Paixão Proibida (Livro 4)

Cap. 10 - De volta à Sarasota

Não sei quando Jordan voltou para o quarto, pois eu já havia pegado no sono. Acordei hoje de manhã esperando que ele fosse vir falar comigo sobre o que aconteceu, achei que ele estaria envergonhado e que justificaria seu ato como tendo sido algo impulsivo e sem significado nenhum.

Mas as coisas não aconteceram como eu havia previsto, quando levantei Jordan já estava de pé, ele nem ao menos estava no quarto. Fui ao banheiro e troquei de roupa e desci para o café da manhã, ele estava lá.

Aproximei-me dele e a coisa mais estranha aconteceu. Nada. Ele simplesmente fingiu que o que tinha acontecido na noite passada não tinha acontecido, ele ignorou completamente o fato que ele me beijou.

Jordan agiu normalmente e eu estava tão surpresa e confusa com sua atitude, que entrei no seu jogo e não falei nada sobre a noite passada.

E agora estamos aqui, no aeroporto de Dallas, esperando por Adam.

Se eu não soubesse com certeza que ontem de fato aconteceu, poderia até achar que sonhei.

Olho para a tela onde está escrito os próximos voos a pousarem, olho para o horário no canto e vejo que o voo de Adam deve chegar muito em breve.

Deveria contar para Adam sobre o que aconteceu entre Jordan e eu? Será que valeria a pena causar uma briga entre eles, justo nesse momento critico, só por causa de um impulso, de um beijinho bobo e insignificante?

Não, não vale a pena.

Foi tão sem importância, foi tão rápido, os lábios de Jordan mal tocaram os meus, e foram só, tipo, por uns 5 segundos.

Não vou contar nada, e se Jordan prefere fingir que nunca aconteceu, tudo bem para mim.

Olho para ele disfarçadamente, Jordan está sentado com os braços apoiados nos joelhos e um olhar vago no rosto.

No que será que ele está pensando?

Espero por mais alguns poucos minutos, sempre em pé e observando a tela com os desembarques, quando vejo Adam.

Ele está com uma calça jeans e uma camisa social pretas, os primeiros dois botões estão abertos e as mangas estão enroladas em seus antebraços. Seus cabelos loiros estão penteados para trás e um par de óculos de sol estilo aviador repousa em seu rosto.

Ele é de tirar o fôlego.

— Jordan, ele chegou. — Digo para ele ao mesmo tempo em que aceno para que Adam nos veja.

Jordan se levanta e vem ficar ao meu lado, mas percebo que ele mantem uma certa distância entre nós de propósito.

Adam caminha até nós, sua postura é rígida e seus lábios estão fechados em uma linha fina e tensa.

Ele para em frente ao irmão, larga a mala e retira os óculos do rosto, seus olhos estão inchados e levemente vermelhos.

Os dois não dizem uma palavra, apenas abrem os braços e se abraçam apertado.

Eles ficam assim por vários instantes, até que Adam se afasta e se vira para mim.

— Meu amor. — Ele diz e me puxa para si com um certo desespero. Seus lábios se encontram com os meus por um breve momento e então ele esconde o rosto na curva do meu pescoço e me aperta com força.

— Ainda bem que você estava aqui para apoiar ele. — Adam sussurra para mim e acho que ele não quer que Jordan o escute. Será que ele pensa que o irmão é fraco? Não, se Adam pensa assim, ele está muito enganado.

— Como você está levando? — Pergunto, ele se afasta um pouco, mas ainda mantém o contato físico ao segurar em meus ombros.

— Não sei, sinceramente não sei. Ainda não acredito que ela se foi, tudo isso parecesse um daqueles pesadelos em que você torce para acordar logo.