Proteção

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— Você já está indo? — Jinyoung perguntou, envolvendo o corpo nos lençóis conforme encarava Jaebeom sentado na ponta da cama e vestindo as calças.

— Tenho que resolver umas coisas ainda — explicou, levantando e arrumando os trajes por fim.

Caminhou até onde Jinyoung estava, inclinando o corpo e beijando os lábios macios do marido, arrancando um riso dele logo após arrastar a boca até o pescoço, beijando a marca.

— Não saia do castelo — avisou, afastando de vez.

— Vai me manter preso aqui até quando?

— Até eu achar que esteja seguro.

Jinyoung apenas revirou os olhos, deitando entre os travesseiros e cobrindo sua nudez por inteira. Jaebeom se despediu mais uma vez, avisando que voltaria para o jantar em breve.

Quando o alfa saiu do cômodo, Jinyoung se permitiu suspirar, encarando o teto decorado e buscando acalmar seu coração. Estava agitado e não era por Lee JunHo estar em Carlon, tão perto de si. Toda aquela agitação tinha nome e sobrenome, um cheiro forte e que ardia em sua pele.

Im Jaebeom.

Estava sentindo as emoções dele, mesmo ele tentando mascara-las o tempo todo. Ele não estava conseguindo êxito naquela ação no momento, muito menos deixar de transparecer toda aquela luta interna que deveria ser apenas dele. Jinyoung estava sentindo tudo e mais um pouco. Não podia julgar ou cobrar qualquer coisa de Jaebeom. Entendia o quanto ele deveria estar confuso e acima de tudo, inseguro, mesmo que não lhe dissesse nenhuma palavra.

Não era necessário dizê-las. Ambos sabiam disso. Jinyoung só esperava do fundo do seu coração que Jaebeom não desconfiasse do seu amor, muito menos de tudo que disseram um ao outro e prometeram.


[...]


Quando o sino indicou a nona badalada daquela dia, Jaebeom suspirou, dispensando com um aceno os dois guardas em frente a cela. Eles rapidamente saíram, sem deixarem de curvar o corpo diante do Rei.

Respirou fundo, abrindo a cela e ganhando o olhar arredio do homem jogado no canto. Jogou um saco próximo dele, puxando um dos bancos em que os guardas estavam sentados e se sentou próximo das grades.

— Tem alguns curativos aí, não deve ser fácil ficar com o braço desse jeito, não é? — Era evidente seu tom debochado.

JunHo ignorou-o, presumindo que Jaebeom queria apenas lhe arrancar o resto de sanidade que ainda tinha.

— Quero saber o que você quer com o meu ômega. Então, comece a dizer antes que eu pense que você é como seu irmão e dê a você, o mesmo fim que dei a ele. — Falou sem muita vontade, olhando fixo para o loiro, mesmo que ele sequer lhe olhasse.

JunHo não soube explicar o que lhe acometeu no momento, sentia tantas coisas... mas nada lhe deixava tão transtornado quanto aqueles olhos sobre si. Encarar Jaebeom era como estar de frente para um inimigo poderoso, que roubava seu ar, que lhe arrancava tudo sem conseguir lutar contra.

— Você matou o meu irmão — foi a única coisa que disse, sem fraquejar. Os olhos marejados denunciavam seu estado abalado e fragilizado.

— Mataria de novo se fosse necessário — Jaebeom deixava claro sua falta de arrependimento, fazendo assim crescer uma raiva astronômica no peito do nortenho.

— Jinyoung não merece estar com você — foi tudo que disse, antes de se encolher e fechar os olhos, buscando respirar com calma.

Jaebeom o observou, umedecendo os lábios e levantando do banco. Andou um pouco pela cela, passando a mão pelos fios e tentando não se deixar levar por nada de ruim que seu lobo lhe empunha.

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