Narrativa Pov Ohana
Me encostei na caixa de ferro esperando que desse o sinal quando chegasse ao térreo, balancei meu scarpin branco afim de que as portas do elevador se abrissem logo, para que eu podesse desfrutar do que essa noite me reservava, porém sem muitas expectativas pois eu preferia estar debaixo dos endredons com meu filho assistindo um dos seus desenhos preferidos e que passou a ser o meu melhor programa desde de que me tornei mãe. Se estou agora atravessando o hall do hotel ainda sem destino certo, foi por insistência de Nanda, que decretou que eu precisava sair, beber e pegar umas garotas, dispenso essa última opção, mulheres são um problema quando querem ser, e de problemas eu estou fugindo, e também porque só tenho uma mulher que me interessa, essa que me vira do avesso sem fazer muito esforço. Larissa Machado, é ela a dona dos meus pensamentos, desejos, anseios, e sanidade.
Me sentei em um dos bancos do bar, colocando minha bolsa sobre o balcão e dando o sinal com dedo para que o barman viesse até mim, decidi que ficaria alí mesmo, e tomaria um drink antes de voltar pra suíte, enquanto o homem de gravata borboletinha se aproximava eu corri com os olhos pelo ambiente, a minha frente não muito distante um pequeno palco onde o artista cover cantava uma melodia agradável, um jazz suave que serviu como calmante para meus ouvidos, o bar não estava lotado o que me fez ficar mais a vontade. Eu beirando o meus vinte e quatro anos e já me sinto uma velha.
- Senhora Parker ? Boa noite! - olhei para o moreno de olhos verdes que passou um pano úmido rapidamente pelo mármore e o colocou sobre o ombro.
- Boa noite, Robert. E por favor me chame pelo meu sobrenome, que é Lefundes, não sou mais casada com seu chefe, CEO desse hotel.
- Desculpa senhora. - Ele pediu apreensivo.
- Não precisa pedir desculpas, não estou lhe dando um esporro, e apenas uma correção, avise também aos seus amigos de trabalho, que durante a minha estádia no hotel, se refiram a mim pelo meu sobrenome de solteira, Okay ? - Cruzei as pernas e apoie meu cotovelo no balcão.
- Sim, senhora! - ele balançou a cabeça concordando. - E o que vai querer beber ? - Perguntou com um sorriso gentil.
- O mesmo de sempre.
- Pina colada ? - Concordei com um grande sorriso, nem me lembrava a última vez que tomei esse drink, Vi quando ele juntou os ingredientes para fazer a bebida, eu amava toda aquela mistura de rum, leite de coco e suco de abacaxi e de dar água na boca e a minha já se encontrava nesse estado.
Enquanto esperava minha bebida ficar pronta, minha atenção se estendeu para o palco onde agora uma voz feminina cantava uma música internacional o que me fez pensar nela, não que eu precisasse ouvir uma melodia romântica para pensar em Larissa, ela povoava meus pensamentos quase vinte quatro por dia, um perigo de mulher, não menti quando disse pra minha assessora que nunca a superaria, que desisti de tentar, aquela mulher era como minhas tatuagens, permanentes em meu corpo, assim como ela é na minha vida. Suspirei ao lembrar da cena de ontem quando ela me expulsou do quarto, pensar que estive tão perto a ponto de sentir meu corpo em chamas só pela a nossa proximidade, no fundo ela tinha razão perderíamos a linha e a cama seria nosso destino, e como ela mesma disse aconteceria o mesmo que rolou naquela droga de ilha.
Mesmo meu corpo ardendo de desejos e meu subconsciente procurando um escape para longe dela, eu queria ter ficado e dado todo o meu suporte de proteção, meu coração dói só de lembrar do rosto banhado em lágrimas, do seu olhar triste ao me encarar, sobre todas as acusações na qual ela acredita que eu fiz, eu queria ter oferecido os meus braços como consolo e lhe dizer que ela estava enganada sobre metade do que ela achava, que o amor que eu sinto por ela, eu nunca fui capaz de trair.