Albus Potter e o Mistério do Espelho - VOL. 1

Capítulo 15 - O crédulo

Albus estava chocado e pior do que isso, sentia-se traído. Ele encarou a mulher confirmar e ficar gargalhando em sua frente. Rose e Scorpius permaneceram atrás do garoto Potter, de braços cruzados e sentindo-se orgulhosos por desmascararem a mulher. Após minutos de gargalhadas e deboche, a bruxa finalmente parou e foi somente quando se deslocou, que Rose e Scorpius trataram de sacarem suas varinhas e apontarem para a mulher.

— Por que? Por que fez isso? — questionou Albus, decepcionado — Eu confiei em você!

— Seu coração é tão ingênuo, Potter. Incrível. — disse ela.

— RESPONDA! — gritou, causando um estrondo no local.

Por alguns segundos, um pequeno terremoto parece ter passado pela área, tanto que o lugar havia tremido bruscamente. Havia raiva nos olhos de Albus. Rose e Scorpius permaneceram preocupados com a situação. Ravenna, por outro lado, estava tranquila.

— Para me salvar, não é óbvio? Devo admitir que mantive sinceridade, quando falei que queria precisava ser salva.

— Mas mentiu ao dizer que morreria, estou correto? — questionou.

— Correto. Parabéns Albus! — aplaudiu — Eu não vou morrer, não vou desaparecer. Porém, de fato estou presa neste espelho.

— E precisa de mim para libertá-la, não é?

— Quando eu aceitei a proposta do oráculo, não sabia que perderia uma grande bagagem de poder. — informou — Quando jovem, eu não tinha controle sobre meu coração crédulo e o oráculo me ofereceu a oportunidade de me manter "intacta", sem correr o risco de ser uma bomba relógio. Mas toda magia vem com um preço e ao aceitar daquela proposta, acabei abdicando do meu coração de bruxa crédula...

— E por quê envolveu o Albus? — perguntou Rose.

— Eu perdi o coração crédulo, mas o oráculo disse que enquanto eu estivesse no espelho, viveria anos e poderia ser capaz de exercer grandes poderes que são semelhantes aos de um crédulo. E enquanto eu estivesse no espelho, eu poderia utilizar da minha morada como o centro de controle e aprendizado para a minha magia. E foi o que eu fiz...

— Espera... finalmente, o que seria esse coração crédulo? — perguntou Albus, confuso.

— Não vem ao caso agora, menino Potter. — respondeu Ravenna, menosprezando a questão atual do garoto — O oráculo disse que eu poderia ter a minha liberdade, desde que eu "trocasse de lugar" com um crédulo. Albus Potter tem o coração de um verdadeiro crédulo e ao me libertar, ele abdicaria da própria liberdade, pela minha e abdicaria do próprio coração pelo meu. O coração dele seria meu e assim, eu teria a minha liberdade e teria o poder de seu coração.

— Mas parece que estragamos os seus planos, não é mesmo? — indagou Scorpius — Conseguimos interromper o ritual. Nós vencemos.

— Não exatamente, garoto Malfoy. — retrucou — Albus, você deve prosseguir com o nosso ritual.

— E se eu não quiser? — questionou — Agora eu sei de tudo. É tarde demais pra você. Seus planos fracassaram.

— Eu acho que não...

Ravenna fechou os olhos e abaixou a cabeça, sem dizer nada. Em questão de segundos, cacos de vidros dourados começaram a cair magicamente do teto, atingindo o solo com agressividade. Rose e Scorpius desviavam daqueles cacos com dificuldade, mas acabaram sendo defendidos por Albus, que ao perceber o perigo daqueles vidros que caíam, emergiu uma proteção entre eles três. Ravenna encarava o garoto com raiva e ao erguer da própria cabeça, os cacos de vidro repentinamente começaram a se agrupar, formando por fim, um grupo de monstros. Eram três.