Não sei por quanto tempo Jordan e eu ficamos abraçados, tem algo nesse lugar que faz com que você fique completamente perdido no tempo. Acho que são os anos de dor impregnados nas paredes.
Jordan foi aconselhado a como proceder a seguir, com relação à preparação para o enterro e tudo o mais, mas decidiu ir primeiro falar com o detetive que está investigando o assassinato de Jena e amanhã ele cuidará da papelada, com sorte, quem sabe, já conseguiremos ter falado com Adam e ele poderá pegar um avião para Dallas e ajudar Jordan com tudo isso.
Estamos chegando ao carro quando o celular de Jordan toca.
— Adam? — Pergunto.
— Número desconhecido. — Jordan diz levando o aparelho até a orelha. — Alô? Adam! Finalmente, estou tentando falar com você desde ontem. O que? Não, Mab está bem, não se preocupe...eu nem sei como começar. — Jordan para no meio do estacionamento e bagunça todo o cabelo de tanto passar a mão por ele.
Decido deixar ele a sós para falar com Adam, não tenho certeza se ele me contou todos os segredos da sua família, talvez tenha algo que ele queira conversar com Adam e é melhor se eu não estiver por perto. Então me afasto, caminhando na direção do carro enquanto Jordan se prepara para contar para Adam sobre a morte de Jena. A irmã mais velha que cuidou deles quando ninguém mais o fez.
Eu sou filha única, então nem posso começar a imaginar com seria perder um irmão ou uma irmã, mas deve ser devastador.
Apoio-me no carro e olho para Jordan de longe, ele está falando, gesticulando e mesmo não podendo ver, sei que seus olhos estão cheios d’água.
Porque coisas ruins acontecem com pessoas que não merecem? Não é justo.
Jordan conversa com Adam por vários minutos, quando ele finalmente desliga e vem até mim, seus olhos estão vermelhos de tanto chorar.
— Ele está vindo para cá? — Pergunto.
— Está, deve chegar amanhã de manhã.
— Ele disse por que não atendeu nenhuma das suas ligações?
— Ele perdeu o celular no aeroporto, logo depois de te enviar aquela mensagem ontem. — A voz de Jordan é baixa e estável, quase como se ele fosse um robô.
— Ele está muito mal? — É óbvio que essa é uma pergunta muito idiota, mas não sei o que mais dizer.
— Ele ficou arrasado, está se culpando, acha que poderia ter evitado isso. Adam tem razão, nós poderíamos ter evitado isso.
— Jordan, a morte de Jena não é culpa sua, ou de Adam. — Digo seriamente. Não é possível que eles estejam se culpando pelo que aconteceu.
— Se a gente tivesse tentado mais, insistido mais ao invés de permitir que ela desaparecesse de nossas vidas...
— Não diga isso, tenho certeza que vocês fizeram o que podiam. É muito difícil ajudar alguém que não quer ajuda.
— Tudo isso parece um pesadelo, só queria poder acordar. — Jordan diz com uma expressão cansada no rosto.
— O que agora? Vamos falar com o detetive?
— Eu vou falar com o detetive, você vai dormir um pouco.
— Jordan...
— Mab, você está acordada há mais de 24 horas e dirigiu à noite toda, você precisa descansar.
— Mas...
— Sem mas. — Ele me interrompe. — Vamos achar um hotel, você vai tomar um banho e descansar e eu vou falar com o detetive. Sem discussão.
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Paixão Proibida (Livro 4)
RomancePROIBIDO PARA MENORES DE 18 ANOS! Livro quatro da Série da Paixão.