Preceitos

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O corpo dos dois príncipes caminhavam lentos em direção a cozinha. O braço do Im estava posto ao redor dos ombros do ômega. O alfa se sentia fraco e a cabeça ainda lhe doía. O príncipe soleiniense carregava o alfa com cuidado.

As respirações desreguladas pareciam se completarem. Jinyoung ainda absorvia as palavras entoadas para si. Aquilo mexia com seu âmago.

— V-você pode me deixar andar sozinho. — Jaebum falou rouco, sentindo a garganta doer. Ainda sentia seu lobo agitado dentro de si.

— Vossa Alteza não consegue nem ficar de pé... — O riso soprado do ômega adentrou os ouvidos do alfa. — Mas sabe muito bem sustentar o orgulho, não é? — Jinyoung firmou mais o braço do alfa entorno de seus ombros. Os dois príncipes dobraram a ruazinha estreita, avistando a entrada lateral da cozinha.

— Você é um ômega muito, ah! Insuportável. — o alfa grunhiu doloroso com o latejar irritante em sua nuca.

— É tão belo este teu modo gentil de me tratar. Me sinto até lisonjeado Alteza. — Jinyoung precisava admitir, gostava daquela pequena brecha que o Im lhe dava para mostrar seu humor ácido.

Jaebum não se pôs a responder, apenas o olhou, tentando conter um riso indignado. Os dois estavam perto da porta de entrada, quando duas ômegas apareceram, aflitas e de semblantes preocupados.

— Majestades! — a ruiva que o ômega tinha falado mais cedo parecia a mais nervosa. Suas mãos tremiam e seu rosto suavam. Jinyoung sabia que aquela aflição tinha algo a mais e que aquele algo a mais, era aquele alfa em seus braços. A presença dele ainda era forte e o cheiro que ele exalava era de tontear qualquer um.

As duas ômegas mesmo nervosas, ajudaram o príncipe de Soleil. Jinyoung adentrou a cozinha com um pouco de dificuldades, levando o alfa até uma cadeira baixa de madeira e o sentando ali.

Assim que o alfa sentou, o tumulto na cozinha se intensificou. Todos estavam nervosos. Todos ali eram ômegas, que sentiam o cheiro forte daquele alfa. Todos ainda sentiam a presença revigorante, que apesar de não estar liberando, Jaebum não conseguia segurar.

— Por favor, saiam todos. — Jinyoung olhou ao seu redor para todos os empregados. Alguns cochichavam na maior cara dura, outros olhavam com cobiça para o ruivo; já alguns, só sabiam suar de nervosismo e tremerem de medo. — Por favor. Não se preocupem que eu mesmo me encarregarei de falar com o rei. — o ômega buscava um tom ameno para falar. Sua voz cautelosa era regida por firmeza e uma autoridade classista.

Todos os presentes se dissiparam, restando ali, só os dois naquela enorme cozinha.

Jinyoung correu até a grande pia, enchendo a primeira vasilha que seus olhos pescaram. Buscou pelas várias gavetas por panos e os achou perto do fogão de barro.

Voltou sua atenção ao príncipe alfa, se ajoelhando em frente ao mesmo, enquanto suas mãos mergulhavam o pano na água fria. Jaebum o olhava com cautela, percebendo cada ação do mais novo. Sentia ainda seu coração bater descompassado e quando aquele pano molhado e gélido tocou sua face, parecia que seu pobre coração tinha falhado uma batida. Seus olhos encaravam atentos o rosto branquinho do ômega que cuidava de si.

— Vossa Alteza precisa se acalmar. Seu cheiro está muito forte e sua presença ainda está perceptível e isso está assustando certos ômegas. Por favor, se controle. — Jinyoung ficou de pé, curvando seus corpo, deixando as duas laterais de seus rostos quase se encostarem, enquanto pressionava com cuidado o pano molhado atrás da cabeça do alfa.

Jaebum fechou os olhos sem querer, inalando aquele cheiro doce que provinha do pescoço imaculado do garoto quase em cima de si.

— Respire devagar, hum. Isso irá lhe ajudar. — o ômega voltou a mergulhar o pano, na água fresca e rapidamente, o pôs atrás da nuca do outro. Jaebum sentiu o toque da canhota do outro em sua coxa, como um apoio simples. Mas ainda por cima do tecido, Jaebum sentia o calor daquele toque fervilhar sua pele. Os amarelados do ruivo estavam fixos na face, calmo e atenta do Park. Ele podia ver, as pequenas gotículas de suor se formarem na lateral do rosto dele.

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