Cap. 19 - Irmãos

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Um ano depois...

Abro a porta e em seguida a porta de tela, saindo para varanda e sentindo o ar quente do meio dia, além do já familiar cheiro de praia.

Escondo minhas mãos nos bolsos de minha bermuda e paro em frente à escada, apoiando o ombro no pilar de madeira.

Respiro profundamente e fecho os olhos, um sorriso escorregadio se forma em meus lábios, deixo que o ar salgado invada meus pulmões. É tão bom.

Abro os olhos e admiro a vista que eu tenho da casa recém comprada por Mab e eu.

O mar azul esverdeado quase se misturando com o azul do céu, a areia que não é tão branca quanto a de Sarasota, mas que se sente bem sobre meus pés do mesmo jeito.

Nos mudamos para cá há poucos meses, tivemos tanta sorte de achar essa casa, ela é pequena se comparada com as vizinhas, mas a localização é perfeita e o preço foi mais que justo. Fiz um empréstimo no banco, já que a proprietária estava disposta a nos dar um bom desconto caso pagássemos a vista. Discuti o assunto seriamente com Mab e ambos concordamos que com a minha recente promoção no emprego, as parcelas do empréstimo não ficariam tão pesadas. É claro que nós vamos terminar de pagar essa casa somente quando tivermos cabelos brancos e andarmos de bengala, mas vai valer a pena, tenho certeza. Sinto que vamos ter muitos e muitos anos felizes nesse lugar.

Sorrio ao pensar em como Mab tem feito minha vida tão feliz de uma forma tão simples.

Ela e a minha filha iluminam meu mundo, fazem tudo valer a pena, fazem com que eu me sinta forte e motivado, feliz e realizado.

Sim, eu acabei de dizer minha filha.

Não muito depois de Mab ter dado a luz, nós fizemos um teste de DNA. Não que eu precisasse, aquela sensação que eu tinha que o bebê era meu antes mesmo dele nascer virou certeza quando eu olhei para aquela menininha miudinha enrolada em um cobertor rosa nos braços de Mab na maternidade.

Quando o teste chegou eu já sabia o resultado antes mesmo de abri-lo.

Fiz uma copia do teste e enviei para Adam, para deixar claro que ele não tinha nenhum direito sobre ela, que ele nunca a tiraria de nós. Não que eu achasse que aquela ameaça que ele fez há tantos meses atrás ainda estivesse permeando sua cabeça, depois que nos mudamos para Miami, não tivemos mais noticias de Adam.

Mab continuou receosa durante toda a gravidez, ela achava que o silêncio de Adam era algo ruim, um aviso de que uma vingança estava por vir. Eu não. Eu conheço meu irmão.

Confesso que no começo, quando revelamos para ele sobre nós e tudo aquilo aconteceu, eu fiquei com medo que ele pudesse fazer algo, que ele quisesse tirar não só o bebê, mas Mab de mim.

Mas depois, pensando com clareza, senti vergonha por ter chegado a pensar desse modo. Adam é o Adam. O meu Adam, meu irmão, a pessoa que eu conheço a minha vida inteira, eu sei que ele nunca seria capaz de ser cruel a esse ponto.

Adam é bom, faz parte de quem ele é. Adam tentando se vingar de alguém é algo que vai contra a natureza das coisas, é como se de repente um rio invertesse o seu curso e começasse a subir o morro.

Dói o fato que eu não o vejo há tanto tempo, dói saber que ele me odeia, dói saber que ele mentiu e escondeu o seu envolvimento com Ângela.

Mas de uma coisa eu tenho certeza, a minha dor não é nada comparada a dor que eu causei a ele.

E por mais raiva que eu tenha sentindo quando eu descobri que ele estava escondendo o fato de ter se reencontrado com Ângela, mesmo que eu tenha falado que nunca mais queria vê-lo, sinto sua falta todos os dias, sinto tanto sua falta que às vezes é difícil respirar.

Paixão Proibida   (Livro 4)Onde histórias criam vida. Descubra agora