Narrado por Victor
Ouve um silencio que permaneceu no ambiente, ninguém pronunciou sequer uma palavra, mas o silencio foi quebrado por Heitor dizendo: — Vocês não podem ficar aqui, quero que vão embora amanhã.
— Sei que não somos confiáveis e que podemos causar problemas para vocês, mas ele ainda não se recuperou do ferimento, tenho medo que piore, então...por favor, nos deixe ficar um pouco mais, e lhe prometo, assim que ele estiver um pouco melhor iremos embora. - Pedi para Heitor, e logo depois de um longo suspiro ele permitiu que ficássemos até o ferimento de Albert se fechasse por fora , o que levaria em torno de três semanas eu acho. Depois de permitir nossa estadia Heitor foi para o quarto em que Gaia estava, e eu foi para o outro, que na verdade é o dele, mas deixou que usássemos.
Quando olhei pela janela, já era noite. Levei minha visão até a cama onde era para estar Albert, porém, nenhum sinal dele. Quando voltei para o quarto depois da conversa com Heitor acabei adormecendo em uma cadeira perto da cama, nem sequer percebi quando ele havia levantado, sendo que era para permanecer em repouso, mas essa criatura não consegue ficar muito tempo parado, como ele vai se recuperar desse jeito? Sai do quarto em direção a sala e lá estava ele sentado no sofá conversando com Gaia, soutei um pequeno suspiro, andei até eles e me senti ao lado de Albert.
— Deveria estar deitado descansando.
— Ficar deitado o dia todo é tedioso - Explicou Albert
— Ao menos deveria ter me acordado
— Não te acordei, pois desde que saímos daquele lugar, você não dormiu devidamente, então queria que relaxasse pelo menos um pouco. - Quando ele terminou de falar Gaia se levantou e saiu por um instante, quando regressou veio junto com Heitor, e logo apos se aproximar pronunciou: — Estamos precisando de suprimentos, por isso, Gaia e eu sairemos para comprar alguns.
— Posso ir com vocês? - Questionei com o intuito de conhecer mais as coisas ao redor, tenho que descobrir o que tem acontecido com este lugar, saber o motivo de meus pais quererem que eu vinhe-se.
— Mas e Albert? ele ainda precisa de cuidados - Indagou Heitor
— Eu posso ficar sozinho, não tem problema - Disse Albert, ouve om momento de silencio até que Gaia sugere
— Que tal se eu for com o victor e o meu irmão ficar aqui com Albert? De qualquer modo eu conheço todo o território,então não vamos nos perder, e aqueles homens não passaram pela cidade hoje. - Heitor ficou pensativo por um tempo, e logo depois me encarou, parecia que estava me analisando, como se dissesse "Se algo acontecer com a minha irmãzinha eu te mato".
— Esta bem, mas tomem cuidado - Concedeu
— Vou pegar minhas coisas então - Gaia saiu em direção ao seu quarto entusiasmada.
— Vamos? - Disse ela apos de voltar com uma pequena mochila nas costas, era notória sua felicidade com a ideia de tomar a liderança, era até que fofo seu modo de agir.
Com tudo pronto saímos em direção a algum lugar, talvez uma cidade, povoado, não sei ainda. Gaia tomou a liderança mostrando o caminho, ficamos andando por uma estrada de areia em meio a floresta, até que nos deparamos com uma ponte, na qual não estava em boas condições, fiquei me perguntando se ela aguentaria, mas antes que eu falasse algo, Gaia já estava passando pela ponte tranquilamente, ela é bem corajosa levando em conta sua idade. Meio receoso passei pela ponte e continuamos nosso caminho por uma estrada.
Não sei quanto tempo ficamos andando, talvez por volta de quase duas horas, eu já estava começando a ficar cansado, e ao contrario de mim, aquela garotinha estava bem disposta e cheia de energia.
Já pensando em parar para descansar, uma pequena imagem veio aos meus olhos, era a cidade, agora faltava pouco para chegarmos.
Soltei um suspiro de alivio por finalmente ter chegado, olhando ao redor me deparei com algumas casas, todas feitas de pedra, sua estrutura era simples, tudo ao redor também era humilde. Gaia me contou que essa cidade contia apenas 100 habitantes, e eles faziam seu melhor para sobreviver ali, com suas próprias plantações, seu próprio pastoril, tudo que tinham era foito por eles, e como modo de comercio e venda, faziam trocas, se quiser algo tem que dar outra coisa em troca. Gaia nos direcionou até o centro da cidade, onde havia uma pequena feira ou comércio, vendiam alimentos e algumas mercadorias a mais.
Tentei observar cada detalhe do lugar, mas não parecia ter nada de estranho, pensei que ao menos conseguiria algumas informações, mas foi em vão, por isto apenas foquei em comprar as coisas com Gaia, ela conhecia cada pessoa ali, e todos pareciam gostar dela, mas se bem que não tem como não gostar dela, diferente do irmão, ele é carismática, alegre e se enturma facilmente com todos.
Quando estávamos preste a ir embora, sentir a presença de alguém, olhei por todo lado, contudo não vi ninguém. Chegando na saída da cidade continuei a sentir que estava sendo observado, me virei para trás e vi uma figura peculiar, um homem cujo rosto estava sendo coberto por um capuz preto.
Fiquei me perguntando quem poderia ser, se era apenas um dos civis da cidade ou se era um guarda disfarçado, por precaução me apresei para ir embora junto com Gaia, porém ele continuou a nos seguir, e antes que pudesse correr ele já estava em nossa frente.
— Por que está nos seguindo - Exclamei enquanto direcionava Gaia para trás de mim, para protege-la. O homem não disse nada apenas ficou parado, um súbito movimento dele me fez ficar alerta, levando suas mãos ao capuz e retirando-o, seu rosto foi revelado, me parecia familiar, todavia não conseguia me lembrar de onde o havia visto.
— Você é o victor, certo? Filho do senhor e senhora Laryck. Não sei se lembra de mim, mas trabalhei junto com seus pais no laboratório, inclusive foram por causa deles que consegui passar pela muralha.
Isto me surpreendeu, eu pensei que encontraria alguém que soubessem sobre minha família, ele deve ter todas as resposta que preciso saber, deve ser por causa dele que meus pais insistiram para mim fujir e vir para este lugar antes de morrerem, mas posso mesmo confiar neste homem? E se ele apenas estiver inventando coisas.
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LIBERDADE PROIBIDA
RomanceVictor Laryck, que sonha com liberdade em uma cidade cercada por muralhas que lhe impedem de ir a qualquer outro lugar, um mundo onde você deve sempre seguir regras, sempre ter alguém que mande em você, lhe tratando como animal. Colocando tudo de s...