Nós

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Espero que gostem dessa nova visão. Não é permanente, apenas o início. Gostei de como ficou e resolvi colocar, pois é importante ter essa visão mais "íntima" deles.


Nós costumávamos ter um espírito diferente. Éramos quente. Gostava da forma como ele conseguia me ganhar com um simples sorriso, ou com um olhar que poderia deixar claro tudo que ele estava pensando. Costumávamos ser apenas nós. Nós.Ele tinha um cheiro forte, que envolvia cada célula do meu corpo. Eu estava quente; queimava por ele sem pretexto algum. Continuávamos sendo nós. Era tão fácil ouví-lo, mesmo que nada me dissesse. Eu sentia. Eu o tinha acima de qualquer coisa, sobre todas as circunstâncias. Ele era meu. Somente meu e aquilo era algo inevitável.

Jaebum era o melhor dos melhores. Nunca pude me dar o desfrute de imaginar a mim envolvendo-me com um alfa de tal estirpe. Sabia que me casaria com um em algum momento, mas quando meu pai avisou-me, montei uma figura retilínea em minha mente, que acabava por me levar a apenas um retrato. Não era de meu conhecimento a imagem do futuro Rei de Carlon, do meu futuro marido e, sequer, entendia as falácias sobre ele.

Eu tinha pouco e, o que vinha dele me levava a acreditar que minha vida seria um inferno. No primeiro momento que o vi, acreditei que meus pensamentos sobre nossa convivência iriam ser completamente realizados. Afinal, ele fez questão de deixar claro seu desprezo por mim em todos os olhares, nos poucos toques, nas suas densas palavras. Fiz questão de guardar cada detalhe dele, cada movimentar que deixava em evidência o quanto meus dias ao seu lado seriam difíceis.

Meu pai costumava dizer que um bom ômega era consumido pela ausência do falar, que pensar era pecar contra todos os bons costumes e, que, tomar a frente de algo, era insano; era quase uma blasfêmia aos deuses. Então, sobre todas as coisas que ele me dizia e enchia minha mente, acabei me calando. No entanto, a cada notar da presença daquele alfa eu sentia imensa vontade de inúmeras coisas. Falar era uma delas, mas, expressar o que estava sentindo era o que mais temia e, mais tinha querer.

Jaebum instigava um lado meu no qual desconhecia a existência. Temia-no.

E, quando aquele alfa cheio de petulância beijou-me em seu cio, acredito que algo dentro de mim tenha faiscado. Nunca soube explicar o fascínio que tenho pelos olhos de Jaebum... pelo lobo dele. É revigorante tê-lo desejando a mim acima de qualquer anseio ou medo. Acima de qualquer prioridade que ele tenha e acredite. Sei que o sentimento começou aos poucos, evoluindo desde raiva e ódio, para pura entendimento e admiração. É insano nos imaginar agora, aqui, juntos em um momento como esse.

Eu o chamei. Pensei nele a cada segundo da minha vida nos últimos dias e, tudo que pedia em minha mente era que me ouvisse; que me escutasse ao ponto de me sentir, de entender onde estava e como estava. Que eu o queria sobre todas as coisas. Que meu lobo estava aqui, sedento por ele e capaz de tudo para o ter.Querer Jaebum era um vício que jamais poderia lidar. E, enquanto meu corpo sofria por um calor absurdo, em minha mente só vinha ele... ele e seu cheiro. Ele e sua vitalidade.

— Eu estou aqui, meu amor.

Seus toques eram firmes, ajudavam-me a superar a dor que se alastrava por cada poro meu. Ele beijava-me a pele como se fosse quebrável a um simples gesto. Gosto do jeito que ele me tem, da forma como suas mãos moldam meu corpo ao ponto de me fazer esquecer dos pudores e só desejá-lo não me importando as circunstâncias.

Moralmente não estávamos sendo sequer um terço do que deveríamos ser, do que esperam que fôssemos. Mas pelo que estava entendendo até então, jamais fizemos questão de ser o que esperam de nós dois.

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