais a frente existe uma floresta. Eu sei de um lugar que podemos usar como esconderijo.

Subimos um relevo. As casas agora ficaram totalmente para trás. Olhei em volta. Pude enxergar a luz de tochas se movendo entre as casas abaixo, agora distantes. A perseguição não iria parar.

- Eles não desistiram.

Parei quando a floresta sombria começava a tomar forma na minha frente. Vi árvores gigantesca ao lado de outras que não deveriam passar da minha cintura. Havia palmeiras ao lado de pinheiros. Isso não fazia sentido algum...

Lianof continuou andando em frente, entrando na floresta.

O segui. Grandes árvores começaram a nos cercar, suas copas cobriam o brilho da lua e o céu estrelado, nos cercando com escuridão. Raízes deslizavam pelo chão a nossa frente e eu tropecei mais de uma vez, sem equilíbrio.

A herdeira do tempoOnde histórias criam vida. Descubra agora