Estranho e confuso

383 33 60
                                    


Havia coisas que fugiam de nosso controle.

Eu lembro perfeitamente o dia em que eu o vi.

Era como ver uma luz no fim do túnel,

mesmo que, naquele momento, eu não o visse como tal.

Então tudo é estranho...

é diferente a forma como ele me faz sentir...

é doce...

é confuso.



Os documentos acima da mesa estavam todos espalhados e fora de ordem. Jaebum já não sabia mais o que fazer com tantos papéis que tinha que ler. Jooheon lhe trouxera pastas totalmente organizadas com as assinaturas solicitadas e, naquele momento, se dedicava a fazer trabalhar nelas, antes do almoço. Porém, não era como se conseguisse realmente se concentrar. As palavras do amigo de dias atrás lhe vinham à mente. O fato de ter que tomar decisões importantes e ter responsabilidade, mexiam com sua cabeça. Respirou fundo, escorando as costas na cadeira. Seus olhos baixaram até a gaveta do lado esquerdo, pegando os pedaços de papéis.

"Precisamos nos encontrar. Quero lhe ver. Eu estou com saudades."

"Jaebum, faça de tudo... mas não me afaste de você. Eu... não sei viver sem você."

"A casa está vazia, você podia vir aqui hoje. Eu preciso de você."

Jaebum deixou os bilhetes sobre a mesa, olhando-os como se pudessem falar e lhe dar alguma solução que prestasse. Virou o rosto, olhando a neve cair pela extensão do jardim. Engoliu seco, voltando sua atenção aos papéis e os pegando novamente. Levantou, caminhando até seu casaco de pele e o vestindo com rapidez, saindo do gabinete da mesma forma.

Os corredores do castelo estavam estranhamente vazios, visto que sempre haviam criadas circulando por ele, porém, naquele momento, tudo era um detalhe pequeno perto do que estava prestes a fazer. Cruzou a cozinha, ignorando os chamados de Changkyun e se direcionando até o estábulo, onde deixava seu cavalo.

— Posso saber onde Vossa Majestade pensa que vai? — Revirou os olhos, enquanto tirava seu cavalo para fora.

— Você é pago para cuidar de um exército ou me vigiar?

— Olha, depende muito... mas ainda não virei cuidador de criança mimada. — Rosnou baixinho ao ouvir o tom carregado em deboche.

— Jackson... me erra!

— É sério, onde você vai?

— Vou ver Youngjae. — Respondeu simples, subindo no cavalo.

— Espero que tenha consciência do que está fazendo.

— Pensei que iria começar o seu sermão.

— Cansei de gastar meu tempo tentando pôr algo em sua cabeça. Faça o que bem entender, mas não adianta vir depois torrar minha paciência reclamando que fez merda, porque eu não vou ter dó de arrebentar sua cara.

— Você é um ótimo amigo, Jackson.

— Eu sei.

Viu o loiro virar as costas para si, riu fraco, sabendo do gênio forte do amigo. Jackson era o que mais lhe incomodava quando o assunto era sua relação com Youngjae. Parecia que ele e Changkyun se juntavam para ver quem disputava pelo título de amigo mais insuportável. Desde que se casou com Jinyoung e começou a conviver com o ômega, seus amigos, praticamente tinham o traído e se tornado amigos do Park. Tudo que falava era meramente ignorado e levado em conta só os anseios do seu marido, o que lhe deixava irritado, afinal, conhecia os três há muito mais tempo. Era injusto Jinyoung ter todos, aos seus pés.

SoulmateOnde histórias criam vida. Descubra agora