Cap. 3 - Caixinha de surpresas

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— Você sabe que se eu não aparecer, a Sra. Bird fica muito irritada, e eu já não fui trabalhar hoje. — Mab diz depois de ouvir a opinião de Adam sobre ela não ir trabalhar amanhã para dar mais algum descanso para seu tornozelo torcido.

— Eu sei, amor, mas acho que você precisar descansar hoje e amanhã se você quiser estar bem no fim de semana. — Adam diz com um olhar significativo. Não sei o que está acontecendo no fim de semana, mas Mab assente, abaixando o olhar e encarando o almoço simplório que eu preparei para nós três.

— Tudo bem, mas deixar a loja fechada por dois dias seguidos não é bom para os negócios. — Ela diz e leva o garfo até a boca. Tenho que disfarçar um pequeno sorriso, pois seu jeito quase infantil me diverte.

— Mab tem um negócio na praia. — Adam olha para mim e explica.

— Uma casa de massagem barra lojinha de artesanato. — Mab diz, o sorriso que ela traz no rosto deixa claro que gosta muito do emprego que tem.

— Foi assim que nos conhecemos. — Adam diz olhando para a noiva e sorrindo, aquele brilho no olhar sempre que ele olha para ela ilumina seu rosto enquanto ele se prepara para me contar como foi que eles se conheceram.

— Era meu dia de folga no hospital então decidi passar à tarde na praia. Estava caminhando na beira do mar quando vi uma placa onde estava escrito “Elemental: Massagens e Arte.” Resolvi parar e ver qual era a do lugar, já fazia umas duas semanas que eu estava com essa dor nas costas me incomodando. Assim que passei pela porta fui recebido pelos olhos mais doces e o sorriso mais lindo que eu já tinha visto em toda a minha vida. — Adam estica o braço sobre a mesa e segura a mão de Mab.

— Foi o momento mais vergonhoso da minha vida. — Adam diz rindo.

— Não foi não. — Mab diz.

— Eu esqueci o meu próprio nome! — Ele exclama.

— Foi tão fofo.

— Enfim, eu passei muita vergonha, fiquei igual a um idiota gaguejando sobre minhas costas. Paguei por uma massagem de uma hora, não por causa da dor, mas porque não queria ir embora. Voltei lá todos os dias em que eu não tinha que trabalhar. Naquela época eu ainda estava com a Amy... — Adam limpa a garganta e eu olho para Mab, para ver a sua reação à menção do nome da ex do meu irmão, mas sua expressão não muda.  —...mas não estávamos tão bem como antes, e é claro que eu não poderia continuar com ela estando apaixonado pela massagista linda com mãos de anjo, então terminei nossa relação e convidei a Mab para sair.

— E eu disse que sim, porque a verdade é que eu também estava me apaixonando pelo médico bonitão. — Mab diz apoiando o queixo na mão que não está entrelaçada com a de Adam.

Eles se olham em silêncio por um momento e de repente me sinto um invasor, como se eu não devesse estar assistindo aquilo, como se fosse algo íntimo, um momento só dos dois.

Não vou mentir, sinto uma picada incomoda de inveja, é claro que eu queria achar alguém que me fizesse sorrir desse jeito, alguém que me deixasse tão nervoso e apaixonado que eu me tornaria um bobo, que esqueceria meu próprio nome, mas ao mesmo tempo estou muito feliz por Adam, então sorrio e obrigo meu lado egoísta e invejoso a desaparecer.

Depois do almoço Adam e eu retiramos a mesa e lavamos a louça enquanto Mab assistia TV na sala.

Depois de lavarmos e secarmos tudo, Adam foi se juntar a Mab e eu fui para o andar de cima, precisava tomar um bom banho e desfazer minhas malas.

Enquanto subia as escadas, reparei nas fotos penduradas na parede.

Fotos de Adam e Mab, algumas pessoas que eu imagino serem amigos deles, uma foto de Mab gritando enquanto despenca de muitos e muitos metros de altura enquanto faz um salto de paraquedas e outra dela abraçada com um filhote de leão. Chego mais perto, esse filhote é de verdade? Meu Deus, acho que é sim.

Paixão Proibida   (Livro 4)Onde histórias criam vida. Descubra agora