Paixão Proibida (Livro 4)

Cap. 8 - Uma visita ao passado (Parte I)

Encaro Jordan totalmente atordoada. Irmã? Adam e Jordan têm uma irmã?

— Preciso avisar o Adam, ele precisa saber. — Jordan pega seu celular e liga para Adam.

À uma hora dessa ele deve estar em seu quarto de hotel dormindo. Não posso nem imaginar como será difícil para ele ouvir que sua irmã está morta.

Porque Adam nunca me contou que tinha uma irmã? Ele nunca nem sequer a mencionou.

— Ele não atende. — Jordan encerra a ligação e joga o celular no sofá com força, fazendo-o quicar na almofada e cair no chão.

— Jordan, eu sei que você está transtornado, mas você precisa se acalmar. — Digo me levantando e tentando me recuperar do choque, pelo bem de Jordan. Adam está longe e ele só tem a mim para apoia-lo agora.

— Eu sei, é só que...não acredito que isso esteja acontecendo. — Ele vira o corpo e começa a chorar de novo, como se tivesse com vergonha e quisesse esconder as lágrimas de mim.

— O que você vai fazer agora? — Pergunto e espero ele se recuperar para poder me responder.

— Tenho que ir até ela, eu tenho que...tenho que ir reconhecer o corpo, e se for mesmo Jena, tenho que cuidar dos preparativos para o funeral.

— Eu vou com você. Onde ela está?

— Ela está no Texas, em Dallas. — Ele fala o local como se o nome significasse algo. E talvez signifique, estou começando a perceber que Jordan tem muito mais segredos do que eu imaginava.

— Muito bem, porque nós não pegamos uma muda de roupa e então vamos? — Pergunto.

— Não posso pedir que você faça isso por mim.

— Você não precisa pedir, Jordan, não posso deixar você passar por isso sozinho. Vá pegar algumas roupas, enquanto isso vou mandar uma mensagem para Ben e o deixar saber que você vai precisar faltar o trabalho alguns dias.

— Deus do céu, muito obrigado, Mab. Não acho que eu conseguiria ir até lá sozinho.

— Eu estou aqui, Jordan, você não vai ter que passar por isso sozinho, estou aqui. — Digo enquanto envolvo seu corpo com meus braços e o aperto junto a mim.

Vinte minutos depois a casa está trancada, a pizza está esfriando na geladeira e Jordan e eu estamos embarcando em seu carro.

— Você não está em condições de dirigir. — Digo.

— Obrigado. — Ele diz jogando a chave para mim, pego-a no ar e entro pelo lado do motorista.

Ligo o motor, saio pela rua pouco movimentada e sigo na direção da rodovia 75.

Passamos por Tampa, Lake City, Tallahassee e Pensacola antes de finalmente deixarmos a Flórida para trás.

Já estamos no carro há 7 horas e ainda não conseguimos falar com Adam.

Fazemos uma rápida parada em Mobile, no Alabama, para abastecer, esticar as pernas e comer algo.

Jordan recusa a comida e aceita apenas à garrafa de água.

Antes de deixarmos o posto compro um copo gigante de café, estou me sentindo sonolenta e cansada, mas não posso deixar Jordan dirigir, não quando tanta coisa está em sua cabeça agora.

É somente quando estamos cruzando a fronteira entre o Alabama e o Mississippi que Jordan quebra o silêncio e fala pela primeira vez desde que deixamos Sarasota.

— Adam nunca te falou sobre Jena? — Sua voz é fraca, quase inexistente.

— Não, nunca. — Mantenho os olhos na estrada.