Na magia que nos guarda

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Os passos do ômega eram vagarosos. A má iluminação o deixava apreensivo e o frio o irritava mais que tudo. Não tinha noção de quanto tempo estava ali caminhando, tentando encontrar qualquer vestígio do Im.

Odiava o jeito como qualquer barulho naquele lugar era assustador. Os uivos distantes o amedrontam e sempre que um é ouvido mais alto, seu corpo se encolhe mais na coberta sempre firme em seus dedos.

"Jinyoung..."

O corpo do ômega vira pra trás, assustado. O lampião é levantado, permitindo que o Park veja apenas as árvores altas e alguns galhos se mexendo.

"Jinyoung..."

A voz ecoa mais uma vez fazendo-o virar de volta onde estava, mas novamente, nada aparece. O coração acelerado e o corpo trêmulo faz Jinyoung soltar o ar, até então preso. Ele continua parado em meio às árvores. Gira seu corpo tentando achar um resquício de qualquer coisa no meio dos galhos secos e do breu gélido, mas não há nada. Só ele e seu medo.

O ômega volta a caminhar, o passo agora é mais apressado e anda junto com a agonia e a sensação de que alguém o segue.

Em seu íntimo a única coisa que queria era alguém consigo, a ideia de se estar sozinho nunca lhe foi bem vinda.

"Jinyoung..."

Em um piscar de olhos, a voz se tornou assombrosa, o timbre grosso e insano. O lampião caíra no chão, quebrando o vidro que protegia a chama. O fogo que ali existia sumiu no mesmo instante, porque o vento que aparecera o apagou sem esforço algum.

E então, Jinyoung correu. A coberta estava bem enrolado ao redor do corpo. A agonia lhe dava energia para correr de qualquer coisa que estivesse lhe perseguindo e mesmo que olhasse para trás, para ver quem ali estava, não via ninguém.

Não havia ninguém, ninguém além do seu subconsciente lhe pregando peças.

E como se sentisse algo segurando suas pernas, o ômega tomba pelo chão, sentindo as mãos arderem com o impacto. Jinyoung aperta os olhos, contendo a dor que se espalha pelo corpo.

Não há nada ao seu redor além do breu e dos galhos se balançando, nem a luz das duas luas ele é capaz de enxergar.

Tudo era denso demais e movia-se lentamente... como se outro atmosfera tomasse conta do lugar. A respiração é pesada e a cada suspiro o peito dói. O ômega engatinha até uma árvore, na tentativa de se escorar nela. O silêncio toma conta da floresta, nem os uivos distantes são capazes de ser ouvidos. Tudo é denso, pesado e assombroso demais.

Suas costas se escoram no tronco da árvore. O corpo parece dez vezes mais pesado e o cansaço o toma fortemente.

— Por favor Jaebum... apareça para mim. — a mão calejada segura firme o pingente em formato de meio Sol. Os olhos estão fechados, concentrados no pedido aberto aos quatro ventos.

☪ Soulmate ☪

Os passos do grupo eram apressados. Hyuna corria, tomando a frente dos quatros jovens atrás de si. Suas mãos seguravam seu vestido longo coberto por uma capa vermelha. O capuz a protegia dos flocos de neve pesados que caíam. Os quatro jovens tentavam acompanhar os passos da mais velha, sabiam da importância que aquelas pessoas envolvidas tinham para a Kim. Era necessário qualquer que fosse o sacrifício.

— Ficaremos por aqui... ninguém pode nos ver. — a mulher para de correr, ditando todas as palavras em um só tom. Os quatro a olham, assentindo no mesmo instante. — Suho, faça Jimin acordar... ele precisa ajudar Jaebum. Key e Nayeon cuidem de Chanyeol, enquanto a você Leeteuk... fique comigo. — Hyuna vira o corpo novamente para frente, fechando os olhos. As mãos se erguem diante ao céu, a linha de fogo acende, mostrando a limitação entre a floresta vermelha e a do Clã.

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