Capítulo 8 - O encontro inesperado

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De início, Albus estava caindo apenas em um longo precipício que ao redor era todo branco, como se fosse o céu. Ele sentia-se como Alice, quando caía no buraco e parava no país das maravilhas. Mas ele não estava morto e muito menos ia para a terra de Alice. Durante a sua queda, ele viu flashbacks, momentos da realidade alternativa, cenas em que ele vivenciou e desejou. Porém, o que lhe deixou mais confortável, foi ver as imagens se desintegrando em uma coloração dourada, indicando que a magia havia sido quebrada.

Quando Albus sentiu o seu corpo cair com mais pressão, ele olhou para baixo e por fim, viu o chão. Lá no térreo, havia uma mulher loura parada diante dele e assim que ele colidiu contra ela, um grito feminino foi ecoado, o suficiente para despertar o garoto. E aos poucos, ele retornou a realidade, desta vez, a sua realidade natural.

— Quantas pessoas vão precisar se machucar pelas suas mãos, Potter? Primeiro eu, agora o Scorpius. Coincidência você estar fazendo um golpe contra os alunos de Slytherin e possivelmente estar conspirando ao lado de alunos de Gryffindor.

Albus de início não estava entendendo nada. Ele olhou ao redor, analisando a situação. Ele estava na classe de poções, haviam diversos alunos primeiranistas de variadas casas de Hogwarts, presentes. Merula estava bem em sua frente, enquanto Rose, sua prima, permanecia ao seu lado com uma expressão de raiva, mas com um espírito defensor a flor da pele.

— Admita, POTTER! — bravejou, Merula.

Então Albus conseguiu identificar o momento que estava sendo vivido. Era a discussão dele com Merula, o momento em que tudo foi por água baixo e ele admitiu ter culpa em tudo que estava acontecendo. As coisas haviam começado a desandar, a partir daí.

Reunindo forças e muito da coragem de um Potter, Albus encheu o peito de ar e prosseguiu com sua fala. A atenção estava toda nele, o público aguardava uma resposta.

— Eu... não sou culpado. — disse naturalmente, sem esbanjar nervosismo.

— O que disse, Potter? — questionou Merula, incrédula.

— Eu gaguejei, por acaso? — retrucou — Eu não sou culpado. Estive fazendo longas horas de detenção com a professora McGonagall e quando saí da sala, encontrei um bilhete com uma mensagem de Scorpius. Espera, acho que ainda o tenho...

Albus agarrou os bolsos com tanta felicidade, retirando tudo que tinha neles. Havia chiclete, galeão e o melhor de tudo, uma prova. Era o bilhete. Um pedaço de pergaminho rasgado. Ele entregou para o professor Slughorn, que analisou atentamente por debaixo do próprio óculos, o que estava escrito.

— Fui até o salão principal, com o intuito de me encontrar com o Scorpius e a Rose, mas era uma armadilha. Uma armadilha plantada por Merula, que me esperava no salão, junto de alguns "amigos". Eles me atacaram, corri pela escadaria e... cheguei no sétimo andar, até encontrar um lugar para me esconder.

— MENTIROSO! — exclamou Merula, com raiva.

— Silêncio, senhorita Snyde. Terá chance de se defender quando conversar com a diretora McGonagall. — alertou Slughorn.

Contente, Albus lançou um sorrisinho debochado para Merula que estava vermelha de fúria.

— Preciso falar com você e o Scorpius. Vá até a ala hospitalar às sete da noite. Me encontro com vocês lá. — sussurrou Albus, para Rose.

Antes que a ruiva pudesse dizer algo, Albus se despediu dela com um beijo na bochecha e prosseguiu ao lago do professor Slughorn — que estava paciente, apesar das circunstâncias — na presença de Merula — que estava tão furiosa, que poderia explodir como uma poção explosiva.

Albus Potter e o Mistério do Espelho - VOL. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora