Capítulo 23: Alvo diferente

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Ajudei Albert a andar por todo o percurso, mesmo ele dizendo que estava bem insisti em ser seu apoio. Todos estavam cansados, exaustos, mas continuamos. Estávamos quase chegando, mas parecia que era uma eternidade.

Por mais que a vista da paisagem ao nosso redor seja encantadora, não consegui focar minha visão em nada a não ser chegar logo no laboratório de Issac, minha mente já via aquele objetivo como uma recompensa, pois queria apenas descansar, e provavelmente todos pensavam o mesmo.

Quando estava prestes a querer desistir, com a respiração sem ritmo e acelerada, Issac nos mostra o local não muito longe, e visível aos olhos.

Adentramos dentro de uma pequena cabana, que não parecia nada com um laboratório, o local estava um pouco empoeirado, olhei ao redor mas não vi nada que parecesse com um local de pesquisas cientificas e testes, apenas um pequeno lugar para passar o tempo nas ferias, ou algo do tipo.

Antes que Albert sentasse no sofá empoeirado que havia no centro da sala, Issac puxou um pequeno pedaço do piso de madeira, onde havia um compartimento com uma alavanca metálica, e ao ser puxada fez com que uma estante vazia se abri-se no meio, mostrando uma escadaria para um sotam que estava iluminando com pequenas lamparinas fracas.

Issac tomou afrente, eu segurei o braço que não estava ferido de Albert, na tentativa de ajuda-lo, mas ao tocar sua pele comecei a me questionar se todos os "estou bem" que ele dizia eram verdadeiros, pois sua pele estava fria, por mais que ele não demonstrasse, ele claramente não estava bem.

Ao chegarmos no final da escadaria, Issac ligou as luzes clareando o ambiente e mostrando um laboratório completo, não sei como ele conseguiu todos esses utensílios, mas era um laboratório bem preparado e elaborado, e ao contrario do andar de cima, tudo estava limpo e esterilizado.

Meus olhos que estavam admirando o lugar retiraram seu foto para outro fator, senti o braço de Albert se soltar do meu, ele estava prestes a cair, e ao tentar segura-lo acabei sendo puxado junto ao chão, Albert havia acabado de desmaiar, nesse instante minha mente ficou em branco, me levantei o suficiente para ficar de joelhos e olhar para ele. A alguns segundos atras sua afeição estava normal, mas agora estava pálida,  sua pele se tornou mais fria, e sua respiração se tornou escassa até o momento em que parou, ele já não respirava.

Estava quase surtando, mas mantive a esperança em Issac, que checou seus batimentos, até mesmo começou a fazer os primeiros socorros, fez a massagem cardíaca e conferia o pulso, foi então que surtei ao ver a resposta dele, apenas o balançar negativo de sua cabeça afirmando que não havia batimentos.

Heitor deixou Gaia sentada no balcão do laboratório e veio até mim, me segurando, pois eu já havia perdido o controle e minha própria sanidade, eu sei que ele era capaz de dar a vida por mim, mas não é como se eu estivesse preparado para suportar isso, e logo agora.

Com a mente uma bagunça, Issac veio até mim enquanto Heitor me segurava, ele colocou as mãos em meu rosto como tentativa de focar no que me diria a seguir.

— Victor, talvez tenha uma solução, uma explicação, pois ele não morreria por apenas isso.

— O que quer dizer? - Disse aos prantos tentando manter o máximo de controle possível 

— Lembra, você também morreu uma vez, talvez seja o mesmo com ele

— Tá me dizendo que ele também foi usado? Que seja como eu?

— Exatamente isso. - confirmou retirando as mão do meu rosto, e Heitor ao ver que eu havia me acalmado me soltou.

— Mas como? meus pais não havia apenas testado em mim a solução?

— Sim, mas naquela época tivemos uma pequena incógnita não resolvida... seus pais haviam preparado três vacinas com a solução, uma delas foi testada em você, outra em um garoto que foi mandado pelos os OMRs como cobaia,  a ultima seus pais destruíram antes que os OMRs pudessem se apossar dela.

— Não temos como saber se ele é esse garoto - Disse Heitor

— Mas é a unica esperança na qual podemos nos agarrar - Respondeu Issac — Você disse que Albert trabalhava com os OMRs, o garoto que foi usado como cobaia, foi levado por um deles, não me lembro quem era, depois disso nunca mais soube sobre esse garoto.

— Se ainda tem algo que podemos fazer, vamos fazer, mas Albert tem que viver - Disse olhando para Issac.

—  Me ajudem a colocar ele em cima da maca -  Issac trouxe uma maca para perto, nos três o colocamos sobre a maca e o levamos para uma outra sala, nela Issac colocou o monitor de batimentos conectado a Albert e lidou com os ferimentos dele, na tela do monitor mostrava apenas uma linha reta, sem sinal de batimentos, mas me mantive esperançoso de que aquela linha começasse a se desfigurar mostrando sinal de vida.

— Victor - Issac chama e eu olho automaticamente — Se realmente for ele, talvez leve um tempo para acordar, mas se não for, o corpo dele vai começar a feder, nesse momento você vai ter que ser forte, você precisa continuar... por ele, tire suas força dele e vença essa merda de governo.

—Ele não vai morrer, tire essa ideia de sua mente, e de um jeito ou de outro farei esse governo cair, e eles iram pagar por tudo isso, pode ter certeza. 

— Eu te ajudarei com o que for preciso - Disse Heitor colocando sua mão sobre meu ombro 

— Nos ajudaremos - Disse a pequena Gaia, com um tamanho que coragem maior que sua idade.

— Exatamente, nos ajudaremos com o que estive ao nosso alcance - Disse Issac por ultimo.

— Mas algo me incomodam, se for realmente o Albert, quer dizer que tudo que passamos foi apenas algo para chegarem até ele, talvez quem era o alvo não era você Victor, e sim o Albert, é provável que aquele cachorro fosse apenas um modo de fazer algo que estava dormindo acorda-se em Albert, se realmente for isso, existe mais coisas que não sabemos, estaremos lidando com o desconhecido.

— Não importa se for desconhecido ou não, estou pronto para o que estiver por vir, e não abaixarei minha guarda para nenhum obstaculo, eles mexeram comigo primeiro, e isso não vai sair impune, já estou farto de lidar com eles desde meu nascimento, isso tem que ter um fim logo.



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