Mais perguntas do que respostas.

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Acordo sentido uma puta dor de cabeça. As memórias do dia anterior começaram a voltar, me fazendo sentir um peso. Talvez eu realmente fosse apenas um peso na vida das pessoas, talvez eu fosse um peso para o Sam... Droga, e ainda tinha todo aquele negocio de eu ter beijado ele, ainda não tinha muitas respostas, e as que eu tinha não me agradavam muito. Queria poder perguntar para alguém, talvez para ele, ou para a Dra. Raynor, eu não sei.

Me levanto e percebo que estava deitado novamente no baco da lateral do avião, talvez Sam tivesse me colocado aqui, ou então eu mesmo me levantei e deitei ontem e apenas me esqueci que fiz isso. Estava com sono, com muito sono, mas minha cabeça me mantinha agitado, ela não desligava, poderia ter ficado sem dormir por dias, e ainda assim eu continuaria acordado por conta dela.

Isso acontece com certa frequência, as vezes antes de dormir eu tenho insônia por conta de meus pensamentos, eles voam longe, vão de meus pesadelos de meu tempo como Soldado Invernal para coisas simples do cotidiano, como o século 21 é bem diferente e evoluído do século 20, coisas assim.

Já me dando por vencido, eu caminho até o caixote onde minha mochila estava encostada, pego uma roupa qualquer e apenas a troco, não estava fedendo então não precisava tomar banho. Dou dois tapinhas em meu rosto, uma tentativa falha de avisar meu corpo de que eu não iria dormir mais.

— Bucky? — escuto a voz de Sam ecoando pelo local, me viro e o encaro.

— Oi. — respondo, mas o que era para ser uma resposta gentil acabou saindo como uma resposta grossa, tudo culpa do meu mal humor matutino.

— Você é sempre assim? Grosso desse jeito? — Sam pergunta se aproximando e me entregando uma sacola. — Seu café da manhã, de nada, estressadinho. — ele fala indo se sentar em um dos bancos.

— Me desculpa okay? Não estou acostumado a conviver com outros seres humanos até as 11h da manhã. — digo respirando fundo, e dando uma olhada no que tinha dentro da sacola. — E obrigado.

— Tá tudo bem. — ele fala me olhando, deixo a sacola de lado e me sento próximo a ele. — Como você tá? Sabe, depois de ontem...

Eu não sabia, não queria responder que estava mal porque odiava o fato das pessoas ficarem com pena de mim, mas também não queria responder que estava bem porque havia chances dele saber que não, que era mentira. Isso tudo era muito estranho, era definitivamente uma coisa que eu evitaria com todas as forças se eu pudesse. Não que o beijo de Sam fosse ruim, longe disso, mas toda a situação que veio depois faz com que eu me pergunte se valeu a pena.

Espera James, mas é obvio que valeu a pena, a sensação de seus lábios juntos foi a melhor coisa que que você poderia sentir, suas línguas estranhamente sincronizadas... As vezes eu sinto que minha própria mente me prega peças. É, ela é bem filha da puta as vezes, como esta sendo agora, me fazendo lembrar do nosso beijo bem aqui na frente dele. O pior de tudo é que eu só posso culpar eu mesmo por isso.

— Eu acho que sim. — respondo depois de perceber que tinha ficado um tempo sem falar nada.

— Bom, então vamos voltar ao trabalho. Não temos nenhuma pista agora, os flag-smashers estão por ai fazendo sabe se lá o que, e esse sabe se lá com certeza não é uma coisa boa. — ele fala mudando de assunto, me fazendo agradecer mentalmente por não me forçar a falar nada.

— Vamos pegar o escudo Sam. — falo olhando para ele, se tinha uma coisa que eu queria realmente fazer era tirar o escudo daquele cara. — Vamos pegar o escudo e fazer isso sozinhos.

— Não podemos chegar no cara, bater nele e pegar o escudo. — ele diz me fazendo fechar a cara — Lembra o que aconteceu quando roubamos o escudo?

— Talvez. — eu me lembrava muito bem daquilo.

— Eu vou te ajudar caso tenha esquecido, a Sharon foi declarada inimiga de estado e Steve e eu tivemos que fugir por dois anos, não sei quanto a você, mas não quero passar o resto da minha vida vivendo 𝘭𝘢 𝘷𝘪𝘥𝘢 𝘭𝘰𝘤𝘢 . Acabamos de ser derrotados por Super Soldados, e não temos nada. — ele fala por fim começando a encarar o teto.

— Isso não é bem verdade — digo atraindo sua atenção — Tem uma pessoa que... Devia conhecer.




Já estávamos a caminho da casa de Isaiah, conseguia ver Sam inquieto batucando levemente deus dedos em seu celular, enquanto estava sentado no baco. Eu por outro lado estava andando de um lado para o outro, não sabia se isso daria certo, não sabia se seria recebido bem ou mal, no fundo eu tinha medo do que ia acontecer.

— Dá para você para de andar de um lado para o outro? Você está me deixando nervoso. — Sam fala olhando para mim.

— Eu não consigo. — digo parando e olhando para ele.

— Você pensa de mais Bucky, não sabe ter paciência e esperar as coisas acontecerem. — ele fala se levantando, e andando lentamente até mim.

— Queria eu poder controlar isso, acredite, se tivesse uma solução eu já teria achado. — Volto a andar de um lado para o outro até que ele segura meu braço.

— Eu talvez tenha uma solução. — ele fala se aproximando ainda mais. Okay eu não estava alucinando e nem ficando louco, mas ele estava bem perto, perto até de mais.

Ele estava muito perto, e se ele não se afastasse, eu não responderia mais por mim.

— Sam, faltam 10 minutos para o pouso. — era a voz de Torres pelo radio do avião, sua voz tinha feito Sam se afastar.

A esse ponto, eu já tinha chegado em uma conclusão, eu gostava de homens, isso era uma coisa eu eu já tinha suspeitas mas agora não tinha mais como fugir. E eu não só gostava de homem como talvez achasse Sam atraente, essa era a única solução para isso, para essa sensação estranha quando ficamos próximos de mais, ou a explosão de sentimentos que eu tive quando eu o beijei. Era algo único, ter ali mais uma vez seu rosto próximo ao meu me fez perceber isso.

Bom, se eu apenas achava Sam atraente, não iria precisar me preocupar com os possíveis sentimentos que eu cogitei a ideia de ter por ele, era apenas atração, nada de mais.

— Sabe, eu acho que tenho uma resposta para sua pergunta. — falo o olhando — Talvez eu não curta só mulheres.

— E você chegou a essa conclusão sozinho? Parabéns, Barnes. — ele fala em um tom irônico — Mas você ainda não respondeu minha pergunta, eu fui apenas a chave descartável que você usou para descobrir isso? — ele pergunta, dessa vez parecendo estar bravo.

Agora eu estava ainda mais confuso, ele tinha ficado bravo com o que exatamente? Eu falei a verdade, se ele não gostou da minha resposta então o problema não é meu.



segundos - sambuckyOnde histórias criam vida. Descubra agora