Apresentações perigosas e olhos irrevogáveis parte 2

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A presença dos dois alfas era palpável e o medo que se instalara nos corpos frágeis da serviçal e do príncipe também eram. Jimin era mais baixo que o ruivo a sua frente, mas aquilo não o impedia de nada, muito menos de o fazer se aproximar mais e mais. Os olhos amarelos de ambos faiscantes se encaravam sem pestanejar. Era uma luta por território; seus orgulhos de alfa não deixariam serem derrotados.

Eram dois alfas herdeiros, se enfrentando sem motivos coerentes, mas seus lobos sabiam a que território queriam. E mesmo Jaebum não sabendo o porquê daquilo, não conseguia controlar-se. Seu lobo falava mais alto que seu lado humano racional, estava beirando a loucura. Já Jimin não perdia seu tempo tentando se conter. Não gostou daquele alfa olhando seu irmão como uma presa, aliás, não gostara em nada daquele lugar. Odiara Carlon e se dependesse de si, já tinha arrancado seu irmão dali. 

O rosnado alto do alfa de cabelos estranhos, ecoou pela cozinha, fazendo com que os dois ômegas presentes tampassem os ouvidos. Jinyoung espremeu os olhos, não se dando conta que a serviçal que lhe acompanhou até ali, saíra correndo; de ouvidos tampados e lágrimas pelo rosto.

Eram dois ômegas sentindo os efeitos daquele empoderamento alfa. Era doloroso, aterrorizante e incapaz de não se sentir. Esse era um dos males de  ser um ômega. Era fragilidade absurda em seus âmagos. Era covardia, acima de tudo, era sujo se sentir incapaz.

— Pa-parem... po-por favor... — o sussurro  doce e sôfrego chegou até os ouvidos dos dois alfas. O nariz do ômega escorria sangue, seu corpo já estava encolhido encostado no grande armário marrom. As mãos apertavam os ouvidos tentando inutilmente não ouvir aqueles dois. Mas era em vão. Sua pele e seu corpo sentiam os espasmos amendrontadores o acertarem em cheio. A pele toda arrepiada e  todo o corpo tremendo; ele era um ômega e estava sentindo tudo o que mais odiava.

Fragilidade, medo e incapacidade.

Ele odiava ser ômega.

Os olhos amarelados piscaram inúmeras vezes, recobrando seus sentimentos racionais. Jaebum perdera o controle que tanto lutou para ter. E sentiu a realidade o acertar como um soco na boca do estômago. A sua esquerda, encostado num armário estava tudo aquilo que ele jurou nunca fazer.

Ele machucara um ômega com seu descontrole descomunal. Um ômega que nem conhecia e mesmo assim, o fez perdeu seu controle. Os olhos verdes escarlates o encaravam cheios de medo e sensibilidade.

O ruivo sentiu o impacto daquele olhar. Sua cabeça estranhamente começou a latejar e seu peito a doer. Aquela sensação estranha e confusa tomava conta de si. E ainda sem muito a raciocinar, seus pés tomaram a iniciativa de levar seu corpo até o ômega encolhido, que tinha as narinas sangrando.

O então alfa ruivo abaixou-se em direção ao corpo que se encolhera ainda mais com a proximidade. Jinyoung arfou com a aproximidade. E antes que a mão do alfa chegasse até seu rosto, seu corpo fora puxado em um só solavanco. O cheiro forte do seu irmão adentrara suas narinas, fazendo com que seu nariz ardesse.

— Não encoste nele! — era uma ordem simples; estava longe de ser um pedido. Jimin mantia as mãos para trás segurando o corpo do irmão atrás de si. Também se sentia culpado. Odiava machucar ômegas, principalmente, o seu irmão. Seu tom de voz era ameno; respirava devagar para conseguir se controlar e não usar sua voz ou presença de alfa que machucasse mais alguém. Os amarelados fitavam com pura superioridade os semelhantes do outro alfa, que também não deixara se abalar. O ruivo levantou-se e fitou firme o outro alfa.

— Jiminnie... por favor...— cada palavra que saía da boca do ômega era certeira no instinto do ruivo. Jaebum sentia que perderia as estribeiras se ouvisse aquele ômega mais um pouquinho que fosse.

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