Cap. 17 - Segunda chance

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— Está louco, cara? Essa brincadeira não tem graça nenhuma. — Adam olha para mim de forma repreensiva.

— Eu não estou brincando, Adam. — Solto um suspiro e uso minhas mãos para apertar minha nuca, só porque eu preciso de alguma utilidade para elas.

— Mas o que...eu não...que loucura é essa? Do que ele está falando, Mab?

— Adam, eu preciso que você me escute com muita calma, tudo bem? — Ela diz com cautela.

Adam encara Mab como se de repente ela tivesse começado a falar outro idioma.

Sua testa está franzida, sua postura é rígida e sua expressão incrédula.

— Que porra está acontecendo aqui? — Adam pergunta se exaltando.

— Adam, acalme-se. — Digo em um tom sério.

— Jordan é o homem pelo qual eu me apaixonei, Adam, nós estamos juntos e ele é o pai do meu filho. — Mab finalmente confessa, e ela faz de um jeito que mostra claramente o quão pesado esse segredo era para ela.

Vejo o medo em seu olhar, mas também vejo alívio.

Adam fica branco, mais branco do que eu achei que seria humanamente possível.

Ele coloca a mão no peito, como se tivesse acabado de sentir uma dor excruciante no coração, e solta um gemido sofrido.

Eu fico realmente preocupado que ele esteja passando mal.

— Você está bem? — Pergunto dando um passo em sua direção antes dele me impedir dizendo:

— Pare!

Paro imediatamente e fico imóvel, até prendo a respiração, apenas esperando o que está por vir.

Adam fecha a mão sobre o peito, agarrando a sua camiseta como se o seu coração estivesse doendo tanto que ele quisesse arranca-lo com as próprias mãos.

Sua respiração está pesada, difícil. Ele solta um gemido e então começa a chorar ruidosamente.

Nesse momento sinto algo que eu sei que nunca vou conseguir esquecer, algo impossível de se colocar em palavras.

Uma dor pior do que dor física, uma dor na alma, a dor de saber que eu acabei de esmagar o coração do meu irmão.

— Por favor... — Adam começa com apenas um fiapo de voz. — Diga que isso é mentira, por favor, Jordan.

Seus olhos se encontram com os meus e eu vejo o horror, o puro horror refletindo deles. Vejo uma dor tão grande que é capaz de destruir o coração mais puro, olhos em seus olhos e é como se eu estivesse assistindo meu irmão morrer por dentro.

— Eu sinto muito. — Digo, tampando minha boca quando o choro escapa por ela.

Não! Não, não, não. — Adam balança a cabeça e chora como se tivesse acabado de receber a noticia da minha morte.

E talvez seja isso que tenha acontecido mesmo, talvez eu tenha acabado de morrer para o meu irmão.

Escuto o soluço de Mab e olho em sua direção, ela está assistindo ao sofrimento de Adam e isso está acabando com ela.

— Se você deixar, eu posso explicar como tudo aconteceu e... — Começo, mas ele não me deixa terminar.

— Cale a boca. — Ele diz com a voz fraca.

— Adam, por favor, eu posso explicar.

— Cale a boca. — Ele repete.

— Eu sei o que pode parecer agora, mas...

Paixão Proibida   (Livro 4)Onde histórias criam vida. Descubra agora